( 894 ) QUANDO A STARA ZAGORA ENGOLIU A DOM MANUEL DE MELO.
Estas ruas barreirenses, tornadas antagónicas com o 25 de
Abril, recorda-nos a intolerância e o pouco respeito do Poder Local, saído da democracia,
quando a história é contrária a planos partidarizados de génese totalitária , no entanto, é pouco provável que uma delas venha a precisar de revisionismo histórico.
As ruas já estão
inscritas, nas coisas boas e nas coisas más da minha terra, na Terra da CUF, e
da “aristocracia operária “.
E recorde-se esta
golpada reaccionária ,para memória futura ,de meados da década de
setenta, no primeiro mandato antifascista que durou de 1976 a 1989 com a FEPU, a
Rua Dom Manuel de Melo, que ladeava o Campo de Jogos do Futebol Clube
Barreirense (fundado em 1888) com o mesmo nome, foi engolida pela Cidade
Búlgara de Stara Zagora e o nome maldito de um Melo era mesmo para desaparecer
definitivamente.
Os moradores viram as
suas moradas na lista dos TLP substituídas, sem qualquer “aviso”. Nos recibos
da água e electricidade a alteração foi imediata. Naquela época uma reacção extemporânea
poderia trazer consequências inimagináveis. Estávamos na terra que perseguia a
chegada e a venda do Expresso, aos sábados de manhã, junto ao Tico Tico:
fascista! Uhhh. Uhhhh.
Sem data exacta, algum tempo depois, a Rua Dom Manuel foi regurgitada.
A placa toponímica andou “desaparecida” anos e
anos (na origem foi colocada na parede dos armazéns de vinhos do “Fortunato da
Arruda” em frente ao Jardim dos Franceses, para onde voltou à parede imunda).
No Barreiro, meia dúzia de pessoas conhecem esta porta de
acesso ao mundo soviético, o mundo de Cunhal, pela Bulgária, que nos levaria no
futuro a ” integrar-nos ” nos países de leste.
BARREIRO – CIDADE GEMINADA COM STARA ZAGORA, NA BULGÁRIA
ЛИђ℮Η ŒЛǽ ǽΣЛǽΣΨΞǺƯИђ
Que fique o nome de Stara Zagora, um bonito apelido para uma
Vanessa:
Vanessa Stara Zagoravitch lusófona – a Rosa Luxemburgo portuguesa da
margem sul- e anule-se a geminação como tal; seria uma decisão inteligente, uma
clarificação do desejo democrático desta autarquia, do mesmo modo como foi
derrubado o muro de Berlim pelo POVO em 9 de Novembro de 1989.
A "Stara Zagora " é a antecessora da destruição da Estátua de
Alfredo da Silva três décadas depois , e vem de longe a obsessão do partido
comunista em destruir, no Barreiro, tudo o que esteja ligado à memória da “roda
dentada” CUF.
Quanto ao nome de “Campo D. Manuel de Melo “ (que substituiu
o Campo do Rossio) foi deliberado em Assembleia Geral de 14 de Fevereiro de
1952, ele surge
“como preito de gratidão para com a Administração da Companhia
União Fabril por o muito que o Futebol Clube Barreirense lhe ficava devendo nos
benefícios que lá introduzia “
(70 anos de vida do Futebol Clube Barreirense
(página 27) /José Rosa Figueiredo/edição do autor).
Boa tarde.
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