10 março 2007

BARREIRO - HOLLYWOODESCO


A A-Verdadeira a descrever as potencialidades do Barreiro contemporâneo na indústria cinematográfica :

Mas qual cidade do cinema?

Tirando alguns "filmes" a que vimos assistindo no dia a dia político e social do Barreiro, a cidade do cinema, como pomposamente lhe chamam, não passa de uma invenção.

Quem é que acredita que haveria algum investidor maluco que pusesse em risco o seu capital, investindo num projecto sem o mínimo de viabilidade?

Vocês estão a ver os "artistas" a tomar banho de coloides fecais, na praia de Alburrica?

A dormir em tendas de campismo porque no Barreiro não há hotelaria?

A cheirar aquele cheiro a fossa que se liberta de vez em quando pela cidade?

A olhar toda esta gente pobre e o Barreiro velho a desmoronar-se enquanto a edilidade coça os "tintins"?

O actor Joaquim de Almeida, conseguiu que a cidade do cinema vá ser instalada no Algarve. Toda a gente já sabe disso, menos o Barreiro.

Vai ser junto a Loulé e envolve uma soma astronómica. Já constituiram a empresa e não é nada que se compare ao que querem fazer crer que está em vista para o Barreiro.

O Algarve será sempre o Algarve e eu apelo aos Barreirenses para, de uma vez por todas, deixarem de ser "tansos" e não embarcarem em falsas promessas de projectos que irão ser concretizados, porque isto da Cidade do Cinema para o Barreiro sempre foi uma grande treta e o Governo sempre o soube.

A prova disso, foi a rejeição no Congresso do PS, da moção de Madalena Alves Pereira, sobre o assunto.

Abram-me esses olhos e dêem-lhes bordoada de cada vez que vierem com invenções.

Agora, se me disserem que o Barreiro dava um excelente cenário para os filmes baseados nos romances de Máximo Gorki, aí, sim, já acredito.

Bastava ir ao Bairro das Palmeiras ou a certas zonas do Barreiro Velho, para obtermos as expressões e os cenários que adivinhamos, quando lemos "Os Miseráveis" ou "A Mãe": gente triste, pobre e ambiente degradado.

Talvez por aí o Barreiro tenha alguma hipótese de se transformar numa Hollywood do terceiro mundo, porque tem a Quimiparque que mais parece um terreiro onde explodiu uma bomba nuclear, tem esgotos a desembocar a céu aberto e tem o cheiro de pobreza que convém a todo o filme do género.

Para figurantes temos os figurões e as figuronas de sempre.

Nem para filmes "hard-core" o Barreiro serviria para cenário, porque a maior parte dos figurantes masculinos, estão todos murchos e a despencar, devido à idade.

O Barreiro é uma cidade de idosos.

É uma cidade triste.