03 outubro 2013

(883) A CORTE DO REI KARL MARX O TEÓRICO.


O meu amigo berrinhos, não é a primeira vez que está aqui no barreirovelho, enviou-me esta imagem biográfica de Karl Marx e faz hoje anos (não o Marx, o Berrinhos é que faz anos) 

Parabéns e um grande abraço , Berrinhos. Saúde.















Vou alterar hoje o calendário dos postes “autárquicos” e falar de Karl Marx, que uma pequena parte do meu barreiro o adoptou como um filho … um grande filho da púcara, digo!

 (Com dois toques na imagem podem ler mas não ficar perplexos com tanto coisa que desconheciam.)

Já sabíamos que Marx “a personalidade mais poderosa da nossa época “ foi isto tudo e muito mais.

“O muito mais” encontrei na AURORA (Revista Mensal de Sociologia, Sciência em Arte de 1929 e 30). 

(AURORA o tradicional símbolo do despertar da luz, todas as manhãs, representando as potencialidades e as promessas).

Na AURORA discutiu-se meses a fio o insucesso da implantação da Internacional (ou Aliança) na Espanha de 1868 (Barcelona) [… um perigo se fosse secreta; inútil se fosse pública] e acusavam Marx e a sua corte (A Internacional e o Jacobinismo, bandos europeus) entre os quais sobressaia Paul Lafargue, socialista, ateu e activista estudantil em Paris.

 Lafargue muito rico, proprietário nascido em Cuba, mulato, teve dificuldades na sua eleição para a Camarra (sic) francesa por ter a nacionalidade posta em causa e facilitou as coisas atirando-se à filha de Karl Marx, Laura.

Casam-se em 1868; aos setenta anos de idade têm um fim trágico, envenenam-se, quando a fortuna, repartida até essa data, tinha sido desbaratada. Marx detestava este genro; melhor os genros (Marx foi um proprietário e riquíssimo) e escreve, confessando em 1882, a Engels: 

“Lafargue e Longuet (outro genro), que os leve o diabo “… uma exemplar família!

(Homens ambíguos que o ambiente de Marx e Engels sempre atraiu; homens de outra têmpera como José Mesa, jornalista, não podem respirar a ar desse meio. Lê-se.)

Com plena indulgência para os seus requintados ódios, Anselmo Lorenzo, encontrou em Londres, um Karl Marx descer ao nível mais baixo. Boa, Alerini!

 (a Sábado de 19 de Setembro 2013 página 91 conta que “um grupo de 26 miúdos entre os 11 e os 15 anos foi preso e acusado de conspirar contra Estaline. 

Os miúdos acabaram condenados a um ano de exilio. Estaline tinha entregue o caso ao general Vladimirsky, que Stepan nos seus diários (médico de Estaline) define como “ um personagem assustador”. As crianças foram impedidas de dormir e sujeitas a pressões psicológicas. 

Estaline, paranóico  sofria de distúrbios mentais e “pode ter perdido o sentido do bom e mau, da saudável e perigoso, do amigo e inimigo” relata o seu médico.)

A desavença na táctica marxista é uma necessidade:

 “ Alguns de nós tem-se interrogado se, aparte a questão de princípios não haverá em tudo isso, ou ao lado disso, questões de pessoas, questões de rivalidade, por exemplo, entre o nosso amigo Miguel Bakunine e Carlos Marx (…) ”.

Fico por aqui ,sem trazer a “internacional “ de Lisboa dos anos 70 do século XIX que esteve interligada a este caso do fracasso de Espanha; Antero, Fontana, Bonança, Fazenda e “ As reuniões que tinham lugar a bordo de botes cacilheiros, vogando o Tejo. (…) foi destas conferencias que brotou a ideia nítida das aspirações e de organização da classe operária… restrita ao centro “.

Deixo a questão: A tirania do dever socialista exige sempre a desavença?

Provavelmente exige: já que as ideias de Marx 

(“ideias que ele não inventou, desenvolveu, ou melhorou, mas que combinou num sistema, são amplamente aceites hoje, mesmo por muitos que enfaticamente se declaram anticomunistas e antimarxistas “) 

assentam no “poder politico no seu verdadeiro sentido, é o poder organizado de uma classe para a opressão das outras”.

O socialismo vê a sociedade como um drama, onde as pessoas se digladiam em vez de cooperarem.

A talho de foice (salvo seja) por que razão o socialismo nunca singrou nos Estados unidos da América como Marx previa , na "excepcionalidade americana"  sem explicação  - diziam Lenine e Trotsky?

Porque o Partido Socialista americano nunca conseguiu afirmar-se no panorama politico que continuou repartido entre Democratas e Republicanos, dado que a cultura americana (liberta do feudalismo que dominou a politica medieval europeia) fora criada por uma revolução centrada no Individuo, igualitária e essencialmente desconfiada em relação ao poder do Estado, o que influenciou um fortíssimo movimento sindical na luta contra os capitalistas e não contra o capitalismo.















Boa noite.