14 março 2014

( 915) VERSÃO PORTUGUESA D’A GUERRA DAS SALAMANDRAS DE KAREL CAPEK.


“10.A tónica do saneamento de que necessita o aparelho montado pela Revolução de 25 de Abril é que é inadiável fazer Administração.

Sobre ideologias é fácil dissertar e mostrar criatividade: de contracultura todos podem ser arautos; fidelidades internacionais são fáceis de invocar.

Mas a Intendência é para quem sabe. As grandes aventuras, a salvação vinda do exterior, o passadismo, o futurismo, a denúncia por ofício, a intriga por método, o boato por arma, a difamação como arte, o insulto como distracção, o carreirismo como modo de vida, estão sempre ao alcance de qualquer Revolta das Salamandras “.

Palavras sábias do professor Adriano Moreira in “ A ESPUMA DO TEMPO” Memórias do Tempo de Vésperas /VI -O Dobrar dos Sinos, página 388 (Almedina 2009) ISBN 978-972-40-3676-2.



















(A Guerra das Salamandras (Editado em 1936) do checo Karel Capek (1890/1938) é uma obra antológica e faz parte das grandes sátiras antitotalitárias do século XX a juntar ao 1984 / Big Brother / Animal Farmr editado em 1949 de George Orwell (1903/1950). Na ilha das Salamandras muda a maneira de pensar dos homens … que passam de senhores a servidores dos seus antigos escravos.)

II

 O  “Manifesto das Salamandras” se saísse do faz-de-conta da “Política à Portuguesa” levar-nos-ia, em 2014, a uma catástrofe de consequências imprevisíveis e o que se lê em baixo ajuda a compreender:

O manifesto que defende a reestruturação da dívida pública tem um objectivo, mas não é aquele que os subscritores anunciam , é outro, é manter o modelo de negócio que temos, o Estado que temos, e atirar a dívida para trás das costas … do “Socialismo à Portuguesa “.

III

Uma ironia trágica nos quarenta anos depois da Revolução do 25 de Abril assistir a uma das tribos contestatária (recrutada como todas as outras entre as “elites” dos media e que têm mais ambições de que capacidade) recorrer ao prestigio do professor Adriano Moreira, antigo ministro de Oliveira Salazar do “Colonialismo” da ditadura do Estado Novo da Constituição de 1933, para os capitanear e dar-lhes uma imagem decente e credibilidade de que carecem “no carreirismo como modo de vida “ .

É bonito.



  










Boa tarde.