09 abril 2010

( 664 )O PELOURINHO DO BARREIRO. BOA!


I

Ofende chamar Castelo de Coina à torre quadrada, com terraços, na quinta do Martins de Coina? Pelourinho a uma cruz de pedra frente à Igreja da nossa senhora do rosário? Galinhas do mar às gaivotas? Avenida do mar à avenida da praia? Não!


São os novos tempos da improvisação sobre tudo e todos.


II

o Jornal do Barreiro, edição de 19 de Março 2010 assinado por ALM a editora, pag. 4 em
“Grupo barreirense define pontos de encontro – projecto limpar Portugal ” escrevia isto :



(…) no Barreiro foi escolhido o Largo da Escola Alfredo da Silva junto ao pelourinho(…) .

chamar a esta cruz de pedra um pelourinho numa terra que nunca o teve



merece algum tipo de comentário ? Merece !


Este desleixo do “deixa andar que ninguém liga “ do que escrevem no “jornalismo barreirense”, não sendo muita grave numa qualquer tertúlia à roda duns copos em dias marcados com relatório num online da terra, é grave para quem tem a “obrigação” de informar, mas, informar bem o público leitor e de não dar largas à imaginação a confundir e a fomentar a ignorância das nossas raízes.


III


Se estivessem cá Armando da Silva Pais [Barreiro Antigo e Moderno ed.1963 da CMB e O Barreiro Contemporâneo ed. em três volumes de 1971 da CMB] , Horácio Alves [A Vila do Barreiro’ ed. 1940 do autor] ou José Augusto Pimenta [Memória Histórica e Descriptiva da Villa do Barreiro ´ ed. de 1886 ] sofreriam e morreriam de desgosto ,pelo tempo que dedicaram a deixar aos vindouros as suas magníficas investigações das origens do Barreiro-de-Todos e verem-se desprezados e trocados por amadores de palavras que efabulam o Barreiro-de-Alguns.


IV


Está de parabéns a autarquia comunista, que retira verbas imprescindíveis à melhoria da qualidade de vida do Concelho para investir no desenrascanço cultural e alimentar o seu “ importante pilar no desenvolvimento [cultural] que pretendemos para o nosso concelho “ em publicações pagas pela Câmara, como o “Roteiro das Memórias da Resistência, do Trabalho e da Luta “ e o diabólico Alfredo da Silva no “ Um Discurso Escondido e as Greves na CUF durante a primeira República 1910/1919“, que deveriam caber às edições Avante.


É esta a cultura da superficialidade que eles apreciam;
fazer cair no esquecimento colectivo as genuínas origens da terra.


Boa tarde.

Nota:
Não serve para fazer a apologia de nada nem de ninguém. Unicamente recordar que na presidência de Emídio Xavier entre 2002/2006 foi editado em 2004
este CDrom Barreiro no tempo que recupera e divulga o volume de Armando da Silva Pais “O Barreiro antigo e moderno. As outras terras do Concelho”.
A maioria absoluta no poder prefere investir na divulgação das lutas do partido.