25 abril 2014

(925) O 25 de Abril e a História.


I

“Se alguém quisesse acusar os portugueses de cobardes, destituídos de dignidade ou de qualquer forma de brio, de inconscientes e de rufias, encontraria um bom argumento nos acontecimentos desencadeados pelo 25 de Abril.

II

Na perspectiva de então, havia dois problemas principais a resolver com urgência. Eram eles a descolonização e a liquidação do antigo regime.

III

Quanto à descolonização havia trunfos para o realizar em boa ordem e com a vantagem para ambas as partes:

o exército português não fora batido em campo de batalha; não havia ódio generalizado das populações nativas contra os colonos; os chefes dos movimentos de guerrilha eram em grande parte homens de cultura portuguesa; havia uma doutrina, a exposta no livro Portugal e o Futuro do General Spínola, que tivera a aceitação nacional e poderia servir de ponto de partida para uma base maleável de negociações.

As possibilidades eram ou um acordo entre as duas partes, ou, no caso de este não se concretizar, uma retirada em boa ordem, isto é, escalonada e honrosa.

Todavia, o acordo não se realizou, e retirada não houve, mas sim uma debandada em pânico, um salve-se-quem-puder.

Os militares portugueses, sem nenhum motivo para isso, fugiram como pardais, largando armas e calçado, abandonando os portugueses e africanos que confiavam neles.

IV

Foi a maior vergonha de que há memória desde Alcácer Quibir.

V

Pelo que agora se conhece, este comportamento inesquecível e inqualificável deve-se a duas causas.

Uma foi que o PCP, infiltrado no exército, não estava interessado num acordo nem numa retirada em ordem, mas num colapso imediato que fizesse cair esta parte de África na zona soviética.

O essencial era não dar tempo de resposta às potências ocidentais.

De facto, o que aconteceu nas antigas colónias portuguesas insere-se na estratégia africana da URSS, como os acontecimentos subsequentes vieram mostrar.

VI

Outra causa foi a desintegração da hierarquia militar a que a insurreição dos capitães deu início e que o MFA explorou ao máximo, quer por cálculo partidário, quer por demagogia, para recrutar adeptos no interior das Forças Armadas.

Era natural que os capitães quisessem voltar depressa para casa. Os agentes do MFA exploraram e deram cobertura ideológica a esse instinto das tropas, justificaram honrosamente a cobardia que se lhe seguiu.

Um bando de lebres espantadas recebeu o nome respeitável de “revolucionários”.

E nisso foram ajudados por homens políticos altamente responsáveis, que lançaram palavras de ordem de capitulação e desmobilização num momento em que era indispensável manter a coesão e o moral do exército para que a retirada em ordem ou o acordo fossem possíveis.

VII

A operação militar mais difícil é a retirada; exige em grau elevadíssimo o moral da tropa.

Neste caso a tropa foi atraiçoada pelo seu próprio comando e por um certo número de políticos inconscientes ou fanáticos, e em qualquer caso destituídos de sentimento nacional.

Não é ao soldadinho que se deve imputar esta fuga vergonhosa, mas aos que desorganizaram conscientemente a cadeia de comando, aos que lançaram palavras de ordem que nas circunstâncias do momento eram puramente criminosas.

Isto quanto à descolonização que não houve.

VIII

O outro problema era o da liquidação do regime deposto.

Os políticos aceitaram e aplaudiram a insurreição dos capitães, que vinha derrubar um governo que, segundo eles, era um pântano de corrupção e que se mantinha graças ao terror policial: impunha-se, portanto, fazer o seu julgamento, determinar as responsabilidades, discriminar entre o são e o podre, para que a nação pudesse começar uma vida nova. Julgamento dentro das normas justas, segundo um critério rigoroso e valores definidos.

IX

Quanto aos escândalos da corrupção, de que tanto se falava, o julgamento simplesmente não foi feito.

O povo português ficou sem saber se as acusações que se faziam nos comícios e nos jornais correspondiam a factos ou eram simplesmente atoardas.

O princípio da corrupção não foi responsavelmente denunciado, nem na consciência pública se instituiu o seu repúdio.

Não admira por isso que alguns homens políticos se sentissem encorajados a seguir o mesmo caminho, como se a corrupção impune tivesse tido a consagração oficial.

Em qualquer caso já hoje não é possível fazer a condenação dos escândalos do antigo regime, porque outras, talvez piores, os vieram desculpar.

X

Quanto ao terror policial, estabeleceu-se uma confusão total. 

Durante longos meses, esperou-se uma lei que permitisse levar a tribunal a PIDE-DGS.

Ela chegou, enfim, quando uma parte dos eventuais acusados tinha desaparecido e estabelecia um número surpreendentemente longo de atenuantes, que se aplicavam praticamente a todos os casos.

A maior parte dos julgados saiu em liberdade.

O público não chegou a saber, claramente, as responsabilidades que cabiam a cada um.

Nem os acusadores ficaram livres de suspeita de conluio com os acusados, antes e depois do 25 de Abril.

XI

Havia, também, um maleficio imputado ao antigo regime, que era o dos crimes de guerra cometidos nas operações militares no Ultramar.

Sobre isto lançou-se um véu de esquecimento.

As Forças Armadas Portuguesas foram alvo de suspeitas que ninguém quis esclarecer e que, por isso, se transformaram em pensamentos recalcados.

XII

Em resumo, não se fez a liquidação do antigo regime, como não se fez a descolonização.

XIII

Uns homens substituíram outros, quando os homens não substituíram os mesmos; a um regime monopartidário substituiu-se um regime pluripartidário.

Mas não se estabeleceu uma fronteira entre o passado e o presente.

Os nossos homens públicos contentaram-se com uma figura de retórica: “a longa noite fascista”.

Com estes começos e fundamentos, falta ao regime que nasceu do 25 de Abril um mínimo de credibilidade moral.

XIV

A cobardia, a traição, a irresponsabilidade, a confusão, foram as taras que presidiram ao seu parto e, com esses fundamentos, nada é possível edificar.

O actual estado de coisas, em Portugal, nasceu podre nas suas raízes.

Herdou todos os podres do anterior, mais a vergonha da deserção.

XV

E com este começo tudo foi possível depois, como num exército em debandada:

vieram as passagens administrativas, sob capa de democratização do ensino;
vieram “saneamentos” oportunistas e iníquos, a substituir o julgamento das responsabilidades;
vieram os bandos militares, resultado da traição do comando, no campo das operações;
vieram os contrabandistas e os falsificadores de moeda em lugares de confiança política ou administrativa; veio o compadrio quase declarado, nos partidos e no Governo;
veio o controlo da Imprensa e da Radiotelevisão, pelo governo e pelos partidos, depois de se ter declarado a abolição da censura;
veio a impossibilidade de se distinguir o interesse geral dos interesses dos grupos de pressão, chamados partidos, a impossibilidade de esclarecer um critério que joeirasse os patriotas e os oportunistas, a verdade e a mentira;
veio o considerar-se o endividamento como um meio honesto de viver.

XVI

Os cravos do 25 de Abril, que muitos, candidamente, tomaram por símbolo de uma Primavera, fanaram-se sobre um monte de esterco.

Ao contrário das esperanças de alguns, não se começou vida nova, mas rasgou-se um véu que encobre uma realidade insuportável.

Para começar, escreveu-se na nossa história uma página ignominiosa de cobardia e irresponsabilidade, página que, se não for resgatada, anula, por si só todo o heroísmo e altura moral que possa ter havido noutros momentos da nossa história e que nos classifica como um bando de rufias indignos do nome de nação.

Está escrita e não pode ser arrancada do livro.

É preciso lê-la com lágrimas de raiva e tirar dela as conclusões, por mais que nos custe.

Começa por aí o nosso resgate.

XVII

Portugal está hipotecado por esse débito moral, enquanto não demonstrar que não é aquilo que o 25 de Abril revelou.

As nossas dificuldades presentes, que vão agravar-se no futuro próximo, merecemo-las, moralmente.

Mas elas são uma prova e uma oportunidade.

Se formos capazes do sacrifício necessário para as superar, então poderemos considerar-nos desipotecados e dignos do nome de povo livre e de nação independente.”

António José Saraiva /26 de Janeiro de 1979/ in Diário de Notícias.


[ ... a compreensão ( parágrafos   numeração romana  bold ) é minha ! ]

24 abril 2014

(924) PERFÍDIA.





















Segredos da descolonização de Angola/Toda a verdade sobre o maior tabu da presença portuguesa em África/( tese de doutoramento ) Alexandra Marques/Maio de 2013/Quixote/543 páginas/ ISBN 978 -972-20-5233-7

Excertos :

“ Nalguns casos, a tropa portuguesa “também não se portou bem” (…) cujos protagonistas não honraram a farda que vestiam.”

“Sem ter proposto no Alvor soluções mais protectoras aos interesses das comunidades residentes (cidadãos de ascendência portuguesa, cabo-verdiana, santomense, goesa) na questão da nacionalidade e dos bens particulares: o governo de Luanda pôde, assim, criar legislação lesiva dos direitos das minorias em causa. 

No Alvor, Portugal não se bateu pela permanência dos portugueses em Angola, após a independência, como fez para conseguir deter tantas pastas ministeriais quantas as que eram tuteladas por cada Movimento. 

E os ministros indicados por Lisboa também não o fizeram, pois não era sua missão defender os interesses dos portugueses que depois do dia 11 de Novembro de 1975 seriam estrangeiros.

“ Convém ainda esclarecer que, embora a expressão descolonização (usada no titulo deste livro) seja recorrente para descrever as transições para as independências, o termo é inapropriado para definir o que foi mera transferência de poderes para os Movimentos armados, num processo que não envolveu “exclusivamente nem sequer predominantemente o país colonizador”.

“Lamentando, no entanto, não ter sido ainda disponibilizada (por quem certamente a detém) a lista sequencial das actas das reuniões da Comissão Nacional da Descolonização, parcialmente dispersas em diferentes fundos, o que muito contribuiria para os estudos sobre esta temática “.

É inimaginável o terror infligido aos portugueses, na indiferença do exército ou na ajuda deste na caça ao homem branco – boatos , dizia o tenebroso Rosa Coutinho.

Em Angola, na sequência da trégua unilateral, o MFA exortava ao direito dos nacionalistas se instalarem onde quisessem (…) defendendo (rádio A Voz das Forças Armadas) “o direito de todos os elementos dos Movimentos e o povo da mata escolherem livremente o local onde se fixar e viver”.

II

“Contaste q mataram um furriel na Vila Alice quando patrulhavam e o Gen. Silva Cardoso mandou os "páras" cercar o MPLA dizendo q, ou apresentavam o criminoso - sabia q tinham sido eles - ou responderiam pelo acto.”

… Como?

-  Com  o exército em cuecas na parada a fugir do MPLA  racista e da  pretalhada de G3  ?

E os portugueses em cárceres de Angola?

E a acção directa do MFA em favor do MPLA na chacina de portugueses e na destruição dos seus bens?

Não morreram em Angola mais soldados portugueses em dois meses que em todo o ano de 1973 ?

E o Palácio do Governador invadido por centenas de brancos irados com a inércia dos militares que não os protegiam: tinham percebido que as “Forças Armadas não estavam ali para defender os interesses exclusivos da minoria branca” (…) e protestavam contra o desarmamento dos brancos, a sua expulsão dos subúrbios e a insegurança provocada pelos constantes tiroteios mais os snipers que aterrorizavam os camionistas no trajecto de Luanda (…) entraram de rompante no gabinete de Rosa Coutinho ensanduichado entre uma multidão completamente desgovernada a poucos metros de o linchar?

(…) e que interesse tinham os EUA no retorno em massa para ajudar o Grupo dos Nove a impedir Portugal ficasse, como Angola , sob a influencia soviética ?

Vem tudo aqui !





















III
























25 de Abril de 1984/A revolução da perfídia/General António Silva Cardoso/Agosto de 2008/Editora Prefácio/234 páginas/ISBN 978-989-8022-79-0

“Perfídia é a maldade absoluta, porque envolve não só a hipocrisia de atitudes mas também a mentira despudorada, a mesquinhez de sentimentos, a inveja, a deslealdade e a traição “.

 (...) “à enorme generosidade do general António Silva Cardoso que, na primeira visita, me confiou o seu arquivo pessoal relativo ao período em que exerceu funções em Angola” - Alexandra Marques.
 
Bom dia.


23 abril 2014

( 923 ) TROPA- FANDANGA.

Com quatro anos de serviço militar obrigatório (dois em Portugal e dois na Guiné) nunca descortinei gente interessante que tivesse a tropa como profissão. Assumo alguma má vontade e impertinencia da minha parte.
Naqueles anos odiei aquele exército a tal ponto que na saída para a metrópole atirei a medalha de campanha para a bolanha e rasguei o diploma (Fui pouco racional: confesso!). Hoje considero aquele acto leviano e estúpido, provavelmente reflexo da formação marxista de rapazola, um estupor ideológico que me acompanhou naqueles quatro anos, contra a guerra. Também confesso que nunca fui mal tratado ou desrespeitado no exército português, mesmo quando o sargento- ajudante [um PIDE] me molestou e ameaçou-me ,por ser “antipatriota” ,e que viria debaixo de prisão , eu sem desarmar nas minhas ameaças : “ lá acertamos contas filho-da-puta” depois vou a Viseu e corto-te os tomates. Passados dezenas de anos rio desta garotice e  sentiria muita vergonha contar isto (como se  se tivesse tratado de acto heróico ) de um fanfarrão nos seus vinte e tal anos  que 1974 e 75 trouxe-o à terra e deu-lhe juízo.
Hoje, vejo tudo de maneira diferente e fito muitos  trapalhões  a descrever balelas  de “antifascistas “ e não há um só destes lunáticos que não tivesse sido preso e torturado na PIDE  e todos  sofreram as agruras do “fascismo” , a subestimar a tortura e os verdadeiros torturados. Os que lutaram contra a Ditadura foram pouquíssimos  depois ,em democracia ,passam a muitos  no milagre da multiplicação  .

Este serôdio sentimento jaleco, nada o meu tipo, deve-o a Helena Matos,

e a este comentário desprezado numa montoeira de palavras:


 “Lembraste, pai? Tinha 5 anos no 25/4. O meu amigo Alfredo roubou-me os 10esc q tinha para o gelado. Tu dizias à mãe q se calhar tínhamos de vir para o puto mas não tínhamos casa, nem emprego. Depois meteste-nos no avião para aqui e voltaste a Luanda.
Contaste q mataram um furriel na Vila Alice quando patrulhavam e o Gen.Silva Cardoso mandou os "páras" cercar o MPLA dizendo q, ou apresentavam o criminoso - sabia q tinham sido eles - ou responderiam pelo acto.
Ficaste até set.75. Nós, aqui vivíamos numa garagem. Depois o teu pai - meu avô - disse-te que vinhas roubar os empregos. Tu respondeste que não querias só empregos. Querias muito mais. O teu amigo Arnaldo, q tinha escapado aos esbirros do Almirante Vermelho ajudou-nos a normalizar a n/vida. E daquela vez q ias indo às ventas daquele barbudo que acusou os refugiados de "colonialistas" quando o autocarro parou frente ao Nicola? Tu perguntaste se ele era capaz de dizer aquilo cara-a-cara a eles, mas ele encolheu-se. Lembras-te das agruras porq passámos para estabilizar a vida? Q isso só foi possível com a tua coragem e amor à família q tinhas criado? Não te pergunto se vais comemorar o 25/4 porq sei q não és masoquista. Mas devendo-te a vida 2 vezes q mais te posso dizer senão q continuas a fazer-me muita falta? Preciso da tua coragem e determinação. Salvaste a família toda. Éramos 4 e agora somos 8. Cumpriste o teu dever: amaste a tua Pátria, fizeste filhos, plantaste árvores, escreveste o livro da vida. Obrigado.”.













Vou ficar por aqui!

Boa tarde.

20 abril 2014

(922 ) MEU AMIGO.



















Meu amigo :Forma de apresentar um “não membro” da Cosa Nostra quando dois mafiosi se encontram e se referem a um terceiro.

Nosso amigo; Forma de apresentar um “verdadeiro membro” da Cosa Nostra quando dois mafiosi se encontram e se referem a um terceiro.

Beijo da morte: Sinal dado a um membro da Máfia para o informar que o Padrinho ordenou a sua execução.

Capo di tutti capi: “chefe de todos os chefes “.

A Comissão: Nome atribuído ao conselho supremo da Cosa Nostra. Não tem poder de ordenar, mas sim o de intervir nas disputas entre famílias.

Don: Alcunha atribuída a um membro importante da Máfia em sinal de respeito.

Levar a dar uma volta: Expressão utilizada pelos membros da Máfia para dizer que outro membro é executado.

Limpador: Era deste modo que, na Cosa Nostra, eram conhecidos os especialistas que se encarregavam de fazer desaparecer os cadáveres das vítimas com a intenção destas nunca mais serem encontradas.

O envelope: Presente oferecido pelos mafiosi aquando de ocasiões especiais: casamentos, baptismos ou comunhões.

Omertà: Lei do silêncio imposta a todos os membros da Cosa Nostra. A violação desta lei significa a execução imediata daquele que a transgrediu.

Padrinho: Nome atribuído em sinal de respeito ao chefe de uma família mafiosa.

Soldado: Membro do mais baixo nível numa família mafiosa. Outrora chamada “botões”.

Um dos nossos: Expressão utilizada pelos membros da Cosa Nostra quando falam de outro membro da organização.

Vendetta: Vingança.


Cosa Nostra /Eric Frattini/366 páginas/ Bertrand Editora/Junho de 2012/ISBN 978-972-25-2457-5

















Boa noite.


15 abril 2014

(921)OU FALAM PORTUGUÊS OU CHAMAM A POLÍCIA, BOLAS!


Em Portugal d’ Abril aquilo que está encalacrado quando atirado para a ventoinha desencalacra.

II

“O Futebol Clube Barreirense é credor de uma verba significativa de 2 milhões de euros, resultantes da venda do seu património, dado que a verba não foi paga na totalidade pela empresa, porque entretanto faliu. Na obra iniciada no Campo da Verderena ainda está por liquidar uma verba de meio milhão de euros.”


III

“Nunca te esquecerás de que a ética kantiana é uma teoria impraticável e que são o poder e a ambição que ditam todas as acções dos homens”.

IV

“Deixem o comunismo de sociedade recreativa e façam o favor de cumprir a vossa missão histórica “.



















Boa noite.

Nota:

ÓPERA BUFA EM 6 CAGADAS.

1/inferências
Cidade do Cinema do Barreiro vai avançar
Constituída em Gibraltar a empresa «Alburrica Pictures, SA» produtora cinematográfica

1.4.2014 - 1:11

2/(916) A CIDADE DO LAMAÇAL (parte I).


3/inferências
Dia das Mentiras - 1 de Abril
Cidade do Cinema do Barreiro vai avançar
Constituída em Gibraltar a empresa «Alburrica Pictures, SA» produtora cinematográfica

1.4.2014 - 1:11

Nota da Redacção - O seu a seu dono. Esta foi uma invenção do nosso colunista Jorge Fagundes. Obrigado.

Aos nossos leitores as nossas desculpas, particularmente a Carlos Humberto, presidente da Câmara Municipal do Barreiro, porque, por aquilo que nos disse, foi "vitima" desta noticia, durante o dia.

4/ Sai o Artigo 11.º - Sigilo profissional mais uma bejeca e um prato de tremoços para a mesa do canto que o senhor do chapéu e dos óculos escuros e de gabardina está com pressa!

5/



















6/-tá lá … tá lá?

- É da câmbra?

- Pedimos muita desculpa, é para informar que o gajo já confessou ser o autor da invenção
.
- A Florbela Viegas?

-a da gracinha de Uma CUF dos “tempos modernos”? E eu a pensar que o dia das mentiras já tinha passado?

- Ele confessou que saiu tudo da cabecinha dele senhor presidente.

- Tá bem…tá bem… vou ver!

- Sim senhor presidente é o mesmo que fez a gracinha da Suzi !

- Mais o gajo que anda aí com o cão?

- Tá bem… tá bem …

- … São uma seita senhor presidente! Uma seita, estes três, e a gaja é do piorio e não deixa passar uma!

- Sim…senhor presidente, a nossa maior e grandessíssima desculpa, senhor presidente.

- Mais uma vez, desculpe senhor presidente.

- Sim senhor presidente as nossas maiores desculpas senhor presidente não era nossa intenção ferir a susceptibilidade do senhor presidente.

- O gajo da invenção?

-… Está todo partidinho senhor presidente!

- E não volta a escrever mais gracinhas, senhor presidente.

- Sim senhor presidente já foi … agora é um ex colunista senhor presidente.

- Uma santa páscoa para o senhor presidente e sua excelentíssima vereação.


Foda-se … é a nota de pé de página mais estupida alguma vez escrita! 

11 abril 2014

(920) A CIDADE DO LAMAÇAL (conclusão).

Encontrei muitos com desejos de enganar outros, mas não encontrei ninguém que quisesse ser enganado.

Santo Agostinho/Confissões/Livro Décimo

VI

Os dirigentes do Barreirense saiam do melhor que a Vila possuía. O Clube Resistiu ao PREC e ao assalto às colectividades.

Passados 103 anos, o Campo Dom Manuel de Mello matriz da bola e do bê-á - bá do basquete do boxe e da luta livre, fez-se em miserável e indigno matagal de ratazanas e cobras à vista de todo o mundo.

O marxismo cultural ou politicamente correcto controla os efeitos nefastos do matagal
 (no Centro da Cidade e parede- meia com o Fórum Barreiro em terras do Barreiro Novo)
e a maneira  de falar da bola surpreendentemente preocupada com pilares da  solidariedade ao colectivo e aos valores naturais da identidade do Barreiro

Um espanto!

Para que tudo fique na mesma fale-se numa  língua ostensiva e de artificiosa loquacidade .

Boa!

Pobre Barreiro… está lixado.

VII

A obsessão política da destruição da Estátua de Alfredo da Silva tem a ver com isto?

VIII

Aqueles que nasceram e foram criados na Vila conheceram a caldeira do Matadouro Municipal de lama fétida e sanguinolenta , da peste de má memória.

O matadouro não existe mas o fétido, de tempos em tempos, desce à Cidade e gruda-se tal qual bacilo d’ A Peste de Camus –

 “ O bacilo da peste não morre nem desaparece nunca, pode ficar dezenas de anos adormecido nos móveis e na roupa, espera pacientemente nos quartos, nas caves, nas malas, nos lenços e na papelada. E sabia também que viria talvez um dia em que para desgraça e ensinamento dos homens, a peste acordaria os seus ratos e os mandaria morrer numa cidade feliz “.














O MAIOR INIMIGO DE UM AUTARCA É UM MUNÍCIPE CULTO.

Boa noite.

 [Nota: O ensaio/romance A Peste termina no bacilo da peste. Aprende-se sempre com Albert Camus para não esquecermos que “Começa-se por querer a justiça e acaba-se por organizar uma polícia” até às várias formas de terrorismo político do terrorismo de tipo irracional como o nazismo, ao terrorismo racional do estado comunista (Estalinismo, etc.) até ao “estou farto das pessoas que morrem por uma ideia (…) O que me interessa é que se viva e que se morra pelo que se ama”.

 Um Camus caído no esquecimento. De vez em quando lembro-me deste francês/argelino,


 “ Não temos tempo para sermos nós próprios; temos apenas tempo para sermos felizes “.]

08 abril 2014

(919) A CIDADE DO LAMAÇAL (parte IV).

Os outros que as negam, ladrem para aí quanto quiserem até enrouquecerem.

Livro décimo/Santo Agostinho/Confissões

VI
Recordo sem lamechas nem barreirismo o tempo em que existia o clube da bola Barreirense. Construiu à unha uma sede exemplar, tinha o Campo Dom Manuel de Mello, com milhares de barreirenses (gente boa e gente má amigos e inimigos pais e filhos avôs e netos) roucos aos domingos a gritar baaarrrraaarennnse.

Melhor  que ninguém Artur Agostinho, em Memórias “Ficheiros Indiscretos  [ISBN 978-989-555-731-8 Abril 2011], relata o tempo que se vivia naquela época em Odisseia Barreiro I pagina 383 e a sua prisão pela guarda por o carro de exteriores da Emissora Nacional estar mal estacionado a descarregar o material . Odisseia Barreiro II (página 391) fala da segunda prisão julgado à meia-noite no tribunal do Montijo.


E imporem à exaustão em democracia a vulgata antifascista que não permite a Cidade mudar de ares nem sair da história deles.

Depois, não resta mais nada!

Paradoxalmente a democracia, ou esta democracia, sobrevive corroendo o eu e envenenando a alma. A ditadura nunca o conseguiu.

Na ditadura Salazarista o eu não foi destruído adormeceu em saudades do futuro.

Havia homens com tomates!

Hoje, não temos tomates e o futuro é uma batata. Vivemos em democracia, valha-nos isso!

Artur Agostinho acusado de ser do MUD preso por uma tarde não fez o relato do dia. Ironias do destino: “comunista” no “fascismo” a “fascista” no “comunismo”.

 Ainda acontece e acontecerá a muito boa gente ser/estar entalado na vida sem saber o que se passa.

 A.A. foi preso ,perseguido e saneado da EN em 75 , e um exilado no Brasil.















Boa noite.

06 abril 2014

(918) A CIDADE DO LAMAÇAL (parte III).

A memória lembra-se do esquecimento.

Quem poderá compreender o modo como isto se realiza?

Livro décimo/Santo Agostinho /Confissões.

V

Abril 2010/Raquel Correia


Do contraditório e do efabulado, em lista nominal cronológica, cada um conclua à medida dos seus saberes e da sua experiência de vida. Não há outra saída.

Todavia o jogo da bola, os donos dela e quem se mata por ela, é-me indiferente.

Nesta estória há traços inequívocos de um estranho “infantário em auto gestão e longa”.

E não é particularidade do Futebol Clube Barreirense. Há mais por aí !


















Boa noite.

Nota: equivoquei-me na leitura deste texto impulso saído no Pravda o ano passado vindo o mesmo à baila a propósito desta gente infantilizar o “Barreirense” afilhado da “câmbra”.

Concordo e sei que a minha terra não é fértil em ideias e detesta o confronto das mesmas mas este
 “ perdoa-me que eu estava fora de mim” é curiosíssimo.

 Escreveu o senhor em Setembro do ano passado:


Pois!

Odeio este Barreirense …apático!

05 abril 2014

(917) A CIDADE DO LAMAÇAL (parte II).


Que fazia Deus antes de criar o céu e a terra?

 “Livro décimo primeiro /Santo Agostinho/Confissões.

IV
Quem não suspeita que este Futebol Clube Barreirense, feito “desgraçadinho” com “azar” apanhado na “crise”, esconde uma história mal contada que o politicamente correcto enterrou com muito sucesso?

Abril 2005/Amândio Baptista
Agosto 2005/João Cartaxana

Essa história mal contada, a existir, não faz parte do passado como argumento, é presente , em banho- maria e fogo lento até o tempo o determinar. Foi sempre assim em todas as coisas mal resolvidas, o passado é sempre presente. Haja tempo!

Outubro 2008/Paulo Calhau.

Se 
“duas coisas indicam fraqueza: calar-se quando é preciso falar, e falar quando é preciso calar-se “ é também um dever pensar na qualidade da “malta” e ter em conta Ayn Rand a avaliar a capacidade da humanidade:

“a maior parte da humanidade sempre viveu às custas de uma minoria mais capaz e mais inteligente”.

Daí que os préstimos sinceros do povo na evolução das sociedades democráticas são discutíveis. 

Outubro 2008/Paulo Calhau
Maio 2009/Paulo Calhau
















Boa noite.

01 abril 2014

(916) A CIDADE DO LAMAÇAL (parte I).



II

Jamé a minha terra vai ser a Cidade do Cinema, ou a cidade de qualquer coisa que nos dignifique como nos dignificou o Barreiro Cidade da CUF; Cidade de Alfredo da Silva:

“ O funeral sairia para o cemitério do Alto de S. João, para o jazigo da Silva & Irmão. Mas apenas provisoriamente até ser transferido para o Barreiro como era sua vontade “.
Alfredo da Silva /Biografia/ Miguel Figueira de Faria/Bertrand ISBN 972-25-1357-5 

III

Com esta gente na massa critica zero e os compadrios na mentalidade da “cidadania” “antifascista” de meados do século XX não sairemos tão cedo deste lamaçal fétido em que está atulhada a Cidade.

Porém, sem bate-chapas e tinta robbialac, também odeio este barreirense … apático .
















Boa noite.