28 fevereiro 2007

CHARLIE HEBDO



O Barreiro é uma terra de contradições!

Guincham-se, sempre, as mesmas letras e as mesmas músicas no mesmo tom.

Uma terra que se alardeia defensora da liberdade;

mas quando a liberdade é silenciada, escandalosamente, por aqui, passa tudo ao lado.

Quando isso acontece, não se lê uma linha nos progressistas jornais da terra.

Não se ouvem habituais “ruídos ” com moções na Assembleia Municipal.

Não se discute, não se informa nem se esclarece.

Talvez aconteça, no caso do Charlie Hebdo, meter o Islão.

O Islão anti americano. O Islão terrorista.

Inimigo dos nossos inimigos, nosso amigo é !

No dia 7 de Fevereiro do ano passado, monsieur Philippe Val, director do semanário satírico francês Charlie Hebdo

(na mesma linha do le canard enchainé)

publicou três cartoons do profeta Maomé, dois dos quais publicados em setembro de 1975

pelo jornal dinamarquês Jyllands-Posten.

http://professionelt-webdesign.dk/top/m-index-8000.php


Um ano depois Charlie Hebdo e monsieur Val respondem em tribunal Parisiense
por pressão das Organizações Islâmicas de França e da Grande Mesquita de Paris .

Qual o crime?

Criatividade e expressão!

Valores da liberdade e do laicismo do Mundo Ocidental.

no julgamento em http://www.liberation.fr/actualite/societe/234112.FR.php

aprenderá como um País fica de cócoras na sua própria casa.

Uma Europa a perder a identidade,

Uma Europa prestes a perder a dignidade.



Muita coisa vai depender do que for decidido neste julgamento Kafkaniano .

22 fevereiro 2007

YES PRIME MINISTER


Na última revista ÚNICA Sócrates concede uma entrevista no rescaldo do (RLD) referendo a liberalizar os desmanchos.

Quem estiver interessado na totalidade da entrevista adquira o Expresso.

Das cinquenta questões há umas poucas que são representativas de um tipo de esquerda PS que governa para (e com) a rua:


- Se uma mulher se apresentar hoje num hospital para fazer a IVG que lhe acontece?

(…) a lei que vamos aprovar deverá respeitar o resultado do referendo (…)

(Leia-se a constituição: artigo 115º – (referendo) 11.

O referendo só tem efeito vinculativo quando o número de votantes for superior a metade dos eleitores inscritos no recenseamento.)

- Portanto a mulher vai poder dirigir-se a uma estabelecimento legalmente autorizado, terá uma consulta sem lista de espera e fará a IVG? Isto implica celeridade.

(…) Isso é verdade.
Nem sempre arranjamos consulta para amanhã, mas o sistema encontrará as respostas adequadas.

- Não vê a contradição entre a rapidez a que obriga a prática da IVG e a lista de espera a que são sujeitos doentes cancerosos?

Mas, desculpe, são os médicos que tratam dessas coisas?

- Não, mas como sabe há demoras …

Isso não pode ser uma razão para não fazermos aquilo que temos que fazer e para não respeitarmos a vontade dos portugueses.

(vontade dos portugueses !!!

quais portugueses ?

Só o Palmela , em Plymouth , dividiu os emigrados portugueses da guerra civil em seis classes!
será que há mais ! )

- É possível concretizar esse período de reflexão?

Não me vou comprometer com um número de dias. (…)

Mas atenção: é preciso respeitar o referendo

- Que quer dizer com isso?

Espero que ninguém queira ganhar na burocracia o que perdeu no refrendo.
Isso seria inaceitável.


Vejam:

o nosso prime minister chama à constituição “ ganhar na burocracia”.

A esquerda é mesmo isto:

utilizar técnicas da assembleia de condomínio;

cada condómino inventa as suas próprias leis para abusar e usurpar direitos aos restantes condóminos.


- Que acontece a uma mulher que faça IVG em estabelecimento não autorizado ?

Isso será um aborto clandestino.

Os portugueses responderam de uma forma muito clara a esta questão (…) os portugueses responderam claramente a esta pergunta.

(…) Todos estamos do lado da vida e todos aqueles que votaram pelo “sim” fizeram-no honestamente convencidos de que este é o melhor caminho para salvar vidas.

( lembra-me as tragédias marítimas aquando dos descobrimentos.

Em naufrágios, nas baleeiras, os mais fortes jogavam os mais fracos ao mar … para salvar vidas)

(…) Se alguma coisa para a qual contribuí, foi para que houvesse referendo e para que ao PS nunca lhe passasse pela cabeça ignorar a vontade expressa pelos portugueses em 1998.

( ele quer dizer com "ignorar":

as pressões da extrema esquerda e esquerda radical , representadas pelo Bloco e PC, mais o PS radical , e a maioria absoluta, legislassem a (RLD ) liberalização dos desmanchos na Assembleia da República.

A vontade do povo só é boa quando coincide com a vontade da esquerda!)


- Que acontece a uma mulher que interrompa a gravidez às dez semanas e um dia ?

Dez semanas e um dia é ilegal.


(…) Admito que o limite possa ser arbitrário, mas tem que haver um.
O que sabemos a nível cientifico ajudou a fixa-lo.

( é mentira como sabemos !)

(…) Estou convencido, pese embora não ser acompanhado neste juízo por todos aqueles que votaram”não”, que esta é uma questão de modernidade.

( estão a ver :
o desmancho passa a fazer parte de um novo conceito de modernidade da mulher portuguesa.

Com a mesma veemência com que defenderam esta modernidade,
vão lutar pela gratuidade da vacina do cancro do colo do útero,
que custa uma boa centena de euros e
mata milhares de mulheres por ano?)


- Casos fracturantes para a sociedade portuguesa, como a eutanásia casamento de homossexuais e adopção por homossexuais, podem ser objecto de referendo?

Já cá faltava essa pergunta.

Quero deixar isto claro: não temos uma agenda de casos fracturantes.

Nem estamos obcecados por casos fracturantes.






20 fevereiro 2007

APRECIADO DIRIGENTE KING ZONG IL


O termo “destacado dirigente” muito utilizado no “falar – à – antifascista” refere-se sempre a alguém com responsabilidades.

São vocábulos, de origem estalinista que não desapareceram em Fevereiro de 1956 aquando do XX congresso do PC da (defunta) URSS.

Há centenas destas palavras importadas, soltas no dia a dia, perpetuadas em discursos de “destacados dirigentes”, mesmo que Cunhal tenha contrariado o sectarismo e o culto da personalidade, como gostava de dizer.

No Barreiro fala-se muito, e escreve-se mais, à “destacado dirigente”.

Uma maleita regional que atingiu “destacados dirigentes” do PSDbarreiro como se constatou nas últimas eleições autárquicas.

Hoje terça-feira gorda, vou falar da Coreia do Norte, e dos amigos do Grande Líder parlamentar do pcp, apanhado no 25 de Abril com a idade de três anitos.

SOBRE A IDEIA ZUCHE

O destacado dirigente Camarada Kim Zong Il, membro do Presídio do Bureau Politico e secretário do Comité Central do Partido da Coreia, enviou no dia 31 de Março de 1982 uma tese, Sobre a Ideia Zuche, ao simpósio da Ideia Zuche realizado em todo o país por ocasião do 70º aniversário natalício do Grande Líder, camarada Kim Il Sung.

(percebem?)

Aproveitando o 41º aniversário natalício do destacado dirigente Camarada Kim Zong Il, editamos a sua tese, sobre a ideia Zunche.
Na sua tese, o apreciado dirigente Camarada Kim Zong Il esclareceu totalmente a Ideia Zuche desde a sua criação à sua profunda essência, dos princípios da direcção até ao significado histórico.


(gostam?)

A tese do destacado dirigente Sobre a Ideia Zuche é um documento histórico e uma obra monumental de imortal significado na tarefa de emancipação e no desenvolvimento da ideologia da humanidade.
Esta tese é uma fonte de força inquebrantável que fornece às massas populares uma alta consciência de ser dono da revolução e que eleva a firma confiança e espírito irresistível pela justeza da sua causa.


(estão a entender?)

Além disso, esta tese é também a poderosa arma teórico-prática para resolver com êxito todos os problemas apresentados em todas as lutas pela transformação da natureza, da sociedade e do ser humano em conformidade com a exigência da Ideia Zuche, e a grande bandeira encorajadora que guia energicamente as massas populares à frente sagrada pela libertação nacional, da classe e da humanidade.

(eu sei que estão a gostar!)

Esta tese é uma série imortal novamente englobada, sistematizada e sintetizada em todo o campo, com base científica na essência e nos princípios da Ideia Zuche, e a imperecível obra clássica que desenvolve e enriquece mais a Ideia Zuche com os recursos teóricos-ideológicos.
O facto de o estimado dirigente Camarada Kim Zong Il ter apresentado esta tese é um acontecimento transcendente para levar a cabo a gloriosa causa da Ideia Zuche.

(vão imprimir?)

Um ritual litúrgico ,vulgarizado em regimes ditatoriais, e naqueles camaradas que fora dele o abicionam .

Só em 1994 , após a morte de Kim Il-Sung ,sucede o filho Kim Zong Il , actual líder do Partido (único)Trabalhista Coreano.

17 fevereiro 2007

EM SETÚBAL O MEDO DOMINA A ESCRITA


(no post de 20 janeiro dizia que em Setúbal escreve-se com muito medo. )

http://barreirovelho.blogspot.com/2007_01_01_archive.html


Hoje no SEM+MAIS Jornal

(aquele de Setúbal que traz a reboque o VOZ do BARREIRO)

vem uma carta resposta ao artigo de 19 janeiro enviada ao Director em nome da Direcção da Mútua dos Pescadores de Setúbal.

Leio :

a Mútua ,
muito bonito “ não discute nos jornais pormenores de processos” .

e mais “o artigo não vinha assinado”.

gravíssimo“o director do jornal que escreveu o artigo anónimo é irmão do armador que coloca em dúvida a idoneidade das decisões” .

oh! “ atacaram a Instituição e os seus dirigentes e afectaram a reputação e boa fama”

fiámos então a saber “ a litigância nesta casa é quase inexpressiva “.

Conclui a carta :

(conheço a genética e o ADN da escrita com que terminam. Apreciem)

“Outras afirmações inverídicas ou erróneas exigiriam mais espaço, que provavelmente o sr. director não nos dispensaria, mas que não deixam de ser graves.

Por todas elas, no local próprio, o sr. director irá responder.”

(eles conhecem-se todos. no local próprio. têm é muito medo uns dos outros)

O director do jornal, por sua vez, responde:

“ a assinatura da vossa carta em nome da Direcção ou de algum dirigente por ela, uma vez que não é perceptível o autor da assinatura“ .

(eu não vos dizia )

continua o director

“ o meu artigo não foi assinado, por falha técnica de paginação “

( muito bem explicado.
só que não olhou para o calendário .
tinham passado três edições . )

por isso é de homem “reafirmo tudo o que disse” .

sem medos “estarei disponível para, na tal sede própria, que presumo

( este também sabe de genética e ADN , sabe presumir, sabe o que quer dizer na tal sede própria e goza)

ser a instância judicial, clarificar as criticas expostas no texto”

(estão a compreender um escreve um artigo no seu jornal e não assina.
outro reage e esconde-se atrás da Direcção )

( sou do tempo em que em Setúbal se dizia carrrapau, sarrrdinha .
agora fala-se à parrrtido).

O director aumenta o tom, sinal que sabe mais do que diz:

“ à intervenção arrogante do alto dirigente da Mútua sr. João Lopes na SIC” ,

(a propósito dos altos dirigentes lembrei-me de um texto da Coreia do norte na maneira quase obrigatória de se tratar os dirigentes.
Vou colocar um post.)

” alta censura psicológica de uma figura que é, como se sabe, público e notório dirigente do PCP, defensor das liberdades”.

(é isto que me irrita à exaustão.
Andam aos rodeios e estão com medo.
Não falam do que sabem)

o director do jornal termina:

“Na mesma linha de raciocínio, também não demos voz nem espaço a vários outros armadores que se manifestaram disponíveis para contestar a politica da Mútua dos Pescadores.”

(estão a ver como se fala para dentro à parrrtido:

vejam :

“não demos voz nem espaço” .
“se manifestaram disponíveis” .
“contestar a política”)

(são avisos à navegação)

eu sei que tu sabes o que eu sei,

quem será o primeiro a dar com a boca no trombone!

16 fevereiro 2007

BARREIRO PARADIGMA DE UMA MORTE LENTA


( uma ovelha ranhosa )


Estou orgulhoso por não fazer parte da unicidade de 3620 (83%) eleitores
da Freguesia do Barreiro
( o centro do Mar Vermelho )
a liberalizar os desmanchos.

(agora faço parte do grupo capicua 666 (15%) ,
a capicua da ínfima minoria)

Também faço parte de um outro grupo mais alargado de 15 % (5758) no Concelho e de mais um zero à direita ao nível do Distrito (18%) 57863.

Concluindo (eu e outros) representamos, nesta guerra civil, uns míseros 15% na Freguesia do Barreiro e no Concelho.

(perante a vitória esmagadora do referendo, com duas opções, conclui-se que por cem eleitores residentes no Mar Vermelho há 15 insensatos que votaram NÃO eu sou um deles).

(para além de insensato acumulo ainda com a de ovelha - ranhosa – da - família).

A unicidade, na liberalização dos desmanchos, não está interessada em saber que a Freguesia do Barreiro, sede do Concelho, está a morrer?

(explico com números ... sem retóricas )

De 2001 a 2007 (autárquicas e IVG) em sete anos desapareceram 753 eleitores (8,73%) na Freguesia.

Nos primeiros cinco anos 2001/2005 sumiram-se 538 eleitores.

De 2005 para 2006 e 2007 há menos 83 e 132 eleitores, respectivamente.

O centro do Barreiro definha a uma média superior a 1 % ano.

Nestes últimos sete (7) anos, nas dez mesas de voto que constituem a Freguesia, a que perdeu mais eleitores é a mesa 1 no Bairro das Palmeiras (- 158) .

Nos eleitores, que votam na Biblioteca, em seis mesas, desapareceram 480
eleitores

(aqui há duas mesas imutáveis que mantêm sempre 1000 cada!)

Nas três mesas, nos Penicheiros que representam Barreiro Velho e “periferia”, desapareceram 111 eleitores.

(também há mais duas mesas imutáveis de 1000 que falseiam resultados para melhor e mantêm o dinheiro do estado por eleitor.).

Tudo em sete anos!

O que vocês decidiram, no dia 11 de Fevereiro de 2007, foi a legitimação do desprezo à vida e à velhice.

(segue-se o próximo referendo:
casamento de homossexuais, com direito à opção de crianças.
a eutanásia para velhos vem a seguir.
por agora são abandonados nos bancos das urgências dos hospitais sem documentos.
vocês estarão de novo, todos, de acordo,
é tudo uma questão de tempo .)

Chamam a isto liberdade?

12 fevereiro 2007

LA PASIONARIA




Ontem à noite vi umas mulheres aos saltos
(histéricas )
com uma delas, à frente,
mais que eufórica (louca!).

(vim a saber que era médica. )

Festejavam a vitória (!) do SIM.

Nestas coisas de, SIM ou NÃO, não há vencedores quando ganha o NIM.

(o bom senso diz que não há ganhadores quando sacrificamos vidas. )

É o que se passa nas guerras.
Ninguém ganha,
todos perdem, e

(sei do que falo porque me atiraram para uma)

dei por mim a pensar em Dolores Ibarruri, dita La Pasionaria.

( nasceu em 1895 foi militante do partido comunista espanhol destacou-se na guerra civil 1936/1939,
esteve na URSS e regressou a Espanha em 1977 ocupando a direcção do pc espanhol. )

Um dos seus maiores e principais “gritos” históricos que me meteu sempre confusão
( quando muito jovem tive conhecimento) ;
" a mulher só será livre quando desconhecer os pais dos seus filhos"
La Pasionária , já não pertences ao número dos vivos.
Descansa em paz.

Garanto-te ( espera uns anitos)
mais tarde ou mais cedo, ACERTAS.

(e eu ,onde estiver, gritarei bem alto, para me ouvires, BINGO!)

10 fevereiro 2007

BARREIRO A 4886 QUILÓMETROS DE MOSCOVO




( A gabarolice politica nunca folga por estes lados. )

No “Voz do Barreiro” , um diz:

“ a direita, uma parte do centro, mais a igreja defendem o NÃO;
o SIM é defendido pela esquerda e a outra parte do centro” .


O outro no “Jornal do Barreiro” :

“ amanhã o Barreiro cumprirá o seu desígnio histórico de terra progressista, de grande humanidade, de moderna consciência cívica, de grande sentido de justiça e liberdade”.

Estes dois, mais um ou dois, (são poucos ) continuam a viver num mundo da fantasia;

tratam todos os assuntos, sérios e menos sérios, como confrontos políticos.

(são como policias que só vêm bandidos.)

Para eles o relógio do tempo parou em Outubro de 1917;
depois voltou a parar em Abril de 1974.

O que vai ser decidido amanhã,

não são preferências ideológicas
– mesmo que pareça –

nem a entrada em Portugal da Coca-Cola ou do McDonald`s americanices que Salazar odiava e não permitia;

amanhã delibera-se opções de vida.

Amanhã, dia 11 de Fevereiro de 2007, as mentalidades que reflectem os espíritos de dom Miguel e de dom Pedro estarão de novo em guerra civil.

Até quando?

09 fevereiro 2007

CHARLES DARWIN E O INSTINTO PERVERTIDO


“Na origem do homem e a selecção sexual “

Darwin diz que o infanticídio e o aborto eram práticas comuns de controlo de natalidade.

Acrescentava que estas práticas prevaleciam no mundo, tendo o infanticídio suplantado o aborto.

Continua Darwin, que esta prática teve inicio nos povos selvagens que se viam a braços com a dificuldade, ou antes a impossibilidade de manter todos os filhos que nasciam, a isto acrescentava a depravação, também uma falta de meios de subsistência, embora Darwin tenha motivos para crer, que no Japão estas práticas foram encorajadas como meio para conter a população.

Por sua vez Malthus observava que o poder reprodutivo era menor nas raças sem cultura (as consideradas selvagens) do que nas civilizadas por causas inerentes a quem sofria de privações e escassez de alimentos nutritivos.

Darwin, afirmava, que são considerações de épocas bastante longínquas, antes que o homem alcançasse a dignidade de ser humano, guiado mais pelo instinto e menos pela razão.

Concluía Darwin , que os nossos primeiros antepassados semi-humanos não teriam praticado o infanticídio ou a poliandria, pois que o instinto dos seres inferiores não é nunca tão pervertido.


hoje pensei em Charles Darwin o fundador da biologia

(... da biologia materialista e da doutrina materialista como Lenine dizia nas Obras Escolhidas)

que viveu entre 1809/1882

e em Malthus 1766/1834,

( considerado por Marx - Marx, Obras - um reaccionário com teorias anti científicas porque em 1798 escreveu ;

o crescimento da população segue uma proporção geométrica 1,2,4,8,16,etc enquanto que os meios de subsistência aumentavam segundo uma proporção aritmética 1,2,3,4,5,etc.)

Há séculos atrás, ambos nunca colocariam a questão, da evolução da formação fetal e as arquitecturas do cérebro e o momento em que o feto pensa e quando a consciência surge pela primeira vez.

No século XXI não podemos tratar a vida fetal com a ligeireza como Darwin e Malthus a abordavam;

por isso continuo com muitas dúvidas;


a discussão e o referendo passa por matar ou não matar ?

a matar

(forma verbal adequada ao momento)

a curiosidade de quem me lê

( os portugueses são pavlovianos com reflexos condicionados e raciocinam na base de rotulagem )

digo :

não professo religião alguma.
não sou baptizado.
não sou casado pela igreja.
não tenho os filhos baptizados.
não obedeço a partidos.
não obedeço nem a este nem aquele, nem a esta nem aquela.
não faço parte de grupo algum.
não sou defensor de fracos nem ataco os fortes.
não faço parte de nenhuma ONG.

quem exige a liberalização do aborto até às dez ( um eufemismo ) semanas, está ou não a matar ?

Podem abortar,
não vou impedir nem fazer juízo de valores,
mas, esclareceram-me,

matam ou não matam?

É essa a questão!

07 fevereiro 2007

DALAI LAMA: o esperma o óvulo e o inicio da consciência


Dalai Lama :

Temos que investigar melhor o ponto em que a consciência penetra numa localização física.


O sítio e o momento em que a consciência interage com o óvulo fertilizado durante a concepção é algo a descobrir, embora haja algumas referências a isso nos textos.


As Escrituras budistas tratam efectivamente destes assuntos, mas interessa-me saber o que a ciência tem a dizer sobre isso.


Nós acreditamos que durante esse período, na ausência de consciência subtil estaríamos perante uma vida que se iniciaria sem consciência.


Se assim fosse, então jamais alguém poderia lembra-se de experiências das suas vidas passadas.


É também em termos de crenças budistas relativas a estes tópicos que o Budismo explica as suas teorias cosmológicas: o modo como o Universo tem início e como mais tarde degenera.


Os budistas têm estas pretensões baseando-se neste tipo de raciocínios metafísicos e noutros argumentos, bem como nos testemunhos de indivíduos capazes de se lembrarem muito claramente das suas experiências em vidas anteriores.


Eu sou um praticante, e portanto, a partir da minha própria experiência limitada e das experiências de amigos meus, não posso afirmar com cem por cento de certeza que há uma consciência subtil.


Vocês cientistas, não entendem a consciência do mesmo modo que os budistas.


Contudo, no momento da concepção, tem de haver algo que impede o esperma e o óvulo de simplesmente apodrecerem e que lhes proporciona desenvolverem-se como um corpo humano.


Quando é que isso acontece? Por que acontece?


(encontros de Dalai Lama em 1989 com neurocientistas e psiquiatras que resultaram em diálogos entre o budismo e a ciência ocidental )


... Churchland e Damásio ; (...) de que a ciência só muito raramente pode afirmar ter cem por cento de certeza do que quer que seja.


( não consigo entender: não é criminoso matar um feto até às dez semanas !


e passa a crime matar com dez semanas e um minuto ?


os portugueses querem tratar a vida fetal ( contemplada na actual legislação) como um incomodativo pêlo encravado ?


ou de um furúnculo .


ou de uma verruga.


Onde cabe aqui o planeamento familiar?

Os outros, os que não estão interessados no planeamento familiar, sabem muito mais que a minha cadela.


como odeio moralismos pergunto :

porque não, legalizar os assaltos no Multibanco ,

dos roubos por esticão ,
dos drogados que roubam para o vicio,


todos têm dificuldades e estão desprotegidos.
a lei não os defende.
só penaliza !


(este aqui tem menos de dez semanas e mede cerca de cinco a seis centímetros)




(…) Quando tem inicio a consciência?


Nesse momento a discussão voltou-se para um assunto a que o Ocidente tem prestado muita atenção:

Determinar quando a consciência tem inicio é o tema central do debate sobre o direito à vida que tem polarizado a sociedade americana.

Há actualmente um activo comité da Américan AcademY of Arts and Sciences que se tem debruçado sobre o problema.

Sabemos que a estrutura fundamental da arquitectura do cérebro se forma durante a embriogénese e que os sistemas de base do cérebro já estão consideravelmente bem organizados nos inícios da vida fetal, oito semanas apenas após a gestação.


in

Os caminhos cruzados da Consciência.

Conversas com o Dalai Lama sobre ciência do cérebro e budismo

asa editores,sa

julho 2001





04 fevereiro 2007

COMO SE EU NÃO EXISTISSE



… “ De desígnios em penas e de erros em desejos
Passeiam os mortais insensatos a sua loucura.

Nos males do presente, na esperança das alegrias futuras
Não vivemos nunca, esperamos a vida.

Amanhã, amanhã, dizemos, realizar-se-ão todos os nossos votos
Amanhã vem e deixa-nos mais infelizes.

Qual é o erro do ardor que nos devora?

Nenhum de entre nós quereria recomeçar:

Desde os primeiros momentos que maldizemos a aurora,

E da noite que chega esperamos ainda

O que nos foi prometido pelo mais explendoroso dos nossos

dias … “

ibidem
John Dryden
1631/1700
in
cartas de Londres.
ou cartas filosóficas
de
Voltaire.
1694/1778
editorial fragmentos, lda
1992

03 fevereiro 2007

A FÊMEA O MACHO E O LIVRO VERDE DE KADHAFI

(a semana foi cansativa em fanfarronices . )



(a que se segue até sexta à noite não vai ser melhor. )

(nesta África que acaba em Badajoz

ouvir pessoas cheias de certezas empavonadas

satura )

daqui vejo.

o livro vermelho. constituição portuguesa. bíblia. corão. constituição deste e daquele . tratado que estabelece uma constituição para a Europa. sossegadinho ao lado, disto tudo, e de mais coisas,

o livro verde de Kadafhi.


(olá!
anda cá meu malandro. é sempre com muito afecto que trato os meus livros.)


o autor do famoso livro verde é o coronel Moammar Kadafhi .
um ditadorzeco que governa a Líbia desde o golpe de estado que depôs o Rei Idris as-Sarusi, em 1969.


(um daqueles reis que nem para um baralho de cartas servia.)


o coronel escreveu o livro nos anos setenta, e decidiu;

escrevo bem. muito bem mesmo. sei o que quero. toma lá Líbia uma constituição. e do livro fez a constituição.
para além disso, Kadhafi inventou um curioso regime politico;

pega no socialismo ( tira-o da gaveta) e mistura com o islamismo que deu em jamahiriya árabe popular socialista da líbia.

(hoje não quero falar de politica . quero reler o livro verde:)


(…) a mulher é uma fêmea e o homem é um macho.


De acordo com os ginecologistas, a mulher é menstruada ou está doente todos os meses, enquanto que o homem sendo macho, não é menstruado e não está sujeito ao período mensal de hemorragia.


Uma mulher, sendo uma fêmea, está naturalmente sujeita a ter uma hemorragia mensalmente.
Quando o ciclo menstrual pára é porque a mulher está grávida.


Se ela está grávida fica, devido à gravidez, doente durante cerca de um ano, o que significa que todas as suas actividades naturais ficam seriamente reduzidas até ela parir o seu bebé.
Quando ela dá à luz ou tem um aborto, sofre o puerpério, a doença que se segue sempre a um parto ou a uma interrupção da gravidez.


Como o homem não engravida não está sujeito às doenças que a mulher sendo fêmea, sofre.
Depois a mulher, amamenta ao peito o bebé que concebeu.
O aleitamento dura cerca de dois anos.


A amamentação natural ao peito significa para a mulher ficar praticamente inseparável do seu bebé de modo que a sua actividade fica seriamente reduzida.
Ela torna-se directamente responsável por outra pessoa cujas funções biológicas ajuda a cumprir sem o que ele morreria.


O homem, em contrapartida, não concebe nem, amamenta.
Todas estas características inatas constituem diferenças naturais devido às quais o homem e a mulher não podem ser iguais.
Elas conferem a cada um deles um papel ou função diferentes na vida.


Isto quer dizer que o homem não pode substituir a mulher no desempenho dessas funções.
É de frisar que essas funções biológicas constituem um pesado fardo para a mulher que lhe exige muito esforço e sofrimento.
Contudo, e sem essas funções que a mulher desempenha, a vida humana terminaria.
Conclui-se daqui que se trata de uma função natural que não é voluntária nem compulsiva.
É uma função essencial cuja única alternativa seria a imobilização completa da vida humana.


Existe uma intervenção deliberada contra a concepção que é a alternativa à vida humana.
Além disso, existe uma intervenção parcialmente deliberada contra a concepção e contra o aleitamento natural.


Todas elas são elos de uma cadeia de acções contra a vida natural, culminando no assassínio, i.e., numa mulher ”matar-se” a si própria, para não conceber, não dar à luz nem amamentar, na essência das intervenções artificiais contra a natureza da vida, representada na concepção, aleitamento, maternidade e casamento embora possam diferir de grau (…)


in
Sobre o Islão – o livro verde de kadhafi
Fernando Amaro Monteiro
Edição
Prefácio – edição de livros e revistas, Lda.
2003

01 fevereiro 2007

UM-PAU-MUITO-BEM-AFIADO-NA-PONTA

Um dos hábitos da miudagem no Barreiro Velho ;

(no tempo em que as esquinas eram tertúlias à noite e a guarda não deixava ninguém parado depois das onze)

aproximarem-se sorrateiramente da malta mais velha e escutar as conversas.

(ala daqui. não são conversas para miúdos)

foi assim que ficámos a saber que se faziam desmanchos.

(só não sabíamos do que se tratava)

os desmanchos disto e daquilo eram muito falados.

(mas aqueles que nos interessavam eram outros)

Com o tempo, as cegonhas que iam e vinham de Paris, desapareciam, iam para outros lados e tudo se tornava mais complicado de entender.

escuta aqui escuta ali a malta descobriu o que se passava ;

metiam um pau – muito – bem – afiado – na – ponta, na barriga da mulher, com um miúdo lá dentro.

Falávamos entre nós e cada um dizia o que sabia;
e o pau – muito – bem – afiado – na -ponta não tira os olhos ao miúdo?

Até que a miudagem descobriu quem se ocupava destas coisas de tirar os olhos aos miúdos com um pau – muito – bem – afiado – na – ponta

(uma enfermeira que morava na rua vasco da gama e que dava injecções no posto médico da CUF.

- quem não vai lá sou eu !)


- se fores com a tua mãe ela não te faz mal.

(com o tempo íamos aumentado o nosso conhecimento e a confusão)

Isto interessava-nos muito mais que a tabuada e perder tempo a fazer cópias.

- e se me tirassem os olhos com um pau - muito - bem - afiado – na - ponta ?

olha do que me safei !

A enlaçar havia uma outra coisa

sem pau – muito – bem – afiado – na - ponta

para gatos e cães.


(nascia uma ninhada e era vê-los afogados num balde com água.
chegavam à muralha e pumba .


tudo no rio.

apareciam no bico – do - mexilhoeiro depois de atravessarem quatro bocas de cano esgoto) .


antes do sono chegar
bem-dizíamos a sorte

de não termos levado nos olhos
com um pau - muito – bem - afiado – na - ponta .

de não estarmos afogados num balde.

de não nos atirarem ao mar.

nem atravessarmos as quatro bocas de cano esgoto para aparecermos
no bico-do-mixelhoeiro.