(906) O FÔLEGO DO ARQUIVO MITROKINE – O KGB NA EUROPA E NO OCIDENTE.
Fanatizar I
“No meio de todo este oceano de historietas, houve um tema
que foi sendo contado e por igual interiorizado: o tema da documentação
retirada do Forte de Caxias, e que pertencia à Direção-Geral de Segurança,
(DGS), por comunistas e entregue à União Soviética.
O tema fez escola, alicerçou-se no repositório histórico
coletivo e corrente, mas nunca nada se provou sobre o mesmo.”
Desfanatizar I
O intelectual faz-se de parvo e sabe que muito poucos em
Portugal leram “O Arquivo Mitrokine – o KGB na Europa e no Ocidente” , mas , aqueles
que o leram sabem que esta afirmação é falsa e sem nexo depois do derrube do
Muro e da impulsão da URSS .
Fanatizar II
“Muito mais tarde, na sequência da estadia de José Pacheco
Pereira em Moscovo, colhendo dados para a sua obra sobre Álvaro Cunhal, o autor
referiu, num programa da série, Flashback, que poderiam levantar-se problemas
judiciários se se provasse que documentação do arquivo da OTAN, que se
encontrava à guarda da DGS, pudesse estar no tal conjunto que se dizia ter sido
levado de Caxias. Como nunca retirou tal conclusão de um modo seguro, é porque
não encontrou nada que tal demonstrasse. Mas o académico referiu ainda, nesse
mesmo programa, que Álvaro Cunhal era uma personalidade de grande
respeitabilidade ao nível da direção do PCUS e do movimento comunista
internacional (…) ”
Desfanatizar II
O intelectual toma os outros por ignorantes e esforça-se por
esconder as 972 páginas de “O Arquivo Mitrokine”, porque (sabe e se não sabe está
a armar ao pingarelho) que no prefácio (página 23) Pacheco Pereira relata uma
história muito diferente:
“(…)Entre estas operações [do pcp], avulta o envio em 1975,
para Moscovo, de uma parte significativa do arquivo da PIDE/DGS. Este envio
físico de papéis, e a microfilmagem de outros, já era conhecida de outras
fontes soviéticas e ocidentais” (…).
“Os arquivos matam, como Mitrokhine sabia e como Cunhal
também certamente sabia”.
(JPP refere-se à carnificina que se seguiu após Moscovo distribuir
partes do arquivo da PIDE pelas antigas colónias: documentos e “segredos” (bufos/traições/
crimes/…) respeitantes a Angola foram entregues ao MPLA para ajuste de contas; os
relativos a Moçambique para a FRELIMO… foi assim!)
Bom dia.
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