08 outubro 2008

FALAR COM SAUDADE DO DEFUNTO BARREIRO (VELHO).

Era assim , o Barreiro (Velho) recordado, no último sábado, por dona Olga Costa Mano na RTP “Saudades da Fábrica”:

rua Aguiar chapelaria gaspar,255 drogaria rezende,152sapataria jõao ferreira,141drogaria aguiar,195 alfeitaria a elegante de julio macedo, 185alfeitaria jose esteves ,35alfeitaria rebelo, 129alfeitaria horácio,187auto-mecanica barreirense de alfredo coelho,337cabeleireiro de senhoras de sécio gomes café moderno ,209café da chic,173fanqueiros e retrozeiros a elite,188casa xavier mercearia drogas e ferragens,122patricio gaio mercearia drogas e ferragens capelistafrancisco branco mercearia mario da costa mano mercearia,168
marcenaria progresso,210padaria tabuense ,215padaria do povo,45padaria bonfim,138
vinicola do barreiro,277nicola covacich vinhos,sal ,cereais e palhas luis rodrigues rádios frigoríficos aspiradores…mais muito mais rua Marquez de Pombal arcos e arames de josé rosinho, 141fabricante de cortiça ferreira filipe,127antónio gomes fabrica de rolhas,47artur pinheiro de carvalho a mobiladora do barreiro antónio luis dos santos marcenaria,49…mais muito mais rua almirante reis alfaitaria ferreira, 111viuva hernandez mercearia,12 o papagaio vinhos,123joao resende fotógrafo,109companhia de seguros ultramarine João grave pintor teatro cine barreirense cinema teatro… mais muito mais

Tabernas e barbeiros eram do que mais havia. Tudo isto desapareceu!

Do Barreiro (Velho), da boa vivência que a senhora descreveu, como se fosse hoje, não existe nada, nem o mínimo vestígio.
Tudo não passou de um equívoco de memórias, tempo e datas.

É verdade que no Barreiro (Velho) dos burros das mulas e das carroças, das mercearias, das tabernas e barbearias, dos alfaiates das drogarias e mercearias, das fábricas e fabriquetas, da cortiça do vinho e da palha, se encontrou entre o muito ódio e a mesquinha inveja muita solidariedade, e muita amizade.

Outros tempos!
Tudo isto morreu, como morreu o Barreiro Velho, “assassinado” por políticos profissionais vaidosos que lá nasceram e cresceram e o transformaram num local pouco recomendável a horas mortaspara não exagerar e dizer à luz do dia.

Devemos prestar homenagem a Dona Olga por trazer à memória colectiva o espólio de sua família doado ao gabinete de arquivo e gestão documental da Câmara Municipal do Barreiro.

Neste opúsculo descritivo (distribuído gratuitamente)



encontra-se esta narração triste que destruiu a sua família:

“A grande instabilidade da primeira República não foi gentil com a família Costa Mano.
Na noite de 17 de Maio de 1917, o Mercado Municipal e várias lojas do Barreiro e arredores foram pilhadas por populares enraivecidos.
Entre elas a loja do “José do café”.
A família ao pressentir a entrada por uma janela de saqueadores acordou no andar superior.
José Maria da Costa Mano pensou que a sua idade seria respeitada pelos assaltantes e os traria à razão mas, infelizmente foi atacado por uma machada que o prostrou no chão.


A sua mulher, Esperança, ao ver a cena enlouqueceu e viria a falecer 5 meses depois.
Os assaltos e a morte da mulher derrotaram o velho José Maria que entregou aos filhos todos os negócios tendo falecido em Agosto 1926.”



Boa noite.