11 abril 2014

(920) A CIDADE DO LAMAÇAL (conclusão).

Encontrei muitos com desejos de enganar outros, mas não encontrei ninguém que quisesse ser enganado.

Santo Agostinho/Confissões/Livro Décimo

VI

Os dirigentes do Barreirense saiam do melhor que a Vila possuía. O Clube Resistiu ao PREC e ao assalto às colectividades.

Passados 103 anos, o Campo Dom Manuel de Mello matriz da bola e do bê-á - bá do basquete do boxe e da luta livre, fez-se em miserável e indigno matagal de ratazanas e cobras à vista de todo o mundo.

O marxismo cultural ou politicamente correcto controla os efeitos nefastos do matagal
 (no Centro da Cidade e parede- meia com o Fórum Barreiro em terras do Barreiro Novo)
e a maneira  de falar da bola surpreendentemente preocupada com pilares da  solidariedade ao colectivo e aos valores naturais da identidade do Barreiro

Um espanto!

Para que tudo fique na mesma fale-se numa  língua ostensiva e de artificiosa loquacidade .

Boa!

Pobre Barreiro… está lixado.

VII

A obsessão política da destruição da Estátua de Alfredo da Silva tem a ver com isto?

VIII

Aqueles que nasceram e foram criados na Vila conheceram a caldeira do Matadouro Municipal de lama fétida e sanguinolenta , da peste de má memória.

O matadouro não existe mas o fétido, de tempos em tempos, desce à Cidade e gruda-se tal qual bacilo d’ A Peste de Camus –

 “ O bacilo da peste não morre nem desaparece nunca, pode ficar dezenas de anos adormecido nos móveis e na roupa, espera pacientemente nos quartos, nas caves, nas malas, nos lenços e na papelada. E sabia também que viria talvez um dia em que para desgraça e ensinamento dos homens, a peste acordaria os seus ratos e os mandaria morrer numa cidade feliz “.














O MAIOR INIMIGO DE UM AUTARCA É UM MUNÍCIPE CULTO.

Boa noite.

 [Nota: O ensaio/romance A Peste termina no bacilo da peste. Aprende-se sempre com Albert Camus para não esquecermos que “Começa-se por querer a justiça e acaba-se por organizar uma polícia” até às várias formas de terrorismo político do terrorismo de tipo irracional como o nazismo, ao terrorismo racional do estado comunista (Estalinismo, etc.) até ao “estou farto das pessoas que morrem por uma ideia (…) O que me interessa é que se viva e que se morra pelo que se ama”.

 Um Camus caído no esquecimento. De vez em quando lembro-me deste francês/argelino,


 “ Não temos tempo para sermos nós próprios; temos apenas tempo para sermos felizes “.]