20 fevereiro 2010

(644 ) PAULO RANGEL TRAZ COISAS COMPLICADAS. COISAS ACERTADAS. COISAS VINDAS DA DIREITA ENVERGONHADA.


Não tenho simpatia política por Rangel, mas, hoje surpreendeu-me:

“Aos 10 anos no ensino profissional? ”

“Não aos 10 anos, mas aos 12, 13, 14 as crianças podem estar a aprender uma profissão.

O que é que é preferível?

É termos uma pessoa com 17 anos no 9º ano ou a fazer o 9º ano pela quarta vez ou uma que até aprendeu umas coisas de uma língua estrangeira, de história, de matemática, de português e que sabe ser um bom electricista aos 16 ou 17 anos?

Ou um bom canalizador?

O que é que é preferível do ponto de vista social?

O que é que vai trazer maior mobilidade social?

O que é que é melhor como valor colectivo?

Esta é a questão que nós temos que abrir.

Nós temos que romper um pouco estes tabus.

Além de que vamos ter de aceitar alguma selectividade na escola.”

Rangel não descobriu nada de novo.

Apenas destapa o véu de coisas escondidas , que Abril “adulterou” , vividas por gerações de sucesso, sem frustrações, das quais duas ainda estão vivas.

No Barreiro a CUF e os Caminhos de Ferro, ambas no ossário da Revolução, testemunham o sucesso dessas gerações.

Gerações que nasceram e cresceram aprenderam no duro sem democracia.

Que estiveram na guerra.
Sofreram e trabalharam.
Alimentaram uma revolução.

A maior parte do que desfrutamos hoje em família a eles devemos.

Começa por ser tempo suficiente discutir o mais depressa possível o tabu - da razão - da III República “criminalizar” a opção de trocar a escola pela fábrica ou a aprendizagem de uma profissão destruindo o ensino técnico, as escolas comerciais, as escolas industriais, os liceus;
tudo isto só por si já exige desmistificar “o” Abril que emperra o desenvolvimento para lhe darmos o verdadeiro valor e não aquele que “julga” ter.

Quando se começa?




Boa noite.