BARREIRO CIDADE DO CINEMA DA TRETA
A nossa terra sempre encheu a boca de cinema.
Por uma razão muito simples; teve um Augusto Cabrita.
E abusou da situação.
Teve um Cine Clube (tem?) com um dos maiores feitos;
cantar a Internacional,
e o Hino de Caxias,
no jantar convívio aquando do primeiro encontro dos cineclubes,
no Porto,
( com a assistência aterrorizada )
nos finais dos anos sessenta.
Teve , e tem , uma autarquia cinéfila
( grande parte dos autarcas desde 74 foram directores do CCB)
que liquidou os únicos dois cinemas que existiam no Barreiro Velho.
O República e o Teatro-Cine.
(O primeiro do senhor Miranda o segundo do Sindicato dos Ferroviários.)
O terceiro cinema, da CUF, actual casa Casa da Cultura (!) , com a cultura de filmes de “porrada”, livrou-se da hecatombe cinéfila mas não escapa de uma morte certa a curto prazo.
A insensibilidade dos nossos (deles) autarcas cinéfilos liquidou um património de cinematografia, no centro histórico da cidade.
(detesto chamar cidade ao Barreiro. uma cidade com vida e movimento de vila. uma cidade com mentalidade de aldeia)
Resta as mini salas do Feira Nova que a Lusomundo deixou cair .
Os nossos (deles) autarcas cinéfilos perderam ( não utilizaram o direito de opção) uma boa quantidade de edifícios com interesse histórico
(imóveis com memória colectiva)
pela cultura do
"deixa – andar – que – a – malta – nem – se – apercebe".
Essa mesma insensibilidade permitiu que o Teatro – Cine passasse para as mãos de uma seita religiosa e se tornasse num bunker.
O República acabou por cair de podre graças à incúria do sindicato e a apatia dos autarcas cinéfilos.
Entretanto, a oportunidade do Barreiro Cidade do Cinema, nos terrenos da antiga CUF, não passará de mais uma oportunidade.
Quem acredita na capacidade do actual presidente da câmara em saber lidar com investidores?
Esses malditos capitalistas exploradores dos trabalhadores!
O meu argumento, por enquanto, está sustentado nestas afirmações:
“ de acordo com Carlos Humberto, Presidente da Câmara Municipal do Barreiro,
na reunião (21/11/2006) que realizou na API-Agência Portuguesa de Investimento,
pôde constatar que não existia qualquer contacto com aquela Agência, sobre o projecto Cidade do Cinema.
Salientou, que a “API não pode dar contributos para uma solução, enquanto o promotor não colocar uma proposta à API”.
(…) salientou que reafirmou estas informações ao promotor.
(…) sublinhou que todos os assuntos sobre a
“cidade do Cinema” teriam que começar a ser tratados por escrito dado que –
“ a Cidade do Cinema está a ganhar estatuto de arma de arremesso político "
pelo que, neste contexto, considerou, ser necessário começar a tratar este
“assunto com muito cuidado”.
Quem fala assim não tem a mínima noção como "estas coisas " se fazem
(não o culpo. )
O Barreiro tem o que merece .
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