(783) A POMBINHA DOS ABUTRES.
Assenta como uma luva na Arte de Furtar [autoria do Padre
Manuel da Costa dedicada a D. João IV em 1652] a I e a III República [na II a
ditadura não dava folgas] com os seus
“ abusos e latrocínios que representa a corte,
os ministros, o clero, os altos dignatários, o exército, a magistratura, as
profissões liberais, os comerciantes e açambarcadores, os artesãos, enfim todos
os que se vão locupletando escandalosamente com os parcos meios do erário
público e enriquecendo à custa dele, e até as camadas mais baixas da população,
os próprios pobres, mendigos e vadios e os seus expedientes “.
Esclarece o Padre Manuel da Costa:
“ Não ensina ladrões
o meu discurso, ainda que se intitula Arte de Furtar; ensina só a conhecê-los,
para os evitar”.
Hoje, entenda-se, por corte, o poder da Democracia Totalitária
nas mãos dos abutres da partidocracia.
II
Os abutres, a troika, o pânico à “crise”, o salve-se quem
puder no “vence na vida quem diz sim “ são o falatório de um perverso dilema eleitoral
para as próximas autárquicas de 2013:
- Preferes ter no poder um político corrupto e enérgico, competente,
com sucesso, desenrascado e que se preocupa com o bem-estar e o futuro?
- Ou, preferes um político honesto e frouxo, incompetente,
falhado, medíocre e que se borrifa na qualidade de vida e no futuro?
Este raciocínio desmedido na dualidade corrupto / honesto tem
nas circunstâncias actuais energia instalada para aparecer como uma resposta extremada
ao Poder Local iníquo (notoriamente preocupado com “ afilhados e a filharada politica
a meter e a tirar ” na câmara, nas freguesias, nas empresas públicas e municipais)
e à peste instalada, como um bem, da Democracia Totalitária.
Recordando a metáfora de Camus na Peste ” […] o bacilo da peste
não morre nem desaparece nunca, pode ficar dezenas de anos adormecido nos
móveis e na roupa, espera pacientemente nos quartos, nas caves, nas malas, nos
lenços e na papelada “.
Bom dia.
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