( 788) COMO O BARREIRO NOVO GASTA O NOSSO DINHEIRO.
Quando o pesadelo da avenida da praia parecia terminado, eis
que surge um imbróglio à volta de um misterioso tubo “abandonado”, junto ao
muro da antiga quinta do Braamcamp.
O camarro na sua sapiência sabe que este buraque é para um ganda tube que está lá em baixo junto ao muro:
Para chatear o camarro, o buraco foi tapado e o ganda tube continuou impávido e sereno com
mais grades a impossibilitar que o trânsito tivesse os dois sentidos:
Entretanto, o tempo por estes lados não é muito veloz, em maio/junho
a população desesperava entalada em grades; espantada vê que há buracos mal
fechados que voltam à sua forma inicial de buracos e onde existia um “buraco
mal fechado” passou a haver um “buraco bem aberto” com coisas que faltavam lá
dentro:
Repõem o pavimento na metade da avenida, a outra metade fica
como estava, velha, com fendas e os conhecidos” trilhos medievais das nossas
ruas e avenidas”; desaparecem as grades em finais de Junho; o trânsito normaliza,
uns dois dias antes do dia da Cidade, a 28 de Junho.
E o misterioso tubo, grandalhão,” a custo zero”, continuava
impávido e sereno encostado ao muro:
Voltam as grades. O
trânsito é fechado. Haverá mais um novo
e um ganda buraque?
Dizem os camarros que eles
agora vão meter o tal tube
no “buraco mal tapado”; outro mais
exaltado achava que eles, ao fim destes meses todos, deviam pôr o tube num sítio que ele lá sabe!
II
O Juiz Carlos Moreno – jubilado do Tribuna de Contas - explica-nos
o que são dinheiros públicos:
“ Os dinheiros públicos revestem características distintas
das dos dinheiros privados. O nosso dinheiro, aquele de que cada um dispõe para
a sua vida privada, pode ser gasto a seu belo prazer, sem ter de dar
explicações a ninguém, nem mesmo quando decide acender um charuto com uma nota
de 100 euros.
Com o dinheiro dos contribuintes tudo muda. Estes são bens
escassos, bens alheios, administrados em nome e por conta de outrem para
realização exclusiva de finalidades públicas.
Só devem ser gastos de acordo com os critérios da boa
gestão, com respeito pelos princípios da concorrência, transparência e
publicidade e com observância da lei.
In Como o estado
gasta o nosso dinheiro /editora caderno/ Leya /outubro2010 (página 54)
III
Considerando que a câmara municipal do barreiro, disse isto
em Março; depois, em Maio, ouve-se isto: [a Simarsul “encontra-se com algumas
insuficiências de tesouraria” ]; por sua vez a Simarsul esclarecia, também em Maio,[ver a página 3 destePDF], que “as obras realizadas não têm derrapagens “ e falava dos
calotes dos accionistas.
Entretanto, diz-se, quem conhece e visitou isto, que
há salas enormes -sem gente -e um auditório “ do melhor que há”. Tudo em grande
(desconheço, mas, não tenho dúvidas em acreditar)!
Por isso, a CMB em Julho devia ter palavras claras e sucintas,
do que entende por “pequenas intervenções “e
esclarecer a existência do misterioso tubo “abandonado”, do seu “buraco mal
fechado”, da reposição do pavimento alcatroado por uns dias ser destruído uns
dias depois, simplesmente, por causa de um troço!
Para compreendermos [porque ficamos sempre estupefactos e duvidosos
com o à-vontade com que falam e abordam assuntos que exigem reflexão e ponderação]
(tudo, isto, agravado com a inexistência de um jornalismo barreirense interventivo
que não se limite a um transcritor de comunicados da câmara desprezando os
interesses dos munícipes e da coisa pública) se não será este tubo “abandonado”
um exemplo prático in loco de uma
derrapagem mais que evidente?
IV
Na gestão dos dinheiros públicos [esclarece mais adiante na
página 57 o juiz Carlos Moreno]
”desperdiçar ou mal gastar, nem que seja um só
euro dos contribuintes, não é tolerável em democracia nem justificável num
Estado moderno”
… e muito menos, estupidamente, a abrir e a fechar buracos, digo
eu!
Donde, conclui:
-“ Quem administra
tem de prestar regularmente contas da sua gestão; e explica-la publicamente:
Como diz o povo: quem não deve não teme.”
Pois!
Bom dia.
... que seca !
O tempo que o meu dono
perde com estes gajos!
… já não tenho
pachorra para ler estas merdas!
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