04 dezembro 2008

CADA MANIFESTAÇÃO DA FENPROF CUSTOU 300 MIL € !

I




(…) Só as duas manifestações de professores deste ano custaram à Fenprof 600 mil euros!
(Nogueira no Público de ontem. pg2)

Como é possível a “pobreza sindical” desperdiçar inutilmente tanto dinheiro como se fosse um partido em campanha eleitoral?

O que estará para além do que transpira ser uma “birra laboral “ de professores com a tutela?

E as “birras cirúrgicas “na Soflusa a tramarem e a afastar gente interessada em residir no Barreiro?

Por que razão os sindicatos da Intersindical não lutam contra o patronato e o grande capital e só estão disponíveis para lutar contra o Estado ou a alimentar guerras de funcionários nas empresas onde há dinheiros públicos?

II

Salazar quando enrascado, era um grande artista a mobilizar e a trazer de borla a populaça de todo o País para grandes comícios no Terreiro do Paço para depois se … ver-o-mar ver o cavalo ver o castelo ver as gajas.
(mas sabíamos de onde vinha o dinheiro.)
Alugavam muitos autocarros, não tantos como os setecentos alugados em Portugal e Espanha por ex-professores que nem se lembram quando deram a última aula.

( a propósito de coisas do circo: artigo de E. Rangel no título com diversos comentários .)

A história repete-se primeiro em farsa depois em drama; escreveu Marx.
Será?
Aqui parece que sim.
E quem irá responder pelas consequências futuras e inimagináveis desta farsa (porque o drama virá depois) ?

III

Hoje a miudagem das escolas públicas ocupou, mais uma vez, o seu tempo escolar nas ruas em “distúrbios” ao serviço da Fenprof e dos stores.
Entretanto, outros miúdos preparavam-se para a vida, em escolas sem stores.

IV

A MASSA TEATRAL CAÓTICA

Até quando pode a memória, e quanto pode, sou o actor e o espectador cúmplice de uma vida perturbada, dramática e irónica.
O pouco que percebo dessa massa teatral caótica pode inscrever-se na pauta de uma interpretação menor. Não compreendo nada.

(…) A adolescência foi insuportável até converter-se à ideia de uma suspensa, ou infusa, significação de tudo. Esta foi a primeira revelação, e com ela permiti-me abandonar esse casulo arcaico da angústia que a si mesmo se disfarça, para exposição, de leveza, apaixonamento ou luminosidade. Mas a adolescência é apenas ira e dor.

(…) A juventude alimenta-se do que as garras apanham, e os antigos defendem-se das gerações insaciáveis atirando carne podre.
Mas é carne onde se insinuam ainda o odor e o gosto do sangue, e um tigre juvenil não decorou tão bem a identidade que se não confunda desprevenidamente com uma jovem hiena.

(…) Claro que conheço vários medos e ferocidades. Por isso ainda estou vivo.

Herberto Hélder
Photomaton & Vox
Pgs.10,11 e 12.
Assírio & Alvim
4ª edição

Boa noite.