08 junho 2008

PARA UM GOVERNO DEMOCRÁTICO DE UNIDADE POPULAR

Em 27 de Junho, um acontecimento importante – e sem procedentes nos últimos cinquenta anos de história do movimento operário e democrático do nosso país – ocorria na vida politica francesa:

O Partido Comunista Francês e o Partido Socialista adoptavam um programa comum de governo,
escrevia Georges Marchais em Outubro de 1971.


Continuava Marchais no prefácio do

Programme Commum de Governement du Parti Communiste et du Parti Socialiste:

A acentuação da crise do capitalismo monopolista em França e os ensinamentos do grande movimento popular de Maio-Junho de 1968 deram ainda mais relevo a essa convicção.

(Em Junho de 1972 estavam impressos 1 milhão de exemplares)

Relembro este facto histórico com quatro décadas, no entanto, é bom não esquecer, que os actores e a história mudaram tudo isto:

Em 1975, (três anos depois!) os partidos comunistas do francês Marchais, do italiano Berlinguer e do espanhol Carrilho juntaram-se na publicação do que foi, com efeito,
“um manifesto do Eurocomunismo, distanciando-se do modelo soviético de socialismo e comprometendo-se com eleições livres, imprensa livre e um caminho parlamentar para o socialismo dentro de um sistema multipartidário”.

É assim que o mundo evolui!

Não haveria mal nenhum nesta evocação, se não existisse, hoje, quem acompanhou e viveu esta época, obrigasse subtilmente o País a recuar no tempo para “experiências” comprometendo o sistema de legitimação parlamentar e levar a “rua ao poder “.

Manuel Alegre, militante do partido socialista é um deles!

Dizem que M.A. tem legitimidade pelo seu passado; mas, qual passado?

Da Praça da Canção?

Para além de escritor e poeta (sem outra profissão conhecida) a de ser politico profissionalizado?

O de herói, por ter desertado, enquanto centenas de milhares (os cobardes como eu!) arriscaram a vida?

Talvez por ter sido locutor do Rádio Portugal Livre em Argel?

Ou a de subsecretário de Estado no governo de Soares com o triste encerramento do Século?

Então qual é o seu passado?

Para além de M.A. viver no passado, e do seu passado, estará perturbado com o equívoco do milhão de votos?

bibliografia

Aqui , nesta bíblia,com 220 páginas


está tudo o que ele tem dito nos últimos tempos!

Programa Comum de Governo
Colecção de leste a oeste
Éditions Sociales, Paris 1972
Seara Nova 1973


À direita acham-lhe graça porque humilhou Soares.

E à esquerda acham-lhe piada porque chateia Sócrates.

Mas antes de lhe dar gás é melhor ouvi-lo:

ele defende ( preparem-se para o susto ) o regresso das nacionalizações.

in Sábado nº 214 pag 22


Boa noite .