27 junho 2009

A AUTOEUROPA VITIMA DO SINDICALISMO RADICAL.



I

A militância no antipartidarismo cultural e reactivo (que fica em casa e que devia votar nem que fosse para contrariar o que não quer) que permitiu os 21,5 % de Junho nas esquerdas radical e extremista já está a dar os seus frutos na Autoeuropa, com prejuízos irreversíveis para quem tem o posto de trabalho como única fonte de rendimento.

E não vai ficar por aqui!

Nunca acreditei que o Bloco de Esquerda no seu todo
– o ADN do PSR maioritário convive mal com a ganga da UDP como detesta a complexidade laboral nas fábricas e o cheiro a óleo -
tivesse alguma influência nas negociações laborais conduzidas sempre inteligentemente por António Chora (oriundo pêcê) coordenador da comissão de trabalhadores e militante do BE, que se tornou num caso estudo no País e no estrangeiro.

II

O pê cê tirando a sua vocação para grandes comícios e manifestações na exploração da desgraça alheia com centenas de milhares na rua, não dá, indícios de ter vocação para mais nada.

O paradigma das greves selvagens na Soflusa ou o populismo autárquico e sindical na exploração da desgraça alheia a pedir a nacionalização de uma empresa a cair de podre como a Amoníaco de Portugal no Lavradio, já nos tinha confirmado que os sindicatos de cultura leninista - estalinista são incompetentes para se ocuparem de conflitos complexos no mundo laboral.

E os postos de trabalho na Autoeuropa e a sua manutenção em Portugal não são coisa para amadores.

Negociar o capital do trabalho ,em Portugal ,com investidores estrangeiros , não é para qualquer amador.

III

A Autoeuropa tem 3040 colaboradores. Votaram 2.668.
Borrifaram-se 332 ao entregarem a outros a responsabilidade do acto.
Daqui 1.252 votaram “sim” pelo pré-acordo alcançado pela Comissão de Trabalhadores.


1381 com o “não” esmagaram o “sim” a contar com um novo emprego num sindicato, no partido ou numa autarquia camarada ?

28 não sabem o que querem ao refugiarem-se no branco?

Por que razão 7 desabafaram mágoas no boletim de voto anulado?

Daqui se conclui que a simplicidade e a ingenuidade no mundo laboral em Portugal é de tal maneira complexa que combate os seus próprios interesses para favorecer o que lhe é desfavorável.

Se tudo correu muito bem até Junho 2009, com a comissão de trabalhadores e a administração, porquê este estúpido referendo?


Para que serve uma Comissão de Trabalhadores eleita?


IV

Mais uma vez a bandeira populista dos
“direitos adquiridos “ ,
“descontentamento com pressão e chantagem” ou
o “ estão fartos de ver os seus direitos afrontados”
refinado com um vocabulário ambíguo de sindicalista dos metalúrgicos do Sul, da CGTP e membro do Comité Central, de que
“ o pré-acordo, não sendo mau, constituía uma perda de direitos adquiridos e uma abertura para coisas piores “
dizem que até às próximas eleições em Setembro ninguém vai parar o PCP.

Se não era um “mau acordo “porque o impediram?

Com este “mau acordo” perderiam cerca de 48 € até Dezembro de 2009 por trabalharem os dois sábados previstos sem receber horas extraordinárias.

Com o impedimento entre Setembro até Dezembro vão perder entre 480 a 560 €, muito superior aos 336 € a 392 € que perderiam até 2011 com o “mau acordo”.

Perdem mais em dez dias de lay-off que a trabalhar seis sábados até 2001.

V

Sacanas!

Quanto pior melhor.



Boa noite.