22 março 2007

BARREIRO COM UMA PERMANENTE CULTURA DE FABULAR A SUA HISTÓRIA




O Barreiro teve em tempos homens de grande cultura que foram esquecidos e que estão ignorados.

Uma análise profunda aos medalhados do “Barreiro Reconhecido” explicará tudo .

Dizia eu nos comentários a um anónimo que uma a duas vezes por mês consulto os jornais on-line Barreirense.

Não se tratou de pedantice.

É que cada vez que mexo, nos dois on-line, Rostos ou Diário do Barreiro,
(competem .cada um mais de esquerda que o outro)
fico triste. Intelectualmente triste.

Pomposamente, como todos os actos que acontecem no Barreiro, que seriam normais em qualquer sítio, aqui por estes lados, dão uma dimensão de coisa nunca vista.

Não me interessa abordar as conversas da treta quando se fala do Barreiro.

Quero sim chamar a atenção do o “Outro Barreiro”.

Encontrei no jornal em link exterior, da responsabilidade do director, um editorial que relata um encontro de pessoas que nasceram no Barreiro,
(como se nascer no Barreiro fosse nascer na Terra Santa)
que falaram a jovens estudantes da escola secundária de casquilhos do
“ser-se camarro “.

Estou a vontade, porque conheço todos os intervenientes, de frente e de perfil.

Só me interessa abordar, a imagem
que um responsável autárquico
(com trinta e três anos de actividade ininterrupta)
deixou a um auditório de jovens quando falou do intelectual Barreirense Horácio F. Alves.

Diz Hélder Madeira, que Horácio Alves
(muito miúdo tenho uma vaga imagem dele e das suas aventuras )
lia um livro dia sim, dia não por troca do anterior e mais umas coisas.

O nosso Presidente da Assembleia Municipal tem mais responsabilidades, e sabe mais “histórias” , que os restantes, para falar do Barreiro com mais pedagogia a jovens.

Ele devia ter dito que o barreirense Horácio Alves escreveu uma das melhores obras sobre o Barreiro e as suas origens.

(Foi lá que aprendi que as casa do Barreiro Velho construídas com areia em tabique, têm incrustações nas pedras de fosseis de diferentes moluscos, com origem das pedreiras de Palmela, pertença do período de formação terciário da crosta do globo.)

O Livro :

Horácio F. Alves

A
VILA DO BARREIRO
ENSAIO PARA SERVIR DE
SUBSÍDIO À SUA HISTÓRIA

Contendo, também a “ carta de vila “ de D. Manuel e novas interpretações de vários toponímicos antigos e dos nomes Lusitânia, Portugal e outros

Edição do Autor

Barreiro 1940

Curiosamente foi impresso em 1939 na tipografia comercial do velho senhor Fernando, avô do actual Presidente da Assembleia Municipal.

(O senhor Fernando dava-me restos do papel que sobrava da guilhotina.
senhor Fernando dê-me mais uns papelitos)

(O senhor Fernando foi para mim o despertar que havia qualquer coisa que não corria bem.
Escutava com frequência: o Fernando da Tipografia foi preso!
Até que descobri!)

(Muitas das edições do Avante eram impressas clandestinamente na Tipografia Comercial, aliás como o fornecimento do papel bíblia para a feitura da imprensa clandestina da época)

Quando for oportuno falarei desta curiosa obra recheada de mecenato (!) estão lá praticamente todo o comércio
industria e serviços da época com publicidade paga.

Um imaginativo que caiu no esquecimento

Teve o azar de ter nascido no Barreiro e de não ter sido jogador da bola!