28 agosto 2011

( 769 ) DEOS HE PORTUGUES E SAM PEDRO NACEO NO BARREYRO.




















Ainda sou do tempo em que as nossas festas em honra de nossa senhora do rosário eram mesmo em sua hora; não havia cá políticos em palanques debaixo dos holofotes em permanente campanha eleitoral ,nem barreiro novo e muito menos acontece barreiro , sem figuras vicentinas do “ filósofo traz um parvo atado ao pé “ (que sempre consideraram a Igreja um edifício material ) metidas nas procissões em pose religiosa atrás do palio.


Naqueles tempos não se vendia a alma por um prato de lentilhas; o prato já era: agora, uma lentilha chega.

As festas, como a procissão religiosa e o culto no templo, não ficaram imunes ao anticlericalismo - flibusteiro - jacobino da primeira república [o centenário comemorado no Barreiro com muita garra] que reprimiu a religiosidade dos barreirenses com reflexos até 1929, voltando nova repressão com o 25 de Abril de 1974, e a liberdade religiosa ao Concelho em 1995.


II


A jactância marrista [Nicolai Jakovlevicht Marr 1865/1934] é um dos muitos suportes ideológicos do actual executivo autárquico (que leva muito a sério o bolchevismo dos alfarrabistas) nos slogans e discursos espalhafatosos que são levados à exaustão em tudo o que seja o dia disto ou o dia daquilo e que nos custa os olhos da cara.


Eles têm uma vaga ideia da “línguas de classe “: o vazio palavroso em BARREIRO NOVO e ACONTECE BARREIRO é o reflexo de uma sabedoria mal-entendida da escola de Marr – criador da linguística oficial do regime soviético entre 1920 e 1950 – que considerava a génese da linguagem em função das actividades produtivas e da evolução da sociedade na “língua de classe” ou “ as línguas têm um carácter de classe “ [na sociedade capitalista falar-se-ia de modo diferente da sociedade do Homem Novo] – cito de memória aquele que “ se tornara linguisticamente doido varrido”.

III


Não querendo comparações (toda a comparação é coxa) o ACONTECE BARREIRO parece um copianço ao ACONTECE MADEIRA e da SESIMBRA ACONTECE sem pensar no ACONTECE do falecido Carlos Pinto Coelho.


IV

Nesta santa terra, não confundir com a Terra Santa (sempre roubada por todos os governos e o maldito capitalismo) devemos exigir à aldeea galega o camarro bifado - bem precisamos de muita gente com nome e prestígio!

Deos he Portugues


Deos naceo em Estremoz, / e sa may em Arrayolos: e esta he a minha voz. / E sam Pedro no Barreyro, e sam Paulo em Alcouchete, / sam Francisco em Alegrete, / e Santisprito em Pombeyro, / o sam Fernando em Punhete . / o ceo e a terra e o mar / nacerão na Golegam/ e o sol na Lourinham, / e as febres em Tomar/ e as moças na Louzam.


Auto de Gil Vicente/Janafonso o Vilão do Templo de Apolo.






































Boa tarde.