Aprender com ANTÓNIO NEVES ANACLETO.
Sobre o general Otelo, Cuba, Campo Pequeno e a guerra civil de Espanha
(…) Uma das coisas que há para acrescentar ao que ficou dito é a viagem do sr. general Otelo a Cuba.
Aqui ter-lhe-á sido dito pelos dirigentes cubanos a maneira de matar pulgas … ou sejam os adversários da ditadura (o autor refere-se ao PREC 1974/1975) .
Mal desceu do avião que o trouxe a Lisboa o senhor general Otelo declarou que malgré-lui ( contra a sua vontade ... uma chatice , mas ...o que tem que ser tem que ser) teria de meter na arena do campo Pequeno e a curto prazo, a reacção ou seja 90 % dos portugueses.
A alusão à arena do campo Pequeno refere-se ao que foi feito na arena da Praça de Touros, em Badajoz, durante a guerra civil em Espanha (1936/1939 link no título): os democratas foram aí encurralados e metralhados por tropas escolhidas de Franco. Essas tropas eram marroquinas.
Os executores desse horrendo crime não foram espanhóis: foram estrangeiros.
E tão alienado se encontra este homem dos sentimentos e da alma do povo português, que desde criancinha ele amava não este mas outro povo:
“ recorda-se que os seus companheiros de infância era crianças negras, cujas vidas compartilhou ao longo da adolescência . “
Na infância do sr. general poucas crianças negras frequentavam as escolas em Lourenço Marques , e consequentemente ele, necessariamente, seria envolvido quase só por crianças brancas.
Mas não amava estas, de quem não fala e das quais se esqueceu completamente. Só lhe interessava as crianças negras, e somente destas se lembra.
Foi dos portugueses que recebeu o pão, a educação e o prestígio; mas destes só se lembra eficazmente para os liquidar na arena da Praça de Touros do campo Pequeno.
A. Neves Anacleto
A inventona do 28 de Setembro (quem a fez?)
Pag. 108
Edição do autor 1975
Observação:
Poucos saberão avaliar em 2009 a coragem e a estatura moral necessária para escrever um livro destes em 1975, uma coragem muito idêntica aqueles que necessitaram dela para defrontar a ditadura Salazarista.
O autor foi um dos muitos democratas que estava entalado na ditadura e mais entalado ficou na revolução:
Não era fascista. Não era comunista. Predestinado a ser um entalado.
Esta triste fase da nossa história recente envergonha-nos.
Uma história tabu do PCP, abafada na “solidariedade revolucionária” das esquerdas, com a colaboração da direita envergonhada, como escondida ficou a “vida privada” de muitos dos intervenientes, chamados “ capitães de Abril “ e outros “revolucionários “, que passaram a “novos capitalistas “ a substituir capitalistas com “benesses empresariais “ retiradas da revolução dos cravos.
Se isto não é uma verdade então faça-se o levantamento de quem era o quê antes e o que passou a ser depois.
Não é a verdade revolucionária? ( já foi !)
Na próxima IV ª república fazer-se-á a verdadeira história desta III ª e assim será o processo histórico na Vª , sempre com os “revolucionários calculistas " os ganhadores , perante a maralhal que nunca passará da cepa torta esteja o regime que estiver.
Boa noite.
<< Home