( 956 ) CARTAS DE CUBA ARRASA EQUÍVOCOS E FANTASMAS NA RESPONSABILIDADE MORAL DE JOSÉ SARAMAGO E OUTROS.
A “paixão”, como “idealismo” é uma panaceia que a esquerda
prescreve, com o objectivo de se aliviar do peso da responsabilidade moral.
As palavras lúcidas de Roger Kimball de The Long March (in Esquerda
Caviar/Rodrigo Constantino/Alêtheia/2015) pegam-se à panaceia publicada na
Tribuna do El País de 14 de Abril de 2003:
Depois do “verão quente de 1975 (Saneamentos Políticos
no Diário de Notícias de Pedro Marques Gomes/ Alêtheia 2014) José Saramago
decide livrar-se de Cuba de Fidel em espanhol num jornal de Madrid , alijar “o
peso da responsabilidade moral “ , demarcar-se dos destinos da ilha do parédon ignorando
a Primavera Negra a Gestapo Vermelha as Damas de Branco os fuzilamentos os
presos políticos . Um grande fardo para quem tem amigos deste quilate.
“ Até
aqui cheguei. De agora em diante, Cuba seguirá o seu caminho, eu fico.”
É muito provável, dado “ o aprofundamento da crise
estrutural do capitalismo e a ofensiva do imperialismo”, que Saramago e o
partido reflectissem optando pela máxima made USA:
“É UM FILHO DA PUTA, MAS É O NOSSO FILHO DA PUTA”.
Nas Cartas de Cuba [correspondência entre dois
dissidentes de Ana Maria Lucas/Alêtheia/2014], Raúl Rivero poeta e jornalista cubano,
um dos acusados em Havana, 4 de abril de 2003: “de péssima conduta por
frequentar a companhia de antissociais”, foi condenado a 20 anos de cadeia mais
setenta e quatro homens e uma mulher.
José Saramago, prémio Nobel da literatura de 1998 e
membro do PCP o escritor da palavra “falada” o escritor-conversador [Os
fantasmas e os equívocos de José Saramago/Jesus Herrero/planeta editora/2010] perante
as repercussões das “detenções de 75 opositores e os fuzilamentos, mais ou
menos por esses dias, de três homens que tinham desviado uma lancha em Havana “
desenvencilha-se com a escrita brilhante da palavra-falada: “Até aqui cheguei.
De agora em diante, Cuba seguirá o seu caminho, eu fico”. Não passava de patuá.
Tempos depois este amigo pusilâmine (página 39) “esclarece
“de que tudo não passara de “uma manipulação mediática “ e garantia:
“ Não rompi com Cuba. Continuo a ser amigo de Cuba,
mas reservo-me o direito de dizer o que penso e quando entender que devo
dizê-lo”.
“É UM FILHO DA PUTA, MAS É O NOSSO FILHO DA PUTA”.
A inequívoca amizade pusilâmine dos amigos de Cuba e
do El Comandante tem garganta e fala grosso fora de Cuba. Com a morte do
sanguinário comandante do parédon nada mudará.
O mundo será diferente, sim, sem o equívoco do
igualitarismo de Obama - consciência da miserável primavera árabe.
Em Janeiro começa a era Trump. Lá e cá.
Fidel não perdes pela demora, a história te julgará, filho-da-puta .
Bom dia.
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