19 junho 2008

VOLTO JÁ !


17 junho 2008

A CUF NA ORIGEM DO CAPITAL CULTURAL DO BARREIRO

Em politica a ingenuidade é um “pecado mortal”, por isso evitemos ser ingénuos com a "falsa polémica" da estátua Alfredo da Silva, se fica se vai, porque no próximo ano é ano de eleições autárquicas e teremos que optar que tipo de gente queremos para governar esta terra.

O “tema estátua” é uma opção política, pura e dura do partido, sem nenhuma ligação à questão estética do arranjo da Praça 1640 e de desconsideração à Cidade.

Não são opções políticas passar o “Parque Doutor Oliveira Salazar “ para “Parque Catarina Eufémia “;

ou engenheiro Duarte Pacheco (na Avenida da Praia) para Bento Gonçalves, mais a estranha Stara Zagora?

(com estratégia não conseguida nos anos 80 para que o nome da rua Stara Zagora continuasse e acabasse com o nome da actual Dom Manuel de Melo que deu o nome ao “campo do barreirense”.)

Porque não utilizaram , como opção politica, nomes impolutos de cidadãos barreirenses para reforço da nossa memória?



Continuação da página 181 da obra citada:

(…) O capital escolar e cultural que estes pais operários, apesar de tudo, já possuem, pesa ainda na afirmação da estratégia familiar de aproximação à escola.

É certo que os operários qualificados da CUF, na década de 40, não possuem, na esmagadora maioria dos casos, muito mais do que o diploma do ensino primário.

No Barreiro da sua juventude, esse capital distingue-os, todavia, de uma extensa camada operária que não aprende sequer as primeiras letras e que flutua, instavelmente, de fábrica em fábrica.

Ora é a obtenção desse grau escolar que lhes permite fugir a uma entrada demasiado precoce e indiscriminada no mercado do trabalho local.

Munidos de alguma instrução, estes jovens são precisamente aqueles que vão aprender um ofício primeiro passo para o início de uma carreira operária contínua e ascendente.

Não admira pois que, um dia mais tarde, sejam partidários incondicionais da escolarização dos seus filhos e filhas.

Os lugares sociais distintos que pais e crianças destes grupos domésticos ocupam no espaço da comunidade sugere-nos, em suma, um modo diferente de projectar a estratégia familiar no tempo.

Numa existência material menos incerta, os recursos humanos podem gerir-se a médio e mesmo a longo prazo.

No que toca à criança, começa a prevalecer assim a exigência da qualidade e solidez do seu processo de socialização na escola, sobre a necessidade e a pressa de a transformar num pequeno adulto precocemente posto a trabalhar, a troco de um salário.

Os encargos económicos obviamente mais elevados desta via justificam-se, apesar de tudo, pelas vantagens que podem gozar, mais tarde no mercado de trabalho, os possuidores de um diploma escolar.


Boa noite .

16 junho 2008

ALFREDO DA SILVA UM EXPLORADOR DE “RATINHOS”

de alentejanos e de algarvios.

Verborreia sem nexo , a mentalizar incautos da necessidade de afastar definitivamente do centro da cidade a “estátua do miserável explorador capitalista” não pára nos ajuntamentos oficiais, nas almoçaradas - comicio, nos jornais virtuais ou impressos.


Estão em êxtase porque se convenceram que a saída provisória da estátua é irreversível e com algum cuidado nem do estaleiro sairá!


Se estão assim tão seguros porquê tanta inquietação?

Talvez por causa da mentira contra a verdade histórica !


(..) A passagem das crianças pela escola surge portanto como uma experiência cada vez mais duradoura e generalizada entre esta população operária.

A nosso ver, a aposta na socialização escolar infantil não teria sido tão precocemente efectuada sem as mais favoráveis condições materiais de existência destas famílias que a relação estável com a grande fábrica proporciona.

Efectivamente, a passagem pela escola representa, directa e indirectamente, uma subida considerável nos custos de socialização da criança.

Não só porque a família dispensa um salário adicional por um tempo considerável de “inactividade” infantil, como também por ser a família que suporta, quase exclusivamente, a totalidade das despesas escolares.

A criança na escola, ou a mãe em casa, são situações de relativo privilégio a que nem todos podem aceder.

Depois, a necessidade de recrutamento e formação de pessoal cada vez mais qualificado para os ramos industriais em expansão na CUF em meados do século contribuem também, a seu modo, para o crescente interesse que a escola suscita como instrumento de promoção junto destas famílias operárias.

As características do modo de industrialização local não são, porém, o único factor em jogo (...)

pag 181

A CUF proporcionava gratuitamente a melhor escola primária privada, criada em 1927,com o recrutamento dos melhores professores, não comparável com a modesta oficial, por consequência Alfredo da Silva trabalhou com a primeira geração de analfabetos, deu condições para que a segunda tivesse a 4ª classe e que a terceira se licenciasse.

O Barreiro não esquece.

Ana Nunes de Almeida
A Fábrica e a Família
Famílias operárias no Barreiro
Câmara Municipal do Barreiro
2ª edição
1998



Boa noite.

15 junho 2008

O CRIME DOS VELHOS DA CAMARRA

Este livro, do lisboeta João Manuel Firmino,




um meio romance e meio ensaio histórico (com relevo para discreta sensibilidade mística à “Paulo Coelho” … no bom sentido) reabilita com sucesso a memória do seu bisavô João Batista Firmino - uma das muitas vitimas das artimanhas dos senhores do poder na Camarra - no recôndito Barreiro do século XIX a entrar no XX.

Este trabalho de investigação histórica de escrita escorreita é único na “literatura Barreirense”a contrariar a habitual efabulação dos “nossos escritores”.

J.M. Firmino descreve o Barreiro da época, agora circunscrito ao que chamamos Barreiro Velho com muita força. Para surpresa do leitor , os chamados “velhos” assassinados, o carapau frito e a quatro e cinco, tinham respectivamente 68 e 71 anos .

Nesta obra ficamos a conhecer uma população que falava de tudo e sobre tudo sem entender nada de nada:

“As histórias de cada um flutuavam ao sabor das fantasias pessoais ou, ainda mais grave, à deriva das diferentes ideias politicas “:
“Os próprios jornais introduziam palpites e novos enredos ao já intricado novelo, dirigindo a opinião pública, aquecendo ou arrefecendo os ânimos”.

Os partidos em luta pelo poder, são desconhecidos da actualidade e os correligionários vão dos Progressistas, Republicanos a Regeneradores.

A inveja e a carta anónima era um dos atributos para a acusação de tudo e todos, para além da calúnia e da intriga.

A não faltar a traição da família e dos amigos nas más horas!

O escritor descreve com precisão as ruas, becos, travessas e largos e seus nomes então desaparecidos
(foi um destes nomes, 100 anos depois desta história a Travessa Larga agora Travessa Padre Abílio Mendes, que deu, a quem sei, um tremendo trabalho para provar aos serviços autárquicos instalados no Largo das Obras que se tratava da mesmo local, porquanto não passavam nenhuma certidão para a Conservatória do Registo Predial por não constar nada nos arquivos oficiais; melhor o arquivo oficial era o Augusto Valegas enquanto vivo!)
e a dependência jurídica ao Tribunal do Seixal ou da Al-da-Galega (Montijo).

Relata a Farmácia Pimenta como o local “onde se reuniam os dirigentes de topo da Vila os Costas e os Pimentas “conservadores monárquicos adeptos do Partido Regenerador.

Dos “Penicheiros” revolucionário aos “Franceses” reaccionário; Da estranha Maçonaria à mais estranha ainda Carbonária.

“Os camarros são pessoas irritadas, faladoras e apaixonadas”
etc. etc. um nunca mais acabar de curiosidades .

Não perca esta leitura, certamente, muita coisa não vai ficar na sua cabeça como estava.

Mude os nomes aos locais e às pessoas , e vai constatar que a história se repete.

Parabéns ao J.M.Firmino por esta obra imprescindível e única, até ao momento, para melhor conhecer a nossa terra.

Boa leitura.

Bibliografia

O CRIME DOS VELHOS DA CAMARRA
João Manuel Firmino
Papiro editora/Porto
Maio 2008
20 €

13 junho 2008

11 DE SETEMBRO DE 1973

Data do assassinato de Salvador Allende.

Nem Portugal é o Chile.
Nem a Europa é a América Latina.
Nem São Bento é La Moneda.
Nem Sócrates é Allende.


Nem 1973 é 2008, mas, há duas coincidências:

São dois dirigentes socialistas, eleitos por sufrágio directo, “Reformadores do Estado” cada um à sua maneira, defrontaram a grande sabotagem económica:

O ilegal lock-out dos proprietários de camiões.

Allende aguentou pouco mais de um mês.

Dois meses depois era assassinado, no golpe militar de Pinochet que instaurou a ditadura fascista das mais violentas da história contemporânea, após três anos de coligação do Governo Popular.

Em Portugal, ninguém vai ser assassinado, nem corremos o perigo de uma ditadura fascista, nem comunista, no entanto, neste embate traiçoeiro e audaz, Sócrates o primeiro-ministro eleito democraticamente permitiu que ferissem o Estado de direito democrático.

Se na próxima sabotagem, reagir como reagiu à primeira, as coisas vão terminar mal, para todos, porque eles sabem como estas coisas devem ser feitas.


Se não foi assim até parece!



Boa Noite.

09 junho 2008

UMA GUERRA CIVIL SILENCIOSA CONTRA SÓCRATES


- está a meio do seu objectivo:

O primeiro-ministro está fragilizado. Melhor. Deixou-se fragilizar.
Cedeu uma vez. Depois cedeu outra.

Primeiro-ministro português que ceda ao seu partido – ou à rua – perde sempre.

Seguirá, depois, de perda em perda, até à sua derrota final.

É tudo uma questão de tempo!

Se o poder legítimo do governo de Sócrates não terminar, a bem ou a mal, hoje, agora, com o ilegal lock-out dos empresários dos transportes, as repercussões serão imprevisíveis.

Este governo, com maioria parlamentar, se continuar a demonstrar fraquezas com o “truque” das chamadas “comissões de greve” e do banditismo dos seus “piquetes”
(com a ajuda da mass media que não sabe destrinçar a greve ,o lock-out e piquetes), todos eles,
estarão disponíveis para escaqueirar este País e levá-lo ao caos.

O que não é difícil.

Exagero?

Aguardemos mais um dia!


Boa noite.


pós - escrito

Constituição da República Portuguesa

artigo 57º (direito à greve e proibição do lock-out)

4. É proibido o lock-out.

08 junho 2008

PARA UM GOVERNO DEMOCRÁTICO DE UNIDADE POPULAR

Em 27 de Junho, um acontecimento importante – e sem procedentes nos últimos cinquenta anos de história do movimento operário e democrático do nosso país – ocorria na vida politica francesa:

O Partido Comunista Francês e o Partido Socialista adoptavam um programa comum de governo,
escrevia Georges Marchais em Outubro de 1971.


Continuava Marchais no prefácio do

Programme Commum de Governement du Parti Communiste et du Parti Socialiste:

A acentuação da crise do capitalismo monopolista em França e os ensinamentos do grande movimento popular de Maio-Junho de 1968 deram ainda mais relevo a essa convicção.

(Em Junho de 1972 estavam impressos 1 milhão de exemplares)

Relembro este facto histórico com quatro décadas, no entanto, é bom não esquecer, que os actores e a história mudaram tudo isto:

Em 1975, (três anos depois!) os partidos comunistas do francês Marchais, do italiano Berlinguer e do espanhol Carrilho juntaram-se na publicação do que foi, com efeito,
“um manifesto do Eurocomunismo, distanciando-se do modelo soviético de socialismo e comprometendo-se com eleições livres, imprensa livre e um caminho parlamentar para o socialismo dentro de um sistema multipartidário”.

É assim que o mundo evolui!

Não haveria mal nenhum nesta evocação, se não existisse, hoje, quem acompanhou e viveu esta época, obrigasse subtilmente o País a recuar no tempo para “experiências” comprometendo o sistema de legitimação parlamentar e levar a “rua ao poder “.

Manuel Alegre, militante do partido socialista é um deles!

Dizem que M.A. tem legitimidade pelo seu passado; mas, qual passado?

Da Praça da Canção?

Para além de escritor e poeta (sem outra profissão conhecida) a de ser politico profissionalizado?

O de herói, por ter desertado, enquanto centenas de milhares (os cobardes como eu!) arriscaram a vida?

Talvez por ter sido locutor do Rádio Portugal Livre em Argel?

Ou a de subsecretário de Estado no governo de Soares com o triste encerramento do Século?

Então qual é o seu passado?

Para além de M.A. viver no passado, e do seu passado, estará perturbado com o equívoco do milhão de votos?

bibliografia

Aqui , nesta bíblia,com 220 páginas


está tudo o que ele tem dito nos últimos tempos!

Programa Comum de Governo
Colecção de leste a oeste
Éditions Sociales, Paris 1972
Seara Nova 1973


À direita acham-lhe graça porque humilhou Soares.

E à esquerda acham-lhe piada porque chateia Sócrates.

Mas antes de lhe dar gás é melhor ouvi-lo:

ele defende ( preparem-se para o susto ) o regresso das nacionalizações.

in Sábado nº 214 pag 22


Boa noite .


07 junho 2008

FÁBRICA DO SAL

Nasceu em 29 de Maio ,


um novo blog barreirense link no título .

A Fábrica do Sal pretende ser um blog que

” informa o que se passa no Barreiro, e não só, que está por aqui e anda por aí ! Por vezes atento outras vezes nem tanto “.

Parabéns e força na escrita Zé Ferradura.

ALEGRES, OU TRISTES, SÃO UNS INTOXICADOS PELO PODER

A “democracia republicana” não passa de um embuste!

(esta afirmação não constata nada de nada - nem que a monarquia é melhor ou pior – mas, a haver um referendo, tenho dúvidas, se a República ganharia folgadamente, como não ganhou a democracia no “concurso a brincar” do melhor português).

Das muitas coisas que enfurece muita gente, umas delas, é o “democrata” (sem idade de reforma!) depois de eleito, através de esquemas partidários, copiar os ditadores no “tempo e no modo”.

Não será um ditador o que insiste, em regime democrático, (só a direita é feita de potenciais ditadores) perpetuar o “poder” não permitindo a renovação?

Então, porque razões (na linguagem-porno-jornalista) apelidam estes novos ditadores (os que não largam o poder ao fim de dezenas e dezenas de anos e que bloqueiam a renovação… ou passam aos filhos) de veteranos?

Seriam Salazar e Franco ditadores ou veteranos?

Na linha de raciocínio da ética republicana, será Manuel Alegre (e outros por aí espalhados no activo aos saltos) desde 1975 na Assembleia da República, um ditador ou um veterano?

O neurologista inglês David Owen,
link no título, explica o que é a síndrome de Hubris para se entender os “intoxicados pelo poder “.


Boa noite.

03 junho 2008

O ACTUAL PSD/BARREIRO É UM EMPECILHO POLITICO.

Sócrates desde que tomou as rédeas do poder a vida à direita tornou-se um pesadelo (o mérito a ele pertence, não ao Partido Socialista) .

A razão é simples:

Sócrates surripia (um dos maiores equívocos políticos do pós – guerra) o socialismo da gaveta de Mário Soares e enterra-o no quintal do Largo do Rato para apodrecer.

O “novo espaço político”
(a esquerda canibal das politicas reservadas à direita)
com o “equívoco “ (da palavra socialismo)

destabilizam a tradicional dicotomia esquerda/direita ( o partido de esquerda com politicas de direita!) .

Tirada a fórceps a nova líder do PSD (com pouco mais de uma fatia das três em que está divido o bolo) confirma um futuro risonho a Sócrates e a garantia da manutenção do statu quo.

Por outro lado a vida aos oportunistas foi facilitada com o filão dos descontentes, que garantem rentabilidade eleitoral ao populismo incolor, do mais abjecto:

Louçã juntos dos pescadores em greve, nas gasolineiras, com agricultores, com este e com aquele !

Jerónimo no Barreiro ao pequeno-almoço, ao almoço e ao jantar!

Alegre em mais uma campanha alegre com amigos e inimigos!

O PSD distrital a comemorar a vitória da nova líder e a querer :

“ o partido uno para derrotar as politicas erradas do partido socialista e contribuir para a quebra da hegemonia da CDU que muito tem atrasado esta região ”.

Enquanto escrevem isto, os mesmos, fazem de muleta no Barreiro às mesmas politicas hegemónicas que dizem combater!

Recordo as palavras de Zuzarte, um jornalista veterano, que escrevia em Fevereiro de 2008 no V.B.:

(…) do PSD local que, na passada semana, de forma insípida e sem militância, votou para novo líder concelhio que substituirá o anterior, demissionário, parece não existir .

Aliás, partido político que exista de portas permanentemente fechadas a militantes e a simpatizantes, é um partido sem acção, sem interesse, sem vida.

É isso que acontece na Miguel Pais.


Dizem os analistas que em qualquer partido isso é inevitável quando por ele tenha passado uma liderança mais preocupada em assegurara o seu próprio futuro político.

E é por isso que renasce a dúvida se, depois de Mendes Costa, o PSD/Barreiro não terá sucumbido ou se jamais voltará a ser o mesmo “.


Boa noite .