(920) A CIDADE DO LAMAÇAL (conclusão).
Encontrei muitos com desejos de enganar outros, mas não
encontrei ninguém que quisesse ser enganado.
Santo Agostinho/Confissões/Livro Décimo
VI
Os dirigentes do Barreirense saiam do melhor que a Vila possuía.
O Clube Resistiu ao PREC e ao assalto às colectividades.
Passados 103 anos, o Campo Dom Manuel de Mello matriz da
bola e do bê-á - bá do basquete do boxe e da luta livre, fez-se em miserável e
indigno matagal de ratazanas e cobras à vista de todo o mundo.
O marxismo cultural ou politicamente correcto controla os
efeitos nefastos do matagal
(no Centro da Cidade e
parede- meia com o Fórum Barreiro em terras do Barreiro Novo)
e a maneira de falar
da bola surpreendentemente preocupada com pilares da solidariedade ao colectivo e aos valores naturais da identidade do Barreiro.
Um espanto!
Para que tudo fique na mesma fale-se numa língua ostensiva e de artificiosa loquacidade .
Boa!
Pobre Barreiro… está lixado.
VII
A obsessão política da destruição da Estátua de Alfredo da
Silva tem a ver com isto?
VIII
Aqueles que nasceram e foram criados na Vila conheceram a
caldeira do Matadouro Municipal de lama fétida e sanguinolenta , da peste de má
memória.
O matadouro não existe mas o fétido, de tempos em tempos,
desce à Cidade e gruda-se tal qual bacilo d’ A Peste de Camus –
“ O bacilo da peste
não morre nem desaparece nunca, pode ficar dezenas de anos adormecido nos
móveis e na roupa, espera pacientemente nos quartos, nas caves, nas malas, nos
lenços e na papelada. E sabia também que viria talvez um dia em que para desgraça
e ensinamento dos homens, a peste acordaria os seus ratos e os mandaria morrer
numa cidade feliz “.
O MAIOR INIMIGO DE UM AUTARCA É UM MUNÍCIPE CULTO.
Boa noite.
[Nota: O ensaio/romance
A Peste termina no bacilo da peste.
Aprende-se sempre com Albert Camus para não esquecermos que “Começa-se por
querer a justiça e acaba-se por organizar uma polícia” até às várias formas de
terrorismo político do terrorismo de tipo irracional como o nazismo, ao
terrorismo racional do estado comunista (Estalinismo, etc.) até ao “estou farto
das pessoas que morrem por uma ideia (…) O que me interessa é que se viva e que
se morra pelo que se ama”.
Um Camus caído no
esquecimento. De vez em quando lembro-me deste francês/argelino,
“ Não temos tempo
para sermos nós próprios; temos apenas tempo para sermos felizes “.]
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