03 dezembro 2016

( 956 ) CARTAS DE CUBA ARRASA EQUÍVOCOS E FANTASMAS NA RESPONSABILIDADE MORAL DE JOSÉ SARAMAGO E OUTROS.


A “paixão”, como “idealismo” é uma panaceia que a esquerda prescreve, com o objectivo de se aliviar do peso da responsabilidade moral.

As palavras lúcidas de Roger Kimball de The Long March (in Esquerda Caviar/Rodrigo Constantino/Alêtheia/2015) pegam-se à panaceia publicada na Tribuna do El País de 14 de Abril de 2003:

Depois do “verão quente de 1975 (Saneamentos Políticos no Diário de Notícias de Pedro Marques Gomes/ Alêtheia 2014) José Saramago decide livrar-se de Cuba de Fidel em espanhol num jornal de Madrid , alijar “o peso da responsabilidade moral “ , demarcar-se dos destinos da ilha do parédon ignorando a Primavera Negra a Gestapo Vermelha as Damas de Branco os fuzilamentos os presos políticos . Um grande fardo para quem tem amigos deste quilate.  

“ Até aqui cheguei. De agora em diante, Cuba seguirá o seu caminho, eu fico.”

É muito provável, dado “ o aprofundamento da crise estrutural do capitalismo e a ofensiva do imperialismo”, que Saramago e o partido reflectissem optando pela máxima made USA:
“É UM FILHO DA PUTA, MAS É O NOSSO FILHO DA PUTA”.
Nas Cartas de Cuba [correspondência entre dois dissidentes de Ana Maria Lucas/Alêtheia/2014], Raúl Rivero poeta e jornalista cubano, um dos acusados em Havana, 4 de abril de 2003: “de péssima conduta por frequentar a companhia de antissociais”, foi condenado a 20 anos de cadeia mais setenta e quatro homens e uma mulher.
José Saramago, prémio Nobel da literatura de 1998 e membro do PCP o escritor da palavra “falada” o escritor-conversador [Os fantasmas e os equívocos de José Saramago/Jesus Herrero/planeta editora/2010] perante as repercussões das “detenções de 75 opositores e os fuzilamentos, mais ou menos por esses dias, de três homens que tinham desviado uma lancha em Havana “ desenvencilha-se com a escrita brilhante da palavra-falada: “Até aqui cheguei. De agora em diante, Cuba seguirá o seu caminho, eu fico”. Não passava de patuá.
Tempos depois este amigo pusilâmine (página 39) “esclarece “de que tudo não passara de “uma manipulação mediática “ e garantia:
“ Não rompi com Cuba. Continuo a ser amigo de Cuba, mas reservo-me o direito de dizer o que penso e quando entender que devo dizê-lo”.
“É UM FILHO DA PUTA, MAS É O NOSSO FILHO DA PUTA”.
A inequívoca amizade pusilâmine dos amigos de Cuba e do El Comandante tem garganta e fala grosso fora de Cuba. Com a morte do sanguinário comandante do parédon nada mudará.
O mundo será diferente, sim, sem o equívoco do igualitarismo de Obama - consciência da miserável primavera árabe.
Em Janeiro começa a era Trump. Lá e cá.




Fidel não perdes pela demora, a história te julgará,  filho-da-puta .

Bom dia.