10 novembro 2006

LUPEM – SINDICAL

Com o desenvolvimento da revolução russa, Lenine constata a necessidade de evidenciar e denunciar, pela negativa, o aparecimento de uma nova gente com a vocação de viver sempre melhor com menor esforço ; uma gente oportunista e parasita, desinteressada no bem comum e no colectivo.

A esta gente, Lenine, apelidou de “lupem-proletariado” .

Interrogo-me, com a desvirtuação do sindicalismo, e a libertinagem da “ democracia -à -portuguesa” não existirá no movimento sindical, que luta permanentemente contra o Estado-Patrão , central e autárquico (ou nas Empresas onde há dinheiros públicos)
um “lupem – sindicato” ?


Vejamos as greves de ontem e de hoje, da Função Pública e Transportes , com ponte fim - de - semana :

A dos transportes fluviais da Soflusa a quem se dirige?

aos “quadros superiores” que trabalham em Lisboa ?
talvez aos “capitalistas” , e aos que “vivem bem” , e querem ir a Lisboa ?
ou aos “administradores” que trabalham em Lisboa ?

Todos sabem que estas greves, de desgaste social, se dirigem esmagadoramente aos mais desfavorecidos e desprotegidos.

Àqueles que andam de lancheira, aos que correm para os autocarros, aos que trabalham a mais uma a duas horas do Terreiro do Paço.

Aos que são penalizados por chegarem atrasados e vêm o seu contracto de trabalho comprometido por viverem no Barreiro!

Viver no Barreiro (com a ajuda dos camaradas da Soflusa) é um impedimento na obtenção de um contrato de trabalho!

Qual a empresa que vai admitir um trabalhador que está permanentemente com dificuldades em chegar a horas?

E a dos funcionários públicos , nos hospitais, com a consequente anulação de consultas e intervenções cirúrgicas, marcadas há meses e anos e que voltam à lista?

Estas greves, nos hospitais e centros de saúde, no ensino e nos transportes, não estão direccionadas aos “quadros superiores”, aos “capitalistas” , aos “administradores”, aos “que vivem bem”.

Os participantes destas greves e os sindicatos responsáveis, todos ligados ao Estado -Patrão, são bicéfalos :

por um lado, querem destruir as reformas do Estado - Capitalista ,
mas, pelo outro querem ganhos e benesses compatíveis com a existência
do Estado -Capitalista.