ONDE ACABA A SOLIDARIEDADE E COMEÇA O APROVEITAMENTO POLITICO?
I
Dos maiores escândalos que proporciona a actual “crise” é o seu aproveitamento pelos partidos e seus políticos sem escrúpulos, dos sindicatos e dos empresários irresponsáveis em roda livre, neste País desprovido de um sistema judicial que cumpra as suas funções e respeite o estado de direito.
Nestas circunstâncias todo o aproveitador tira dividendos da desgraça dos outros.
E quem se lixa é quem vive do trabalho e vai passar para o lado dos proscritos chamados desempregados.
Os outros têm sempre o dele garantido: ou vem do Estado do partido ou do sindicato.
II
O que se tem passado, nestes últimos anos, com a caduca unidade industrial AP – Amoníaco de Portugal produtor de amoníaco e ureia no Lavradio é vergonhoso e pouco respeitador do aproveitamento politico da desgraça de quem vive do trabalho, sua única fonte de rendimento.
Há um foco de incêndio (muito antes da chegada dos bombeiros) ou uma paragem da laboração fabril por incompatibilidade nos preços do crude e do preço final, a portaria, enche-se de políticos eleitos e outros por eleger.
Aparece a imprensa e vá de fotos e reportagens em competição para ver quem defende melhor os trabalhadores.
III
A AP amoniaco de Portugal é mais uma vítima da conjuntura mundial e do mercado concorrencial competitivo em que se insere.
Foi o mercado a funcionar que levou ao fecho desta unidade industrial.
Quem não entende isto não entende nada de nada.
Qualquer intervenção dos dinheiros públicos, dos nossos impostos, confiados à guarda do Estado em empresas falidas é "desonesta".
Desonesta porquê?
Se o estado intervém na empresa A que perdeu clientes e obviamente mercado porque não intervir na empresa B que está nas mesmas condições?
Os dinheiros dos nossos impostos não estão vocacionados para intervir nas empresas que têm o dever, como empresas, de sobreviver nos mercados em que se inserem.
IV
A maior "desonestidade" dos tempos modernos começou na pátria do liberalismo a injectar dinheiro dos contribuintes na sua banca fraudulenta falida.
Quando isto acontece o sistema perverte-se. Está pervertido.
As regras do jogo foram mudadas durante o jogo.
Infelizmente com consequências imprevisíveis a politica de Bruxelas é de deixar delapidar os dinheiros dos nossos impostos na perversa banca portuguesa.
V
Para inglês ver está só um PPD/PSD (!) banqueiro português em prisão preventiva, que teve a "dignidade" de não abrir a boca perante uma chusma de deputados sedentos de “sangue de banqueiro “ que deviam estar mais preocupados em saber o porquê dos outros dezoito não estarem a fazer-lhe companhia. (as contas são simples de fazer desde o BCP até BPN andam eles à volta de 18 a 20 que deviam estar em prisão preventiva).
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