(901) A FUNÇÃO SOCIAL DA HISTÓRIA.
A história fez-me deixar de ter dúvidas e a filosofia também.
Ponto final.
No post (888)- Herr Heidegger o nazi que a esquerda adoptou - escrevi: Posso recordar, um dia destes, a
carta de João Franco ministro do rei dom Carlos a Oliveira Salazar com resposta
deste? A democracia totalitária não vai enxovalhar? Pois !
- Bom Natal gente boa !
De João Franco para Salazar:
“Lisboa, 5 de Março de 1929.
Ex.º Sr. Oliveira Salazar, Ministro das Finanças.
Quem firma estas linhas não é já nada, nem ninguém, sem
possibilidades de jamais voltar a sê-lo.
É um velho de 74 anos, mais alquebrado ainda pela doença que
pela idade, e que a tudo assiste, e vê, quieto e calado.
Mas não se foi politico
por tantos anos e governante do País por não poucos também, sem se contraírem
hábitos que formam como que uma segunda natureza.
Um desses e inveterado é o de
seguir com atenção e interesse os sucessos da vida pública, podendo e devendo
dizer respeito, no presente no futuro, a Filhos e Netos que lhe fazem doce o viver.
Acabo de folhear o seu relatório financeiro e, chegado à conclusão, disse
convicta e unissonamente: Sursum corda.
V.Exia. tem-se mostrado um homem raro de sinceridade e valor, sendo o Ministro
das Finanças de Portugal carecia. Não oculto o dizer-lho. A cada um a sua
mercê. Assim o pede a justiça e o quer Deus.
Nada ganhará V.Exª em lho escrever,
e eu também nada perco, mas sinto que faz bem manifestar-lho. Com toda a consideração
e simpatia me subscrevo, de V.Ex.ª muito atento e admirador, João Franco”.
Carta resposta de Salazar:
“Ex.º Sr. Conselheiro João Franco.
Tenho adiado escrever a V. Ex.ª, fugindo a qualquer
banalidade indigna de V.Ex.ª e de mim, ao agradecer-lhe as palavras que teve a
bondade de dirigir-me.
Comoveram-me tão profundamente que nada mais desejo sobre
elas dizer senão isso mesmo.
Há pouco mais de vinte anos houve um político que
levantou em Portugal um brado de reacção contra o descalabro da administração
pública, e que o País na sua parte mais desinteressada e sã seguiu com mais do
que carinho, com fé.
Alguém obscuro, muito na verdura dos anos, sentiu então o
contágio dessa fé, e pergunta agora por que desígnio providencial recebe a
carta de aplauso que então desejava escrever, se tivesse uma parcela da
autoridade que V.Ex.ª tem.
Faço votos sinceríssimos pelas melhoras de V.Ex.ª e
desejo-lhe do coração umas Páscoas felizes. Com a mais alta consideração, de
V.Ex.ª admirador e muito grato, Oliveira Salazar. Lisboa, 31-3-929”.
Bom dia.
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