19 maio 2008

O POLITIQUÊS É A LINGUA OFICIAL NA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DO BARREIRO.

I
O politiquês é tramado porque obriga a enrolar a língua – de pau e a gastar garrafinhas e garrafinhas de água:
nem sei como aguentam tanto tempo, com o que dizem, o que não dizem, o que queriam dizer e não disseram mais o que ficou por dizer e devia ser dito.

II

Na assistência muitos não entendem o que está a ser dito.

À porta ouvia-se:

- O que é que propôs o PSD?
- Não foi bem assim o que disse o PS!
- “ Você é jovem e tenho idade para ser sua mãe “ estava a falar para quem?

Da minha parte, unicamente não entendi o que o Presidente da Câmara queria dizer com:

“ Parece-me que não falamos todos português “.

(Pudera se a língua oficial é o politiquês!
Uma hora antes de acabar a Assembleia via-se o único vereador do PSD a abandonar o local.
Antes assistíamos a alguém do seu grupo municipal a ler o jornal enquanto falava um munícipe.
De todos os grupos municipais havia gente que falava entre si enquanto um munícipe falava no palanque)

III

O PS não convenceu porque não tem ninguém para convencer.

Transmite a ideia de que anda atrás da agenda politica do PCP .

Falar muito bem e ao coração não é tudo, porque em politica, falar muito bem ao coração quer dizer o quê?

Resolve o quê?

Carlos Humberto é exímio em falar ao coração e o que é que fica depois?

IV

A sessão extraordinária da Assembleia Municipal para esclarecer o futuro da Estátua foi da responsabilidade do PS, por isso mesmo não entendi o documento apresentado (proposta de resolução?) estivesse datado de 24 de Abril quando a mesma era oficializada na mesma A.M. a 15 de Maio!

Do PSD veio uma proposta evasiva ,desinteressante e titubeante:
a estátua pode ficar sem pedestal!

O BE quer consultar a população se “ fica ou vai embora “.

O PS , o partido com maiores responsabilidades, limitou-se ao vago:
“ se sair queremos referendo “.

(anotem: se sair!)

Esclarecia o Presidente que
“concorda com a saída da estátua “ e “discorda com o referendo “.

Chumbado o referendo!

V

No meu entender a politica é um assumo permanente de ideias.

Assumir é afirmar, sustentar, convencer e argumentar, não é burilar emoções para recolha de dividendos eleitoralistas .


VI

Preferem falar da “pobreza” ,mas ,tiveram vergonha em defender o “capitalista” porque é disto que se trata.

A ignorância da história ofusca sempre o presente e confunde quem não a sabe.

Para muitos o Capitalismo é o neo-liberalismo de que ouvem falar.

( exemplificando : não veio do interior do PS o maior ataque ao ex- presidente (deles) Xavier quando alguém ligado à misericórdia e ao mesmo partido classificou a equipa autárquica de uns” neo-liberais” ?
Nunca justificaram o que queriam dizer com isto. Nem ninguém se interessou !)

Se estes amadores de palavras soubessem destas coisas e conhecessem o “seu povo “saberiam que não são poucos os que afirmam na sua simplicidade:

“O mal do Barreiro é não aparecer outro Alfredo da Silva “.



"declaração de voto"



Na minha terra desde a tenra idade que se aprende a discutir as pessoas e não as suas ideias, por consequência, de tempos a tempos recordo:

Nada me move contra a Assembleia Municipal do Barreiro e os seus eleitos, anteriores, ou actuais , ou que ocupam o lugar por inerência.

Mais declaro que mantenho longa amizade com muitos dos actuais eleitos e para não se esquecer :

aqui discute-se o mais difícil : as ideias .

para o mais fácil (discutir pessoas ) não estou disponível.


Boa noite.