24 outubro 2006

GANGSTERISMO

Um dia destes ouvi um sindicalista profissional a falar com tanto ódio e veneno – creio que era
dos professores” – (os sindicalistas dos sindicatos do Patrão – Estado são tantos a falar nas televisões e tão conhecidos pelas caras, como os melhores artistas de TV, dirigentes da Bola e jogadores da mesma, putos dos morangos, telenovelas, malucos do riso, sei lá que mais … até os confundimos!)

que veio à minha memória, o episódio da Neide – do - Bacalhau.

Esta história recente, com peixe miúdo, é apenas uma das pequeníssimas amostras, do assalto sistemático e organizado à Instituição – Estado.

Aqui vai:

O episódio passou despercebido à maioria do pessoal, mas o Porco é bicho que gosta de remoer as coisas, pelo que aqui vai a epopeia da Neide com bacalhau e tudo.

A Neide é uma brasileira que estava sossegada a servir às mesas do restaurante Sr Bacalhau do Colombo em Lisboa.

Ao tasco, ia lá almoçar amiúde, o Sr Dr Ernesto Moreira, Director do Departamento de Administração Geral do Instituto de Gestão Financeira e Patrimonial da Justiça, ufa!

O nosso Ernesto engraçou com a Neide do Bacalhau, e mais bacalhauzada menos bacalhauzada, o bom do Ernesto viu que por ali a Neide era mal empregada.

Avaliou aquilo de alto a baixo, e zás concluiu que faltava Neide no património do Estado Português.E se bem a mastigou, melhor a engoliu.

Sugeriu à Neide um lugarzito, mandou-a concorrer e seleccionou-a.

A Neide foi então "Requisitada pelo Estado" por despacho estatal e publicado em diário da república, sem qualquer concurso público, que foi dispensado, dada a urgência e supremo interesse que o Estado tinha na Neide.

A nossa Neide saltou assim do bacalhauzito para "Coordenadora do Departamento de Logística do Depósito Público de Vila Franca de Xira" com 1700 mocas por mês (340 contitos, mais regalias).

O Independente achou piada à dispensa do concurso e foi ver da Neide.

E chapou com a Neide na primeira página de há 15 dias atrás. (Janeiro2006)

Foi um gozo.

Eu que ia em viagem de carro ouvi o desenrolar de tudo pela rádio, em noticiários sucessivos. Um delírio puro, só não me despistei de tanto rir por mero acaso.

É que os jornalistas foram ouvir o Sr Dr Ernesto Moreira, que falava do supremo interesse do Estado pela Neide e explicava juridicamente a necessidade do regime de requisição e mais, redundou que era a candidata com melhores habilitações e que tinha a experiência profissional da logística dos seis restaurantes Sr Bacalhau.

A rádio (des) largou-o e telefonou à gerência do Sr Bacalhau.

Que não, que Logística não serviam, a especialidade deles era mesmo bacalhau, cujos tascos era independentes e que a Neide era uma boa empregada de mesa sim senhores.

Voltaram ao Ernesto.

O Ernesto falou de uma licenciatura em Geografia e balbuciava qualquer coisa sobre Vila Franca de Xira. Depois teve o bom senso de se calar.

Isto tudo de manhã.

À tarde o Ernesto ia à vida, o Presidente do IGFPJ idem aspas aspas, mais um ou dois responsáveis e a Neide.

O Sócrates, acossado, mandou tudo pró olho da rua, logo na tarde da Sexta em que saiu a noticia.

Nós devíamos candidatar-nos ao Guiness mostrando ao Mundo que podemos estar sempre a bater no fundo!

O fundo em Portugal não tem limites!