23 junho 2010

( 688 ) BERNARDINO KIM JONG-IL NÃO LEU OS AQUÁRIOS DE PYONGYANG.

Quem se divertiu AQUI com esta panóplia de disparates atados uns nos outros com mais uns rendilhados AQUI , não deveria desprezar a real perigosidade da Coreia do Norte , uma ameaça à paz mundial vinda do “ comunismo mais fechado do mundo “ , implantado a norte do paralelo 38 , nos termos de um acordo assinado em 1945 entre a USA e a URSS , que criou em 9 de Setembro de 1948 a República Popular e Democrática da Coreia .

Segundo Pierre Rigoulot no “livro negro do comunismo “

(…) podemos adicionar aos 1000.000 mortos das depurações no seio do partido do trabalho, 1,5 milhões de mortos devidos ao internamento concentracionário e 1,3 milhões de mortos na sequência da guerra contra o Sul.
Haveria que adicionar a este balanço as vítimas directas e sobretudo indirectas da subnutrição num país com 23 milhões de habitantes submetido a um regime comunista durante 52 anos, a um resultado global de 3 milhões de vítimas (…).


II

Ao “festejarmos” o sete a zero, trago à memória o mundial de 1966 com Portugal a virar o resultado de 0-3 para 5-3 e num ápice os heróis coreanos, que tinham vencido a Itália por 1-0, passassem a inimigos da Pátria e acabassem todos internados no campo de concentração de Yodoc .

É no campo de concentração de Yodoc que Kang Chol-Hwan nos descreve n’ “ Os Aquários de Pyongyang – dez anos no Gulag Norte-Coreano – “ como conheceu um desses " heróis “ de 66:



“ Conheci no campo um prisioneiro célebre na Coreia. Durante a sua longuíssima estada na prisão, alimentou-se sistematicamente de todos os insectos que conseguira encontrar, o que lhe permitiu aguentar-se. De qualquer modo, ficou com uma alcunha: chamavam-lhe Barata: Park Seung-Jin, de seu verdadeiro nome, conhecera um momento de glória em 1966, durante o campeonato mundial de futebol, que tivera lugar em Inglaterra.
A Coreia do Norte não só ficara qualificada para as finais como, durante as eliminatórias, conseguira a proeza de ganhar à Itália, por um a zero. Para festejar este acontecimento, os jogadores fizeram uma festa algo descontrolada num bar, onde beberam muito e se envolveram com raparigas.

Passados dois dias, ainda não se tinham recomposto verdadeiramente. Após um fabuloso início de jogo contra Portugal – lideravam por três a zero! – descontrolaram-se. Portugal conseguiu então fazer uma recuperação incrível e acabou por ganhar cinco a três.

Em Pyongyang, a prestação da equipa nacional no estádio e no bar foi muito pouco apreciada e o comportamento dos jogadores considerado burguês, reaccionário, corrompido pelo imperialismo e pelas suas ideias perversas.

Toda a equipa foi detida quando voltou ao país, com excepção de Pak Du-Ik, que tivera dores de estômago e ficara no hotel. E assim os prisioneiros de Yodok puderam ficar a conhecer um dos heróis do campeonato mundial. Contudo, ele não se viu tratado como tal, antes pelo contrário. (…) eu encontrei-o já com doze anos de campo .

Quando saí, ele ainda continuava detido, num profundo estado de fraqueza (…).



Boa noite.















Bibliografia
















Os aquários de Pyongyang – dez anos no gulag Norte-Coreano.
Kang Chol-Hwan

Editorial Hespéria, Ldaª.
Novembro 2007
238 páginas.
2ª edição Junho de 2009.
ISBN 978-989-95458-4-7


O livro negro do comunismo.
… vários autores.
4ª edição
878 páginas.

Quetzal Editores

1999
ISBN 972-564-358-5