21 março 2006

AMERICANÓFOBOS

Faz hoje três anos a estátua de Alfredo da Silva encheu-se de velas.

Daquelas pequeninas, redondas, em alumínio, com um dedo de altura.

Com chama tímida e minorca.

Não eram velas de cemitério. Eram iguais às de Fátima.

A igreja da Senhora do Rosário em dias de procissão também as usa.

Lindo de ver.

Eram mais ou menos oito e tal da noite do dia 21 de Março de 2003.

Andava a passear, com os meus amigos de quatro patas, e pensei que tivesse havido algum milagre no Barreiro.

Talvez fosse em homenagem ao Alfredo!

Fiquei com dúvidas.

O Alfredo não morreu a 21, mas a 22, de Agosto de 1942, era muito cedo e também tarde para homenagens.

Disseram-me então que era por causa daqueles malandros.

Eu concordei. Malandros!

Aqueles gajos finórios da Casa Pia! A Justiça do lado deles!

Qual Casa Pia! Os Americanos!

Filhos da puta atacaram o Iraque!

Queremos Paz!

e quando os russos atacaram o Afeganistão?
…também a URSS se sentia investida da missão de transformar o mundo!


Nem cheguei a acabar e já estava desfalcado, em menos de cinco minutos, de uns bons dois ou três amigos.

Já ia longe e ainda ouvi, mal e porcamente: …o pai dele até vestia ganga!

Traidor!