24 abril 2014

(924) PERFÍDIA.





















Segredos da descolonização de Angola/Toda a verdade sobre o maior tabu da presença portuguesa em África/( tese de doutoramento ) Alexandra Marques/Maio de 2013/Quixote/543 páginas/ ISBN 978 -972-20-5233-7

Excertos :

“ Nalguns casos, a tropa portuguesa “também não se portou bem” (…) cujos protagonistas não honraram a farda que vestiam.”

“Sem ter proposto no Alvor soluções mais protectoras aos interesses das comunidades residentes (cidadãos de ascendência portuguesa, cabo-verdiana, santomense, goesa) na questão da nacionalidade e dos bens particulares: o governo de Luanda pôde, assim, criar legislação lesiva dos direitos das minorias em causa. 

No Alvor, Portugal não se bateu pela permanência dos portugueses em Angola, após a independência, como fez para conseguir deter tantas pastas ministeriais quantas as que eram tuteladas por cada Movimento. 

E os ministros indicados por Lisboa também não o fizeram, pois não era sua missão defender os interesses dos portugueses que depois do dia 11 de Novembro de 1975 seriam estrangeiros.

“ Convém ainda esclarecer que, embora a expressão descolonização (usada no titulo deste livro) seja recorrente para descrever as transições para as independências, o termo é inapropriado para definir o que foi mera transferência de poderes para os Movimentos armados, num processo que não envolveu “exclusivamente nem sequer predominantemente o país colonizador”.

“Lamentando, no entanto, não ter sido ainda disponibilizada (por quem certamente a detém) a lista sequencial das actas das reuniões da Comissão Nacional da Descolonização, parcialmente dispersas em diferentes fundos, o que muito contribuiria para os estudos sobre esta temática “.

É inimaginável o terror infligido aos portugueses, na indiferença do exército ou na ajuda deste na caça ao homem branco – boatos , dizia o tenebroso Rosa Coutinho.

Em Angola, na sequência da trégua unilateral, o MFA exortava ao direito dos nacionalistas se instalarem onde quisessem (…) defendendo (rádio A Voz das Forças Armadas) “o direito de todos os elementos dos Movimentos e o povo da mata escolherem livremente o local onde se fixar e viver”.

II

“Contaste q mataram um furriel na Vila Alice quando patrulhavam e o Gen. Silva Cardoso mandou os "páras" cercar o MPLA dizendo q, ou apresentavam o criminoso - sabia q tinham sido eles - ou responderiam pelo acto.”

… Como?

-  Com  o exército em cuecas na parada a fugir do MPLA  racista e da  pretalhada de G3  ?

E os portugueses em cárceres de Angola?

E a acção directa do MFA em favor do MPLA na chacina de portugueses e na destruição dos seus bens?

Não morreram em Angola mais soldados portugueses em dois meses que em todo o ano de 1973 ?

E o Palácio do Governador invadido por centenas de brancos irados com a inércia dos militares que não os protegiam: tinham percebido que as “Forças Armadas não estavam ali para defender os interesses exclusivos da minoria branca” (…) e protestavam contra o desarmamento dos brancos, a sua expulsão dos subúrbios e a insegurança provocada pelos constantes tiroteios mais os snipers que aterrorizavam os camionistas no trajecto de Luanda (…) entraram de rompante no gabinete de Rosa Coutinho ensanduichado entre uma multidão completamente desgovernada a poucos metros de o linchar?

(…) e que interesse tinham os EUA no retorno em massa para ajudar o Grupo dos Nove a impedir Portugal ficasse, como Angola , sob a influencia soviética ?

Vem tudo aqui !





















III
























25 de Abril de 1984/A revolução da perfídia/General António Silva Cardoso/Agosto de 2008/Editora Prefácio/234 páginas/ISBN 978-989-8022-79-0

“Perfídia é a maldade absoluta, porque envolve não só a hipocrisia de atitudes mas também a mentira despudorada, a mesquinhez de sentimentos, a inveja, a deslealdade e a traição “.

 (...) “à enorme generosidade do general António Silva Cardoso que, na primeira visita, me confiou o seu arquivo pessoal relativo ao período em que exerceu funções em Angola” - Alexandra Marques.
 
Bom dia.