27 dezembro 2005

ALIMENTAR UM BLOG

Gosto de postar neste blog.
Criar o blog foi muito fácil.
Escrever no blog é, mais ou menos, fácil; depende do estado de espírito, disponibilidade e do que há para dizer.
Sempre, se escreveu. Para dizer coisas, ou massajar o ego.
Nos escritos, uns ficam, outros vão.
A maior parte, escreve para a gaveta. É a vida!
São estes, os que escrevem para a gaveta, que agora têm a oportunidade de “publicar “o que pensam.
O interesse na leitura é sempre relativo, para quem lê um blog, ou qualquer outra coisa.
Curiosamente, nos blogs mais mediáticos, os que neles escrevem, não são conhecidos pelos seus blogs, já o eram, à excepção de uma meia dúzia deles.
Os blogs mediáticos, tornaram-se assim num outro braço de auto-promoção e reforço de fonte de rendimento dos seus “donos”.
Fazem bem.
É bom aprender a respeitar o capital intelectual, alimentar um blog, e ficar a saber que as coisas da escrita, não são assim, tão evidentes.
Dá trabalho.

19 dezembro 2005

DECIDI ESTE CAMINHO

Na impossibilidade de passar a minha mensagem, de que não há cultura sem diálogo, decidi que o mais adequado seria trazer para fora do local onde se deveria discutir as questões reais de como pode sobreviver a Cooperativa Cultural Popular Barreirense no seu projecto de divulgação de actos culturais, do e no, Barreiro.
Decididamente, não tenho dúvidas que a presença de alguém que questionou os corpos gerentes de actos de gestão não é pessoa com interesse para a Cooperativa Cultural.
Se assim não fosse, no seguimento das Assembleias Gerais, a anterior Direcção da Cooperativa ter-me-ia chamado para esclarecer em pormenor as questões relacionadas com a periclitante indefinição dos recursos financeiros da Cooperativa.
Seria desta forma encostado à parede : agora que estamos aqui vais pormenorizar como é que vamos sobreviver financeiramente !
Seguirão os actuais corpos gerentes a mesma interpretação ? Não tenho razões para pensar que algo mudou.

TALVEZ FAÇA ISTO

Confrontar os eruditos da Cooperativa Cultural com a expressão, ouvida num dos debates para Presidente da República:
DOIS HOMENS SÉRIOS COM A MESMA INFORMAÇÃO, CHEGAM SEMPRE A ACORDO. Concordam?
Será que tenho pachorra? Merecerá o desgaste?
Parece-me que vou arranjar mais sarilhos. Ganhar mais uns inimigos, tem sido a minha especialidade nos últimos anos.
Não pôr lá os pés, como o tenho feito desde a última Assembleia Geral, é outra alternativa. Talvez a mais racional.
Estou indeciso!

APRECIAR E DISCUTIR

Hoje, dezoito mêses depois, realiza-se a Assembleia Geral da Cooperativa Operária Barreirense para apreciar e votar o plano de actividades e orçamento; discutir e votar a autorização de arrendamente do 5º e da garagem.
O plano aprecia-se a autorização para arrendar património discute-se.
Estamos perante critérios divergentes e sem sentido.
Ou se discute ou se aprecia!
Apreciar o quê ? Um plano e um orçamento ?
Estes assuntos são para análise ,discusão e votação.
São questões importantes que definirão o futuro da actividade da Cooperativa.

E A ISTO ?

No prédio novo da Cooperativa realizou-se em 29 de Junho de 2004 a primeira Assembleia Geral da Cooperativa Cultural Popular Barreirense. Ponto único: Discussão e votação de uma proposta da Direcção para autorização da compra de duas fracções autónomas do prédio construído no terreno que foi propriedade da Cooperativa.
Lá estava eu!
Questionar o porquê do espaço da Cooperativa encontrar-se em dois pisos e a razão de existir um espaço de garagem … dá complicações para quem o faz. Eu que o diga!
Questionar que o 5º piso e a garagem, deviam ser rentabilizadas, é mesmo de quem só vê números.
É um diálogo inconsequente.
Mais uma vez no silêncio sepulcral da Assembleia, ouvi uma voz “salvadora” que questionava da irrealidade, face à actividade da Cooperativa de manter um andar no 5ºpiso. Para quê? Na rua sou abordado pelo mesmo interveniente, que não me conhecia, e me disse não ter muita paciência para estas coisas de Assembleias na Cooperativa, que dava aulas numa Universidade no Norte e que a minha intervenção tinha – o espicaçado e não se conteve. Ainda bem!
Um director que acompanhava o professor, ainda me disse: não imagina o que eu tenho passado com estes gajos!
Ainda fiquei mais confuso.
Cheguei a casa por volta da uma da manhã. Às quatro da manhã ainda rebolava na cama sem sono.
Não tens mesmo juízo! Ouvia eu!

QUE FAZER A ISTO ?

Recordo que fui convidado para cooperante, ainda o actual prédio estava em construção, e as reuniões realizavam-se no Centro Comercial Guinot.
A participação dos cooperantes (na primeira Assembleia Geral em que estive presente) limitava-se a um punhado, a maioria corpos gerentes, com mais um ou dois loucos, dos quais eu.
Os loucos eram os que intervinham.
Nesta primeira, em 22Dezembro2003, questionei o PLANO DE ACTIVIDADES E ORÇAMENTO PARA 2004, que uns dias antes tinha pedido à Direcção.
A questão principal era saber como obter receitas numa cooperativa sem produção? Estava entusiasmado em por à prova os meus conhecimentos profissionais de gestor comercial.
Mais confusão gera esta questão, quando falamos de uma cooperativa cultural.
A cultura aqui é virtual, os cooperantes não produzem, quer dizer que não existe um produto negociável com valor acrescentado.
Onde vai então a Cooperativa buscar os seus recursos financeiros?
A resposta encontrava-se no chamado Sector Comercial, com uma receita de 11500€.
Só em livros vendiam 5000€ ano o que corresponde, com boa vontade, a 1 livro por dia.
Com o Bar recebiam 4000 € ano o que dá de receita qualquer coisa como 11€ dia.
A Galeria tinha de proveitos 2500€ o que daria 200€ mensais de rendimento.
O rendimento da galeria de exposições, provinha do que chamavam … comissões. Seria assim: quem expusesse os seus trabalhos pagaria uma comissão sobre as vendas. E se não vendesse nada? Desconheço a resposta.
Neste orçamento constava a contrapartida no valor de 30.000€, como receita, por permuta do terreno da Sede. Estas rubricas são sempre polémicas pela subjectividade e a complexidade de qualquer negociação, pois arrastaria consigo outras questões, tais como o espaço da cooperativa estar distribuído por dois andares o 1º e o 5º e não ter ocupado o r/c?
Havia mais 23555€ relativo a “apoios de entidades oficiais e outros”. Perguntado … como é? Constatou-se que não passava de uma rubrica de fértil imaginação. Não havia apoios de ninguém.
Explicitamente havia uma rubrica de 7000€ relativa “apoios para actividades culturais”. De quem? Que garantias? Não havia nada de concreto.
Cooperadores entrariam cem, para uma receita de 1500€.
No meio de um silêncio sepulcral, ouvi as palavras do presidente da assembleia-geral: “ o que disseste são também as minhas preocupações”. Foi o único que reagiu. Um alivio para mim. Estava no meu perfeito juízo. O silêncio sepulcral continuou.
Cá fora, na rua, sou abordado por um director que me diz: “Não deixo de estar de acordo com as suas observações. A situação é preocupante.”
De regresso a casa, penso:” continuas o mesmo, não tens juízo!”

APRENDER COM MATIAS AIRES

REFLEXÕES SOBRE A VAIDADE DOS HOMENS
O homem de uma medíocre vaidade é incapaz de premeditar empresas, nem de formar projectos : tudo nele é sem calor: a sua mesma vida é uma espécie de letargo; tudo o que procura é com passos vagarosos, cobardes, e descuidados; porque a vaidade é em nós como um espírito dobrado, que nos anima, por isso o homem, em que a vaidade não domina é tímido, e sempre cercado de dúvida, e de receio ; a vaidade logo traz consigo o desembaraço, a confiança, o arrojo, e a certeza. Presume muito de si quem tem vaidade, por isso é confiado; não presume de si nada quem não tem vaidade, por isso é tímido. A vaidade nos faz parecer, que merecemos tudo, por isso empreedemos, e conseguimos às vezes; a falta de vaidade nos faz parecer, que não merecemos nada, por isso buscamos nem pedimos. Este extremo é raro, o outro é mui comum; daquele se compõe o mundo, deste o Céu.

O CULPADO

Cansa desancar permanentemente nos partidos, nos políticos e nos autarcas como responsáveis de todos os males que colocaram o Concelho do Barreiro, nestes últimos trinta e um anos na cauda do desenvolvimento e da modernidade no Distrito de Setúbal.

Curiosamente encontro similitudes do Barreiro para o Distrito de Setúbal como de Portugal para a Europa dos quinze, no atraso em desenvolvimento e modernidade. Sofrem do mesmo mal.

E o que há de comum nesta similitude? Há o mesmo empecilho.

O empecilho tem nome e a culpa. O culpado chama-se: MENTALIDADE.

A agravar a situação, o empecilho no Concelho do Barreiro, está actualmente muito versátil, o que o torna ainda mais perigoso e epidémico.

Com diversas mutações, o empecilho, apresenta-se em: mentalidades doentias, mentalidades de má-fé, mentalidades de ignorância e mentalidades Pavlovianas .

Acontece, que os homens sábios têm medo do empecilho e horror em falar dele, e não são poucos os que dele vivem.

É complicado!

18 dezembro 2005

PRIMEIRO DIA

Hoje, é o primeiro dia, de uma quantidade deles que desconheço.
A blogomania é uma mania. Ainda bem! Se assim não fosse, muitos, os maníacos, andariam a escrever como nos velhos tempos, nas portas das retretes. Os mais atrevidos recorreriam às paredes. Abaixo o fascismo . Greve. Luta. Tarrafal. Presos políticos. Imperialismo. Colonialismo. Sei lá que mais.
Bons tempos! Tempos diferentes.
Nos tempos modernos, os caros outdors políticos substituem as portas e as paredes. Quem os paga, quer ter o mesmo efeito e dizer quase o mesmo com outras palavras. Não o consegue.
Como sempre, assim o será, os menos atrevidos não escrevem. Nem nas retretes, nem nas paredes e não têm outdors. Falam muito! Desabafam. Aliviam. Não dizem nada!
Os outros, os que não falam, ou falam pouco, tomam uma qualquer coisa para dormir. Uns e outros não sabem ao que andam. É pena . Pela minha parte vou utilizar a net e este blog. Como sempre não tomarei nada para dormir.