31 outubro 2006

CHACHADAS NEOCOLONIALISTAS

Estou enojado, porque ouvi há momentos na rádio, que Sócrates na sua visita a Moçambique prestou homenagem aos "heróis de Moçambique" !

Se há quem não mereça ser atacado, no acerto de contas do esquecimento premeditado da guerra colonial , o actual primeiro ministro Sócrates é um deles.

Sócrates não faz parte dos "democratas anti-guerra- colonial" que fugiram , botaram figura e valentia de Argel a Paris , nem dos inventores da "descolonização- à -portuguesa".

(ele é relativamente jovem. não são assuntos da sua geração . )

É preciso , não esquecer a história, que esses "heróis" (… ex-turras ? !) que Sócrates prestou hoje homenagem, mataram e estropiaram jovens portugueses ,

e muitos são os que continuam em sofrimento.

A guerra colonial não tem heróis e muito menos gente que mereça ser homenageada !

Homenagear uns e esquecer outros é um jogo sujo.

Um jogo sujo da "democracia - à - portuguesa" .

A geração de Sócrates, que desconhece a repressão e a guerra colonial, foi ensinada a viver e a pensar no "faz-de-conta" ;

aprenderam que a chamada FRELIMO, em Moçambique, o PAIGC na Guiné, e o MPLA em Angola , eram movimentos de libertação , só que não lhes disseram que os libertadores, com a descolonização, passaram rápidamente a malfeitores :

… “ nós os do centro, os chigondos temos a obrigação de respeitar os nossos antepassados e não nos deixarmos dominar pelos cabritos do sul, como no tempo do Gungunhane, mas sem guerra, porque como se diz aqui em Moçambique: quando os elefantes lutam quem sofre é o capim”.

Nos distritos, apesar do sentimento geral de hostilidade à Frelimo, poucas pessoas se “atrevem” a pensar na ressurreição da guerra, até porque sabem bem que é aí que “o capim” mais sofre os seus efeitos.

Por contra, o que mais preocupa as populações nos distritos é a luta diária pela sobrevivência.

Para uma parte significativa dessas populações o estado já nem é propriamente um “inimigo”, passada que foi a fase da socialização dos campos, porque se ele é notado é mais pela ausência do que pela presença.”


Afinal quem é que Sócrates homenageou em Moçambique ?

28 outubro 2006

RÉIS, CRUZADOS & LIBRAS

Cotações e mais orações … Tlim! Tlim Tlim !

Século XVI
1 cruzado <> 360 réis
Século XVII
1 cruzado <> 400 réis
Século XVIII
1 cruzado <> 2 libras e 10 soldos torneses

… e a justiça
como ele a tira n’um ai !
- Aí vai …
Tlim!
Pronta.


O DINHEIRO

O dinheiro é tão bonito,
Tão bonito, o maganão!
Tem tanta graça o maldito,
Tem tanto chiste o ladrão!
O falar, fala de um modo…
Todo ele, aquele todo…
E elas acham-no tão guapo !
Velhinha ou moça que veja,
Por mais esquiva que seja,
Tlim!
Papo.

E a cegueira da justiça
Como ele a tira n’um ai !
Sem lhe tocar com a pinça ;
É só dizer-lhe: - Aí vai …
Operação melindrosa,
Que não é lá qualquer cousa;
Catarata, tome conta !
Pois não faz mais do que isto,
Diz-me um juiz que o tem visto:
Tlim
Pronta .


Nessas espécies de exames
Que a gente faz em rapaz,
São milagres aos enxames
O que aquele demo faz !
Sem saber nem, patavina
de gramática latina,
Quer-se um rapaz d’ali fora ?
Vai ele com falinhas,
Tais gaifonas, tais coisinhas…
Tlim!
Ora…

Aquela fisionomia
E lábia que o demo tem !
Mas n’uma secretária
Aí é que é vê-lo bem!
Quando ele de grande gala,
Entra o ministrio na sala,
Aproveita a ocasião:
“Conhece este amigo antigo ?
- Oh meu tão antigo amigo!
(Tlim!)
Pois não !


"in"
João de Deus
Campo de Flores
"O dinheiro"
1893

27 outubro 2006

CORPORAÇÕES DA IDADE MÉDIA


DIÁLOGOS NA MINHA BIBLIOTECA
COM OS MEUS CÃES E LIVROS

( os juízos contribuem para a baixa produtividade Nacional ?)

Quando se pergunta:

quanto custa ao Estado, em termos de produtividade, um juiz ?

Um magistrado do Ministério Público?

Qual a produtividade de cada um destes elementos no desempenho dos respectivos
cargos?

Quais os rácios entre o que o Estado gasta em recursos humanos judiciários e a utilidade do que produzem?

São perguntas incómodas e impertinentes e, como tal, não têm resposta.

( incómodas e impertinentes sem resposta depois de trinta e dois anos de uma
Revolução?)

Claro que a Justiça em Portugal necessita de dar uma volta.
A primeira missão que se impõe não é de mexer no processo penal.
Antes, como necessidade básica, impõe-se reformular a Organização Judiciária.

(assim, fica notório, que os grandes lobos - perdão queria dizer lobis - da advocacia, enganam e confundem premeditadamente a opinião pública quando falam na urgência de rever o código do processo penal;
quantos juízos andam metidos nestas andanças do Supremo Tribunal de Justiça?)

É inconcebível, num País que se diz civilizado e tanto se ufana da progressista legislação que produz, a existência de um Supremo Tribunal de Justiça com perto de cem-juízes conselheiros e de um Supremo Tribunal Administrativo com dotação quase equivalente, como é inconcebível que o primeiro ande a julgar matéria de facto, quando devia confinar-se à apreciação do direito, deixando a factualidade para as Relações.

(tanta gente não é uma aberração?
Portugal com 10 milhões tem 100 juízes no Supremo Tribunal de
Justiça - outros tantos no Administrativo - , os Estados Unidos da América com 293
milhões deve ter aí uns 2930 juízes? )

Mas a quem aproveita esta situação aberrante, se consideramos que a maior potência do mundo, os Estados Unidos da América, têm no Supremo Tribunal pouco mais que uma dezena de juízes?

( pensava eu que o Estado não tinha mão, unicamente, nas corporações sindicais dos
professores,
falamos de erário público deve haver um ou mais Sindicatos metidos nisso?)

Sem dúvida à corporação dos juízes, na medida em que só os lazarentos deixam de ir a conselheiros, e à sua Associação Sindical, que assim garante a sua sobrevivência ao poder satisfazer a vaidade da clientela.
Não aproveita, seguramente, ao rápido andamento da justiça.

(tantos Conselhos Superiores num pequeno País; como são avaliados?)

E por que não haver uma só magistratura subordinada a um único Conselho Superior, em vez de três corpos de magistrados – judiciais, administrativos e do Ministério Público – regidos por três Conselhos Superiores Distintos?
A unidade permitiria uma apreciação global dos problemas da Justiça, a uniformidade do respectivo planeamento, a gestão dos meios disponíveis e adequados à sua satisfação e a avaliação equilibrada dos méritos e deméritos dos magistrados.

(como se organizam nesta anarquia organizada?)

A realidade dos três Conselhos Superiores, transformados em capelinhas de amigos, cada um deles a puxar a brasa à sua sardinha, não concorre para a eficácia e o prestígio da justiça.

(e o ai-jesus da esquerda, o Tribunal Constitucional, como vai?

E que dizer de um Tribunal Constitucional marcado à nascença pelo vício da composição partidária, de que os seus juízes não se livram por mais isentas que sejam as suas decisões? Para salvaguarda dos direitos constitucionais seria suficiente um tribunal composto por juízes dos Supremos Tribunais Judicial e administrativos eleitos pelos seus pares.

(e os famosos recursos?)

Como é possível que um fabiano que viola uma regra do Código da Estrada tenha direito de recurso até ao tribunal da relação?
Não bastaria o recurso até ao juiz de direito do acto das autoridades policiais ou administrativas nesta matéria?
Claro que seria suficiente garantia da legalidade no caso concreto.

(como reformar a “justiça à Portuguesa”, com malha larga para uns e apertada para outros?)

A reforma da Justiça Portuguesa só deve operar-se no sentido de fornecer aos magistrados e investigadores os meios legais, técnicos e científicos indispensáveis à eficaz perseguição do crime e dos criminosos.
O combate ao crime, designadamente ao crime económico e à corrupção, é uma prioridade para a sanidade política das instituições.

Bibliografia:
José Marques Vidal
justiça em crise ?
quetzal editores
janeiro2004

26 outubro 2006

REPÚBLICA DE CORONEIS

I

A História ensina :

Sem Liberdade não há Progresso
Sem Justiça não há Democracia
Sem Democracia não há Liberdade.

Se :

Em Portugal não há Justiça!

Resulta :

Portugal sem Justiça, não tem Progresso
Portugal sem Progresso não tem Democracia.

…um problema, sem resolução desde o século XVII ?

II

Conclui-se:

(…se o velho Marquês de Pombal viesse agora a Lisboa, morreria novamente com o que via,
mas, se entrasse num Tribunal, não morreria com o que via - encontraria tudo na mesma )

III

enfim, a justiça tem navegado, como o resto do País, à bolina , crente na capacidade de desenrascanço de quem a dirige…
De onde o poder concluir-se que a crise da justiça é real, vem de longe, e que neste caso as aparências não iludem.”
(“in” justiça em crise?José Marques Vidal )

IV


Em 1976, Cunhal ao falar da Banca e de créditos, dizia:

“na Banca (…) política discriminatória de crédito, mostraram como o capital financeiro usava o seu poder no sistema bancário para causar dificuldades à economia portuguesa e apoiar as forças reaccionárias.”

Trinta anos depois, o crédito reaccionário é reciclado, passa a lixo processual , torna-se numa coisa de vândalos e entope o bom funcionamento e a ineficiência dos Tribunais.

Assim pensa, no século XXI , o novo presidente do quarto órgão de soberania (o mais importante da Organização do poder politico da República Portuguesa) o Supremo Tribunal de Justiça.

V

... afinal de contas, a prescrição dos processos das FP/25abril, Fundo Social Europeu, UGT, Partex, Caixa Funchalense, Hemofílicos, Costa Freire etc.etc…e o “da Casa Pia que vem a seguir " é da responsabilidade do crédito mal parado das seguradoras, leasings, cartões de crédito, telemóveis, TVcabo, Netcabo e mais uns vândalos ?

VI
O que pensam os Partidos de esquerda ? E os da direita ? E os do meio ?
Quem se oferece para estar ombro a ombro com o actual presidente do Conselho Superior de Justiça ?

24 outubro 2006

GANGSTERISMO

Um dia destes ouvi um sindicalista profissional a falar com tanto ódio e veneno – creio que era
dos professores” – (os sindicalistas dos sindicatos do Patrão – Estado são tantos a falar nas televisões e tão conhecidos pelas caras, como os melhores artistas de TV, dirigentes da Bola e jogadores da mesma, putos dos morangos, telenovelas, malucos do riso, sei lá que mais … até os confundimos!)

que veio à minha memória, o episódio da Neide – do - Bacalhau.

Esta história recente, com peixe miúdo, é apenas uma das pequeníssimas amostras, do assalto sistemático e organizado à Instituição – Estado.

Aqui vai:

O episódio passou despercebido à maioria do pessoal, mas o Porco é bicho que gosta de remoer as coisas, pelo que aqui vai a epopeia da Neide com bacalhau e tudo.

A Neide é uma brasileira que estava sossegada a servir às mesas do restaurante Sr Bacalhau do Colombo em Lisboa.

Ao tasco, ia lá almoçar amiúde, o Sr Dr Ernesto Moreira, Director do Departamento de Administração Geral do Instituto de Gestão Financeira e Patrimonial da Justiça, ufa!

O nosso Ernesto engraçou com a Neide do Bacalhau, e mais bacalhauzada menos bacalhauzada, o bom do Ernesto viu que por ali a Neide era mal empregada.

Avaliou aquilo de alto a baixo, e zás concluiu que faltava Neide no património do Estado Português.E se bem a mastigou, melhor a engoliu.

Sugeriu à Neide um lugarzito, mandou-a concorrer e seleccionou-a.

A Neide foi então "Requisitada pelo Estado" por despacho estatal e publicado em diário da república, sem qualquer concurso público, que foi dispensado, dada a urgência e supremo interesse que o Estado tinha na Neide.

A nossa Neide saltou assim do bacalhauzito para "Coordenadora do Departamento de Logística do Depósito Público de Vila Franca de Xira" com 1700 mocas por mês (340 contitos, mais regalias).

O Independente achou piada à dispensa do concurso e foi ver da Neide.

E chapou com a Neide na primeira página de há 15 dias atrás. (Janeiro2006)

Foi um gozo.

Eu que ia em viagem de carro ouvi o desenrolar de tudo pela rádio, em noticiários sucessivos. Um delírio puro, só não me despistei de tanto rir por mero acaso.

É que os jornalistas foram ouvir o Sr Dr Ernesto Moreira, que falava do supremo interesse do Estado pela Neide e explicava juridicamente a necessidade do regime de requisição e mais, redundou que era a candidata com melhores habilitações e que tinha a experiência profissional da logística dos seis restaurantes Sr Bacalhau.

A rádio (des) largou-o e telefonou à gerência do Sr Bacalhau.

Que não, que Logística não serviam, a especialidade deles era mesmo bacalhau, cujos tascos era independentes e que a Neide era uma boa empregada de mesa sim senhores.

Voltaram ao Ernesto.

O Ernesto falou de uma licenciatura em Geografia e balbuciava qualquer coisa sobre Vila Franca de Xira. Depois teve o bom senso de se calar.

Isto tudo de manhã.

À tarde o Ernesto ia à vida, o Presidente do IGFPJ idem aspas aspas, mais um ou dois responsáveis e a Neide.

O Sócrates, acossado, mandou tudo pró olho da rua, logo na tarde da Sexta em que saiu a noticia.

Nós devíamos candidatar-nos ao Guiness mostrando ao Mundo que podemos estar sempre a bater no fundo!

O fundo em Portugal não tem limites!

08 outubro 2006

BALADA DITIRÂMBICA



DO PEQUENO E DO GRANDE FILHO-DA-PUTA

I

o pequeno filho-da-puta
é sempre
um pequeno filho-da-puta;
mas não há filho-da-puta,
por pequeno que seja,
que não tenha
a sua própria
grandeza,
diz o pequeno filho-da-puta.

no entanto,há
filhos-da-puta
que nascem
grandes
e
filhos-da-puta
que nascem
pequenos,
diz o pequeno filho -da - puta.

de resto,
os filhos-da-puta
não se medem aos palmos,
diz ainda
o pequeno filho-da-puta.

o pequeno
filho-da-puta
tem
uma pequena
visão das coisas
e mostra em tudo quanto faz
e diz
que é mesmo
o pequeno filho-da-puta.

no entanto
o pequeno filho-da-puta
tem orgulho em
ser
o pequeno filho-da-puta.

todos
os grandes filhos-da-puta
são reproduções em
ponto grande
do pequeno filho-da-puta,
diz o pequeno filho-da-puta.

dentro do
pequeno filho-da-puta
estão em ideia
todos os
grandes filhos-da-puta
diz o pequeno filho-da-puta.

tudo o que é mau
para o pequeno
é mau
para o grande filho-da-puta,
diz o pequeno filho-da-puta.

o pequeno filho-da-puta
foi concebido
pelo pequeno senhor
à sua imagem e
semelhança,
diz o pequeno filho-da-puta.

é o pequeno
filho-da-puta
que dá ao grande
tudo aquilo de que ele
precisa
para ser o grande filho-da-puta,
diz o pequeno filho-da-puta.

de resto,
o pequeno filho –da-puta vê
com bons olhos
o engrandecimento
do grande filho-da-puta:
o pequeno filho-da-puta
o pequeno senhor
Sujeito Serviçal
Simples Sobejo
ou seja, o pequeno filho-da-puta.

II

o grande filho-da-puta
também em certos casos começa
por ser
um pequeno filho-da-puta,
e não há filho-da-puta,
por pequeno que seja,
que não possa
vir um dia a ser
um grande filho-da-puta,
diz o grande filho-da-puta.

no entanto, há
filhos-da-puta
que já nascem
grandes
e
filhos-da-puta
que nascem
pequenos,
diz o grande filho-da-puta.

de resto,
os filhos-da-puta
não se medem aos palmos,
diz ainda
o grande filho-da-puta.

o grande
filho-da-puta
tem
uma grande
visão das coisas
e mostra em tudo quanto faz
e diz
que é mesmo
o grande filho-da-puta.

por isso,
o grande filho-da-puta
tem orgulho em
ser
o grande filho-da-puta.

todos
os pequenos filhos-da-puta
são reproduções em
ponto pequeno
do grande filho-da-puta,
diz o grande filho-da-puta.

dentro do
grande filho-da-puta
estão em ideia
todos os
pequenos filhos-da-puta,
diz o grande filho-da-puta.

tudo o que é bom
para o grande
não pode
deixar de ser igualmente bom
para os pequenos filhos-da-puta,
diz o grande filho-da-puta.

o grande filho-da-puta
foi concebido
pelo grande senhor
à sua imagem e
semelhança,
diz o grande filho-da-puta.

é o grande
filho-da-puta
que dá ao pequeno
tudo aquilo de que ele
precisa
para ser o pequeno filho-da-puta
diz o grande filho-da-puta.

de resto,
o grande filho-da-puta vê
com bons olhos
a multiplicação
do pequeno filho-da-puta:
o grande filho-da-puta
o grande senhor
Santo e Senha
Símbolo Supremo
ou seja, o grande filho-da-puta.




in

Discurso sobre o filho-da-puta

de

Alberto Pimenta

Abril1991 Fenda Edições

edições portuguesas:

1977/Teorema,Lisboa
1979/RJ, Lisboa
1981/RJ, Lisboa
1987/Centelha, Coimbra

estrangeiras:

1980/italiana,Scheiwiller,Milão
1983/brasileira,Codecri,Rio de Janeiro
1990/castelhana,Vítor Orenga,Valência
1990/catalã,Amos Belinchón,Valência
PS:
Há uns dias vi, por acaso, num dos canais de TV, o Alberto Pimenta.
Quem o conhece ?
Quem se lembra dele ?
Não o esqueço !
Nunca esqueço
os que são
politicamente incorrectos
e fora do baralho .

07 outubro 2006

TEMPO QUE PASSA

As coisas, a partir de agora, passariam a ser assim – diziam os palhaços:

Deixava de dar ordens aos bichos, a torto e a direito, meter-me na vida dos palhaços, ser imprescindível (ainda bem…os cemitérios estão cheios deles), em compensação não as receberia, e ficava livre do circo.

É uma boa troca.
(não hesitei.)

Que se lixem as ordens!

Negócio fechado, disse eu.

Foi uma alegria no circo.

Eu, os palhaços, a hiena intriguista, o chacal choramingas, o porco grunhidor, a vaca –galo, a galinha manhosa, o burro medricas, o pato sabujo (bravos e mansos), e mais bicharada, ficámos eufóricos com o negócio do século – ainda agora começou – riamos, dávamos saltos de alegria, com muitos beijinhos e abraços.

Pela minha parte, nem queria creditar. Estava disponível para mim e para os cães.

(entretanto, viciado em palhaçadas, os cães de quatro patas proporcionavam-me continuar a dar ordens e a não discutir direitos adquiridos.)

Uma maravilha de vida calma e tranquila.
Mar. Muito mar.Ondas.Praia.Campo.Árvores. Muitas árvores.Fonte.Água fresca.

Aprendi a escutar o silêncio.

Isto, até ao dia, em que criei o barreiro velho.

Confesso que desconhecia, que um blog por mais estúpido ou inteligente, com o tempo passa a ter vida própria.

Com o tempo, o blog emancipa-se, ninguém tem mão nele, e ele tem-nos na mão!

O blog cresce, torna-se bulímico, e o dono compulsivo em alimentá-lo.

Perante isto, pensei: este sacana está a dar cabo de mim!

Então tomei uma decisão drástica – só volto quando quiser
(nem sabia o que me esperava).

Num intemporal e violento braço-de- ferro, entre mim e o barreiro velho, perdi
…e este sacana venceu!