19 dezembro 2007

METAMORFOSES


Mal vai aquele, a quem o mundo não passe por ele, a uma velocidade estonteante.
Por isso não me culpo, por não vir aqui há uns dias, botar palavra.

Culpo a velocidade do tempo e o ambiente metafórico, que não me convidam, mesmo nada, a fazer algo, que não seja nada.

Tenho consciência que me é muito difícil a manutenção diária do meu blog, para quem, como eu, não vê (ou raramente vê) TV, não lê jornais, e se limita a ficar envenenado com semanários; uma revista que sai a meio da semana e um jornal ao sábado, com mais umas outras coisas soltas .

Em meu desfavor, também detesto aquilo a que chamam de matar o tempo” (como se o tempo se deixasse matar!) ou em alternativa carregar num dos botões de vários comandos que possuo, como qualquer casa que se preze, e viajar rapidamente para o “mundo da metamorfose”.

É esse mundo que eu abomino; o “mundo da metamorfose”.

Interrogo-me se ao fugir de um, não andarei na Net metido noutro?

Será que me é impossível fugir?

Na última ACTUAL, pag.27, que acompanha o Expresso, li:

“ As pessoa que comunicam na Internet, criam avatares, criam ficções de si próprias, e chegam a manter várias personalidades na Net, alterando a forma como o fazem, dependendo do meio que utilizam – por “e-mail” ou “chat” falam de modo diferente do que quando estão ao vivo com alguém.
Tudo isso cria ou acentua este hibridismo que acho que existe na identidade, que não é uma coisa fixa, mas que a sociedade tenta ver como algo fixo, algo que fica estanque.
E esta evolução tecnológica está a permitir-nos perceber ainda mais isto”.

Eis a ilusão, e os perigos, do adorável “mundo da metamorfose” !


Boa noite