04 março 2009

O PARTIDO SOCIALISTA NÃO ACREDITA NO SEU PS/BARREIRO?


I


Depois da saída de cena dos dirigentes carismáticos de Abril, os congressos dos partidos democráticos (agora profusamente imitados e adoptados pelos moralistas esquerdistas “parasitas da desgraça alheia “) transformaram-se em reality shows mais voltados para os “de fora” e com mais desprezo para os “de dentro”.
Como na TV!


Copiaram o pior das orgias comunistas de Kim Jong-il ao expurgarem dos congressos o debate ideológico e os princípios programáticos que os diferenciava uns dos outros.


Estes shows periódicos de endeusamento dos líderes e da sua gente desprestigiam os militantes, os políticos, a politica, a democracia, o debate, os próprios congressos e os congressistas.
E o País!


A todos satisfaz este Novo Circo e a ambição de amanhã vir a ser um dia um dos Palhaços Grandes, daqueles com direito a tudo, a que os pequenos palhaços não têm.
Como cá fora!


II


“ Cinco minutos e ele chega “, avisa para dentro do recinto!



- Vá lá, que já estamos a encher chouriços “



responde uma voz referindo-se aos militantes a quem Almeida Santos vai, penosamente, dando a palavra.


Lá dentro, um anónimo militante tinha conseguido chegar ao púlpito depois de ter reclamado perante o presidente por não ter conseguido falar.


Falou:


- Não houve debate neste congresso. Os senhores deputados e outros dirigentes foram-se inscrevendo e falando, como têm direito, mas os anónimos não tiveram a mesma sorte.
Algumas palmas.



Prosseguia, mas a música interrompe-o bruscamente.


O eterno tema do gladiator sobe de tom, anunciando a entrada apoteótica do guerreiro socialista.
O militante atónito cala-se e fica a olhar
José Sócrates atravessa a sala como se flutuasse, enquanto o anónimo desliza para fora de cena (não sem uma palavra de desagrado a Almeida Santos).
O líder sobe ao palco e recebe abraços.



Tudo a postos para os directos televisivos.


III


O XVI Congresso do PS desprezou o PS/Barreiro ao não eleger ninguém para os órgãos mais representativos.


Nem um ou uma para amostra!
Melhor, se quisermos aceitar, elegeu para o Comissão Politica Nacional um carreirista membro do actual governo.
Pudera!


Ah!
Entrou uma advogada barreirense para a Comissão Nacional de Jurisdição.
Muito importante!


IV


Quanto à luta autárquica que aí vem

(e que se adivinha muito dura a necessitar de gente com muito carisma)

a Cidade interroga-se:


Se os Socialistas Barreirenses não se implantam e não servem para os órgãos dirigentes do seu Partido servirão para quê?







Boa noite.