Um dia politico.
Um dia inexpressivo
por que hoje faz anos que o Barreiro deixou de ser Vila e passou a Cidade.
Como se o progresso se fizesse por se ser Vila ou Cidade por dias disto ou dias daquilo ou por Revolução ou por Decreto-lei.
O dia do Barreiro é o 15 de Agosto.
Melhor.
O dia do Barreiro é um dia religioso
chamado de Nossa Senhora do Rosário,
que não faço a mínima ideia quem seja.
Vi-a em miúdo no andor, na procissão que saía religiosamente da Igreja de Nossa Senhora do Rosário com centenas de camarros atrás atravessava toda a rua Aguiar, ou rua-direita, até chegar à igreja de Santa Cruz.
À sua passagem não havia janela que não tivesse uma colcha.
Quer queiram quer não a gente do Barreiro é uma gente religiosa.
Não esqueciam e comemoravam os santos populares com muita devoção.
O Barreiro Velho era uma festa permanente nesses dias.
Hoje, o Comité Central força o Barreiro à alegria.
Fecha ao trânsito a rua Miguel Bombarda, frente à Sede Autárquica, e utiliza-se da pequenada que vai a todas.
Dá música aos graúdos que também não deixa de ir a todas.
À noite o Comité Central não esquece a velhada e dá-lhes fogo- de- vista.
Ah! Ah! Ah!
Outro fogo-de-vista deu o PS – Barreiro para se mexer por se mexer,
sem projectos e sem artistas
trouxe ao Barreiro uma das lojas maçónicas.
Actuaram o duo Vítor Ramalho e o irmão João Soares.
O primeiro, presidente da Federação Distrital do PS de Setúbal, está preocupado com o Sudão do Bairro das Palmeiras.
O segundo, marajá do clã Soares, descobriu, só agora (!), o mito do PCP no Barreiro.
A agravar o azar dos azares, os radicais Trotsquistas do Bloco, insistem permanentemente em fazer do Barreiro Velho uma Feira Popular.
Meu Deus.
Minha senhora do Rosário.