22 novembro 2013

(895) BÉRTOLO BRECHT VERSÃO ANTÓNIO CHORA.


- Sei lá. Depende!

- Depende destas verdades inconvenientes:

– Que há uma maioria de portugueses silenciosos e vilipendiados, a falar em surdina, assustados e entalados entre os radicais de São Bento e os da rua empurrados pelos media .
- Que é “um grande mistério a situação portuguesa e que inúmeros dirigentes e intelectuais antecipam e incitam à revolta e ao tumulto social enquanto o País permanece sereno e ordeiro”.
- Que o Estado de direito democrático é baseado na soberania popular, no pluralismo de expressão e organização política democráticas (artigo 2º da Constituição).
- Que todos os cidadãos gozam dos direitos e estão sujeitos aos deveres consignados na Constituição (artigo 12 º).
- Que a soberania, una e indivisível, reside no povo, que a exerce segundo as formas previstas na Constituição.
- Que foi um direito do povo, no dia 5 de Junho de 2011, dar 2 milhões 159.742 votos ao PSD.
- Que o CDS/PP recebeu, emanado do povo,653.987 votos.
- Que o total deu 2 milhões 813.729 votos e a inerência de indicarem o primeiro-ministro para um mandato de quatro anos.
- Que no dia 23 de Janeiro de 2011 os portugueses confiaram a Cavaco Silva 2 milhões 231.603 votos.
– Que falta legitimidade à rua para derrubar governos eleitos democraticamente.
- Que o actual governo constitucional é medíocre, é um facto, e quem o pôs lá foi o povo, é a realidade.

Resta a questão principal se será ao povo que deveremos sacar as responsabilidades por este só saber eleger gente medíocre?

Se sim, então o melhor é acabar com o povo e já!

II

Surpreendeu-nos pela negativa (vindo de um caso estudo do sindicalismo português, profissional lúcido que recusou a demagogia politico-sindical, que foi capaz de prestigiar as desprestigiadas comissões de trabalhadores) o raciocínio primário do “derrubar” governos democraticamente eleitos da responsabilidade da Assembleia da República, ou do Presidente da República.

Se o radicalismo que transpira o texto fosse adoptado na Volkswagen Autoeuropa, em Palmela, com 3.383 empregados,2 biliões 246 milhões de € facturados em 2011, principal empresa do distrito de Setúbal, aonde estaria agora o “carro do povo “?

III

António Chora pareceu-nos um Bill Cosby do sucesso na adversidade (preto culto dos anos sessenta, trabalhou por mil brancos, comediante, escritor, músico, militante, muita coisa mais na TV americana) quando lhe perguntaram, qual a fórmula para o sucesso?

- “ Para o sucesso eu não sei, mas para o fracasso é querer agradar a todos “.



















Bom dia.