10 junho 2014

(938) EURO VS ESCUDO (XXI-XXVI).














XXI

-Que vantagem competitiva temos?

A qualificação dos mais jovens.

XXII

- Esses já saíram do país ...

Muitos saíram. Mas ainda é o principal argumento na promoção exterior. A população abaixo dos 35 anos tem das percentagens mais altas da Europa de mestrados e doutoramentos. E com salários incomparavelmente mais baixos que os da população do centro da Europa com a mesma qualificação. Isso é um activo, tem de ser utilizado.

XXIII

- Mais exportações significam mais emprego e melhores salários?

Sim. Mais cedo ou mais tarde. Há desemprego que não serve nem com exportações: o das pessoas com idades mais altas e menos qualificações. Na construção e obras públicas, Portugal teve 600 mil pessoas, 12% da população activa. No mundo, o termo de comparação será de 4%, 200 mil. Tínhamos 600 mil pessoas num sector onde os outros países, maiores, teriam 200, 300 mil. Só nesse sector estavam 300 a 400 mil desempregados em potência.

XXIV

- Fala-se muito de reindustrialização. Primeiro, mandaram deslocalizar; agora, pede-se mais indústria. Para além dos têxteis e calçado, há outros sectores possa haver crescimento e industrialização?

Indústria em Portugal é engenharia. Falo de concepção de produtos, com muita engenharia ou design associados. Reindustrializar não é voltar à indústria antiga. Isso não tem hipótese nenhuma. Estamos a falar de indústrias novas, intensivas em engenharia.

XXV

- Como ter esperança no futuro?

Às 8 da manhã de amanhã, lá estaremos a trabalhar.

XXVI

- E quem não tem trabalho?

Alguns têm a porta da emigração, que não é boa, mas é uma porta. Outros têm o direito de pedir ajuda. Há apoios do Estado que são um remedeio muito triste. Há o subsídio de desemprego e não concordo com a redução da sua duração. Outros podem qualificar-se, melhorar as suas oportunidades. Há o autoemprego, mas não resolve o problema de muita gente. [silêncio]. Não consigo encontrar solução fora de nós. A salvação não vem de sítio nenhum.











Boa noite.