(892) SINDICALISMO DESREGRADO E DEPOIS?
Dois exemplos: na I República de 1910 [a do milagre da
multiplicação dos republicanos] e na Revolução Bolchevique de 1917 [a da
ditadura do proletariado] qualquer delas à sua dimensão confrontou-se com “a
questão dos sindicatos” que engolem regimes.
O dogma dos inalienáveis direitos
adquiridos é uma falsa questão.
O ditador Lenine nunca facilitou (Janeiro de 1922) a gula
sindical
“À maneira muito formal como os sindicatos procedem à admissão em
bloco de todos os assalariados, suscitou, numa certa medida, deformações
burocráticas nos sindicatos e afastou estes últimos da grande massa dos seus
aderentes “ e o Comité Central do Partido Comunista Bolchevique decide “as
funções e as tarefas dos sindicatos nas condições da nova política económica “e
determina:
“Mas nada de direitos aos sindicatos, sem obrigações “
(Lenine /A
questão dos sindicatos /página 67/edição Nosso Tempo /1971).
Que eram
obrigações?
II
Consagrar a greve coisa constitucional (importante) e o
lockout inconstitucional (nocivo) inverte o ónus do trabalho/capital
subvalorizando o equilíbrio periclitante desta relação que define o progresso. A
democracia em excesso provoca o desemprego? Talvez.
Por consequência o sindicalismo ficou livre de usar e abusar da greve pela greve e servir-se da coação militarizada dos piquetes contra a res
publica e os cidadãos indefesos.
O sindicalismo e os seus delegados, dos tempos modernos, fizeram-se
elitistas e reaccionários e inscrevem-se no corporativismo de classe,
desrespeitando a Pátria e o Estado de direitodemocrático, a arreganhar os dentes com as
garras de fora quando ameaçado nos seus interesses de grupo.
E se os empresários fizessem greve aos trabalhos de cobrador
de impostos – os descontos obrigatórios que retiram ao trabalhador e entregam
ao Estado?
III
A desvirtuação dos actuais sindicatos, no sindicalismo sem obrigações,
ocorre O Brasil de Carlos Maringhella dos anos sessenta e o Pequeno Manual da Guerrilha
Urbana!
Porque viver na margem sul, ganhar a vida na outra, ou vice-versa,
e necessitar dos transportes públicos no dia-a-dia torna-se num imprevisível deambular
em terra de ninguém em Barcos- Lampedusa.
A população que atravessa o Tejo a fazer-se à vida continua
a afogar-se na prepotência sindical “dos transportes à função pública “ jamais
permitida na Pátria dos Trabalhadores de que falava Álvaro Cunhal como uma
bênção na Terra.
IV
Para quando a divulgação dos milhões em ajudas do Estado dadas
aos Sindicatos e a divulgação anual sobre o número de membros sindicalizados
por sindicato?
"Mas
nada de direitos aos sindicatos, sem obrigações" Lenine ( ... não é o do boné , da festa do avante ?)
Boa noite.
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