30 março 2006

MÁS INFLUÊNCIAS

O Partido Comunista/Barreiro (aliado a uma mentalidade ancestral) conseguiu, com muito sucesso implantar, modos de raciocínio, mitos e rituais políticos.

Sem contraditório gerou (nos outros) a “ansiedade de influência”.

A “ansiedade de influência” fez e faz – quase tudo“pensar à pcp”.

Mesmo que pense mal e decida pior

perca eleições.

não tem adversários à altura.

Conseguiu com a “ansiedade de influência” a inexistência da “direita assumida” e

ter a vida facilitada com a “esquerda envergonhada”.

Não ser de esquerda é crime

ser de direita é pior!


Decidiu.

Está decidido!

O PCP/Barreiro é um autêntico Tribunal Constitucional (da esquerda e da direita)

com poderes absolutos para decidir onde as coisas começam e acabam.

28 março 2006

TRIBALISMO

O Partido Socialista/Barreiro foi a eleições para escolher o líder da Comissão Politica Concelhia.

(concorreram duas ementas
com ingredientes que me dão azia)


Candidatos Mandarins. Nomenklatura.
Séquito. Muitos amanuenses.

Ganhou a que tinha menos de tudo.

Provavelmente foi o acaso.
Talvez não!

(se tivesse direito a voto, mesmo com azia, votaria na ementa do jovem
a outra ementa a concurso tinha perecíveis fora de prazo)


O jovem tem um discurso que me dá confiança.

Todavia apreciaria mais se ele tivesse optado pelo risco.

Com risco dava um novo alento ao "barreiro-político".

E dava ao Partido Socialista /Barreiro o prestígio de que necessita.

(no entanto compreendo que um pasteleiro só faz bolos com os ingredientes que dispõe
veremos depois à mesa se os barões e comensais são de boa boca)

22 março 2006

RECORDAR A ELITE BARREIRENSE

Vi hoje no Notícias do Barreiro, que a CMB teve a iniciativa de comemorar o nascimento de Augusto Cabrita.

Deram apoio a Cooperativa Cultural Popular Barreirense e o Cine Clube do Barreiro.

Evocar o aniversário de Augusto Cabrita, se fosse vivo faria oitenta e três anos, aceito e compreendo.

Não entendo é como aparece o CCB e CCPB nesta evocação.

A CMB tem legitimidade, é um dos seus atributos, evocar quem fez parte da velha elite Barreirense.

Deduzo que o CCPB aparece porque cedeu as instalações.
É um critério.

O CCB aparece, certamente, pelo homenageado ser um dos fundadores.
É um critério.

Gostaria mais se fosse o CCB a ter a iniciativa de homenagear um homem de cultura e seu fundador.

Gostaria mais se fosse o CCPB a comemorar o nascimento de um barreirense, vulto nacional e internacional.
Tê-lo como referência para as suas actividades culturais.

Em todo o caso estou de acordo que a CMB evoque quem quiser.

Espero que estas evocações não sirvam outros interesses.

Conheci o Augusto Cabrita.

A diferença de idades é grande.

Falámos a sós várias vezes.

Para quem não o conheceu, direi que não tem nada a ver com o tradicional camarro.
Intolerante. Esquerdista. Fanático.

Augusto Cabrita era um homem muito afável, culto, e de grande sensibilidade.

Dialogante, respeitador de opiniões.

Muito humano. Não era homem de "politicas".

Não esquecerei, o dia em que saímos do autocarro, rumo à estação dos barcos.
Ele para a RTP eu para a Ajuda.

Disse-lhe que estava mobilizado e que dentro de dias partiria no "Rita Maria " rumo à Guiné.

Parou.

Olhou para mim e disse-me.

Preferia ser morto a matar!

(Impressionou-me. Ficarei sempre convicto que me falou com sinceridade.)

Já depois da Revolução, em 75, encontrei-o na "Taberna do Empossado", em Alfama.
(Um restaurante (ex-de luxo ) que tinha sido ocupado pelos trabalhadores. )

Cada um ia acompanhado da sua gente.

Demos um fervoroso abraço de cumprimentos.

De regresso à mesa perguntam-me ;conheces o Augusto Cabrita?

Sim!

É do Barreiro!

(Respondi com vaidade.)

Naquela época, idolatrávamos a nossa terra.

Tínhamos orgulho em ser do Barreiro.

Velhos tempos!

21 março 2006

REVOLUCIONÁRIOS SEM REVOLUÇÃO

a caminho de casa encontro, colada nos pilares do Forum, a convocatória guerreira e inflamada das velinhas acesas.

JUNTOS PELA
PAZ
Sexta feira, dia 21,
A partir das 20 h 30 m
TRAZ UMA VELA E
ACENDE-A JUNTO À
ESTÁTUA ALFREDO
DA SILVA
Não faltes e traz um
amigo também!

As letras em baixo eram muito miúdas.

De noite mal via.

A curiosidade era muita.

Fui a casa buscar os óculos.

Saí novamente!

Os cães ficaram com caras de estúpidos (sim porque os cães têm cara e não focinho como dizem).

Sair outra vez!

Anda!
…o dono vai ver uma coisa!

Pus os óculos, de meia lente, para ler.

O momento não era para menos.

Fiquei impressionadíssimo!

Havia de tudo.

Uns que não sabem fazer outra coisa.
Outros não.

Eram para aí, uns trinta nomes.

Só via presidentes, disto e daquilo.

Os jornais do Barreiro estavam todos.
Uns, na qualidade De.
Outros, não na qualidade De.

Os Autarcas estavam em maioria.

Doutores engenheiros e afins.

Um trabalhador!
Um trabalhador fica sempre bem.

Médicos não faltaram.
Os mesmos de sempre.

Já me esquecia!

Faltavam os padres.

Havia dois.

Bendita a terra que tais filhos tem.

Amém!

AMERICANÓFOBOS

Faz hoje três anos a estátua de Alfredo da Silva encheu-se de velas.

Daquelas pequeninas, redondas, em alumínio, com um dedo de altura.

Com chama tímida e minorca.

Não eram velas de cemitério. Eram iguais às de Fátima.

A igreja da Senhora do Rosário em dias de procissão também as usa.

Lindo de ver.

Eram mais ou menos oito e tal da noite do dia 21 de Março de 2003.

Andava a passear, com os meus amigos de quatro patas, e pensei que tivesse havido algum milagre no Barreiro.

Talvez fosse em homenagem ao Alfredo!

Fiquei com dúvidas.

O Alfredo não morreu a 21, mas a 22, de Agosto de 1942, era muito cedo e também tarde para homenagens.

Disseram-me então que era por causa daqueles malandros.

Eu concordei. Malandros!

Aqueles gajos finórios da Casa Pia! A Justiça do lado deles!

Qual Casa Pia! Os Americanos!

Filhos da puta atacaram o Iraque!

Queremos Paz!

e quando os russos atacaram o Afeganistão?
…também a URSS se sentia investida da missão de transformar o mundo!


Nem cheguei a acabar e já estava desfalcado, em menos de cinco minutos, de uns bons dois ou três amigos.

Já ia longe e ainda ouvi, mal e porcamente: …o pai dele até vestia ganga!

Traidor!

15 março 2006

CORROER O ESTADO DEMOCRÁTICO

Não há democracia sem liberdade de expressão e direito de oposição.

Os políticos e os partidos são parte integrante da democracia na civilização Ocidental.

"esquerdas- direitas- centros" em democracia respeitam o voto.

Nas eleições. Nos plebiscitos. Nos referendos.

O acto oficial da tomada de posse do Presidente da República Portuguesa, na Assembleia da República é sempre um momento alto da democracia.

O comportamento agressivo na Assembleia da República, da esquerda radical estalinista e extrema-esquerda da V Internacional (assente na postura ostensiva da indiferença) como resposta à decisão soberana do Povo em eleger Cavaco Silva, confirma que o PCP e o BE não estão interessados na soberania una e indivisível do povo.

Desacreditar o estado democrático e as instituições continua a ser possível numa sociedade sem espírito crítico e com baixo grau de cidadania e de liberdade.

14 março 2006

REJUVENESCER O BARREIRO

Em cada 10 portugueses, 6 nasceram depois do 25 de Abril de 74.

Todavia persiste uma geração na faixa etária dos 55/65 anos, que recusou aos jovens, partilhar a politica, a cultura ou o associativismo.

Agarraram-se como lapas durante anos às suas capelinhas e não as querem largar.

Tornaram-se empedernidos, insubstituíveis e presunçosos.

Uns fazem-no como modo de vida. Outros matam o tempo.

Hoje, mais velhos e reformados lutam contra o rejuvenescimento.

Chegou a oportunidade da geração jovem de Abril, (que usava cueiros e fraldas ou andava de calções no dia 25) decidir uma vez por todas, de colocar efectivamente na reforma a actual geração de “reformados” que tudo fazem para perpetuar tempos passados.

11 março 2006

NOMENKLATURA

É condição para fazer parte da nomenklatura tomar uma autarquia.

Não acontece por acaso que as lutas inter-partidárias ( calendarizadas) tornarem-se fratricidas e violentíssimas com vista ao assalto autárquico.

Quem domina uma autarquia domina uma parte do partido.

Quem domina uma parte do partido domina clientelas.

Quem domina (as suas) clientelas (com o acerto de contas) tem mais facilidade em assegurar o poder.

A sustentar o trio (autarquia/partido/clientelas) a nomenklutura criou com sucesso uma mentalidade institucionalizada apoiada no politicamente correcto; defender sem discussões o poder autárquico (tal como está) como um marco da democracia e do poder popular.

Nada de mais errado. A história o confirmará.

A quem competirá reformar a nomenklatura?

10 março 2006

OS MANDARINS

Um dos descréditos que dificulta a evolução do Barreiro está na consanguinidade de casta Mandarim dos nossos políticos.

Os partidos mais representativos PSD/PS/PCP, que tomam conta do Barreiro, pertencem os três à mesma casta e cada um tem os seus Mandarins.

Os Mandarins são engenhosos, bem posicionados e relacionados no dá-cá-toma-lá, dos equilíbrios políticos.

Aparecem e desaparecem, estrategicamente, num esfregar de olho.

Um respeitável Mandarim, mais exigente, equilibra-se com um pé na política, e o outro nas Empresas Municipais, Intermunicipais e Regionais; os Mandarins mais modestos contentam-se com assessorias, nisto ou naquilo.

Consta que os Mandarins respeitáveis estão bem remunerados e que os valores rondam mensalmente os 7000 €, mais mordomias, mais carros de luxo.

Se é verdade, duvido que algum dos Mandarins auferisse na privada, o que aufere nas empresas públicas, de capitais públicos ou de capitais maioritariamente públicos.

Os simpáticos Mandarins dão muitos beijos e palmadas nas costas do Povo.

O Povo gosta muito deles!

09 março 2006

O BARREIRO E AS SUAS ELITES

O Barreiro não tem elites!

As elites fazem-se com o tempo, instrução, cultura e desempenho profissional reconhecido.

Um dos graves problemas, no Barreiro, é a ausência de elites.

O Barreiro nunca desenvolverá se não tiver as suas elites.

Sem elites não há desenvolvimento.

Com graves consequências, a longo prazo, o espaço das elites está a ser ocupado pelo elitismo.

O elitismo discrimina, empurra a sociedade para o desinteresse, e o descrer nas capacidades criativas do Barreiro.

O elitismo deve ser combatido .

07 março 2006

PORQUE

PORQUE

Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.


Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros calam mas tu não.

Porque os outros se compram se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis e tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.

Sophia de Mello Breyner Andresen

OITENTA E CINCO ANOS (Acto IV)

Dias Lourenço termina informante ao Congresso, com politica de quadros e os “erros da política disciplinar do PCP”:

Estes aspectos negativos da nossa política de quadros geraram nalguns camaradas um sentimento de temor em relação à direcção do partido que não os punha à vontade para colocar as suas faltas e erros ou os levava a aceitar facilmente opiniões injustas a seu respeito.

Por exemplo um funcionário que sofreu uma sanção injusta por pretensos desvios de carácter fraccional declarou posteriormente que se autocriticou e aceitou ter praticado actividades fraccionárias apenas para não ser expulso do partido.

Esta política disciplinar em nada contribuiu para elevar o prestígio do partido e da sua direcção…

(V Congresso do PCP, Edições Avante! , Outubro de 1957 )

É assim

É assim:
a gente despede-se, vai-se
embora amaldiçoando a terra,
carrega amargura que nem o diabo
aguenta; com o tempo vai
esquecendo injustiças, mágoas,
injúrias, morrendo por regressar
ao cheiro da palha seca, ao calor
animal do estábulo,
ao sonho do quintalório
com três alqueires de milho ao sol
e dois pinheiros bravos-
porque não há no mundo
outro lugar onde
enfim dê tanto gosto chafurdar

O sal da língua
Eugénio de Andrade

06 março 2006

OITENTA E CINCO ANOS (Acto III)

Aos camaradas intelectuais, nos defeitos da sua formação ou nos vícios do seu trabalho, seguem-se os camaradas funcionários.

Dias Lourenço sobre os "erros da política disciplinar do PCP " refere:

Particularmente sérios foram, porém, os erros da nossa política disciplinar em relação a certos camaradas funcionários do nosso partido, alguns do próprio comité central, que cometeram faltas no seu trabalho.

Na análise das faltas desses camaradas não foram levadas em linha de conta as suas provas de dedicação ao partido, de espírito de sacrifício e de firmeza ante o inimigo, dadas ao longo de todo um passado, nalguns casos de muitos anos de encarceramento e de actividade revolucionária
.

Alguns desses camaradas funcionários, porque no fundo eram honestos e dedicados, sobreviveram à tempestade e mantiveram intactos o seu amor e o seu devotamento à luta.

Outros porém não resistiram ao embate, encheram-se de ressentimentos contra a direcção do Partido e certos deles caíram mesmo em posições hostis ao partido, acabando por se perder totalmente para a luta.

CONTINUA

05 março 2006

OITENTA E CINCO ANOS (Acto II)

Após traições, degenerados e actividades provocatórias, Dias Lourenço, continua, a sua interpretação a “erros da política disciplinar do PCP”:

No caso, por exemplo, de alguns camaradas intelectuais damos provas dum ombreirismo fechado no julgamento de algumas das suas posições erradas muitas vezes filiadas nos defeitos da sua formação ou nos vícios do seu trabalho.

Não pusemos no prato da balança o seu desejo de serem úteis ao partido e mesmo, em certos casos, o seu valor na vida mental portuguesa.

Naturalmente que não há uma disciplina para os operários e outra para os intelectuais dentro do partido, nem os méritos podem desculpar os erros, mas o nosso procedimento para com vários destes camaradas não foi justo.

CONTINUA

04 março 2006

OITENTA E CINCO ANOS

Idade respeitável. Numa pessoa. Num partido. Numa qualquer coisa.

É o caso do PCP que comemora mais um aniversário.

O que proporciona uma idade provecta?
Sabedoria? Casmurrice?

não se aprende grande coisa com a idade .

Esclarece-nos o poeta!

(Eugénio de Andrade)

Voltaire dizia que o tempo é o melhor juiz e encarrega-se de pôr cada um no lugar próprio.

É verdade! O Deus -Tempo é inexorável. Digo eu .

Tinha o PCP vinte e oito anos (já lá vão cinquenta e sete) e Dias Lourenço justificava, assim, a politica disciplinar do seu partido:

Algumas vezes foram expulsos ou afastados do Partido camaradas cujas faltas não justificavam tão pesadas sanções.

Casos houve em que foram expulsos camaradas por se recusarem a abandonar as famílias e os seus locais de trabalho por exigências conspirativas ligadas à traição de alguns elementos degenerados que conheciam as suas actividades.


Outros camaradas, alguns incontestavelmente devotados ao partido, foram expulsos por não cortarem prontamente relações com certos elementos escorraçados das nossas fileiras por actividades provocatórias ou anti-partidárias, claramente compreendidas pela direcção do partido mas não suficientes para esses camaradas.

CONTINUA

01 março 2006

PAZ PERVERSA

A PAZ PERVERSA tem história.

Não é recente.

Teve o seu início nos anos cinquenta. Já lá vão mais de cinquenta anos.

A PAZ PERVERSA é um estado de espírito!

Nos últimos tempos a PAZ PERVERSA está no seu maior deslumbramento, desde a impulsão do MUNDO DA PAZ.

O MUNDO que prometeu um homem novo.

Fantasias!

Um ser humano equilibrado, qualquer que seja o seu MUNDO, detesta a guerra e o terrorismo.

Nunca existirão guerras boas nem guerras más.
Nem terrorismo bom nem terrorismo mau.

A guerra e o terrorismo são execráveis.

Os seguidores do extinto MUNDO DA PAZ não entendem assim .

Se são do IMPERIALISMO, são más; se são contra o IMPERIALISMO são boas.

Esqueceram os IMPERIALISMOS !

Só por vergonha condenam o terrorismo !

O MUNDO ficcionista dos movimentos para a PAZ é um MUNDO cínico.