11 novembro 2013

(892) SINDICALISMO DESREGRADO E DEPOIS?

Dois exemplos: na I República de 1910 [a do milagre da multiplicação dos republicanos] e na Revolução Bolchevique de 1917 [a da ditadura do proletariado] qualquer delas à sua dimensão confrontou-se com “a questão dos sindicatos” que engolem regimes. 

O dogma dos inalienáveis direitos adquiridos é uma falsa questão.

O ditador Lenine nunca facilitou (Janeiro de 1922) a gula sindical 

“À maneira muito formal como os sindicatos procedem à admissão em bloco de todos os assalariados, suscitou, numa certa medida, deformações burocráticas nos sindicatos e afastou estes últimos da grande massa dos seus aderentes “ e o Comité Central do Partido Comunista Bolchevique decide “as funções e as tarefas dos sindicatos nas condições da nova política económica “e determina: 

“Mas nada de direitos aos sindicatos, sem obrigações “

 (Lenine /A questão dos sindicatos /página 67/edição Nosso Tempo /1971).

Que eram obrigações?

II

Consagrar a greve coisa constitucional (importante) e o lockout inconstitucional (nocivo) inverte o ónus do trabalho/capital subvalorizando o equilíbrio periclitante desta relação que define o progresso. A democracia em excesso provoca o desemprego? Talvez.

Por consequência o sindicalismo ficou livre de usar e abusar da greve pela greve e servir-se da coação militarizada dos piquetes contra a res publica e os cidadãos indefesos.

O sindicalismo e os seus delegados, dos tempos modernos, fizeram-se elitistas e reaccionários e inscrevem-se no corporativismo de classe, desrespeitando a Pátria e o Estado de direitodemocrático, a arreganhar os dentes com as garras de fora quando ameaçado nos seus interesses de grupo.

E se os empresários fizessem greve aos trabalhos de cobrador de impostos – os descontos obrigatórios que retiram ao trabalhador e entregam ao Estado?

III

A desvirtuação dos actuais sindicatos, no sindicalismo sem obrigações, ocorre O Brasil de Carlos Maringhella dos anos sessenta e o Pequeno Manual da Guerrilha Urbana!

Porque viver na margem sul, ganhar a vida na outra, ou vice-versa, e necessitar dos transportes públicos no dia-a-dia torna-se num imprevisível deambular em terra de ninguém em Barcos- Lampedusa.

A população que atravessa o Tejo a fazer-se à vida continua a afogar-se na prepotência sindical “dos transportes à função pública “ jamais permitida na Pátria dos Trabalhadores de que falava Álvaro Cunhal como uma bênção na Terra.

IV

Para quando a divulgação dos milhões em ajudas do Estado dadas aos Sindicatos e a divulgação anual sobre o número de membros sindicalizados por sindicato?

"Mas nada de direitos aos sindicatos, sem obrigações" Lenine  ( ... não é o do boné ,  da festa do avante ?)



















Boa noite.