04 novembro 2007

BARREIRO, CIDADE E O “BARREIRO DELES”


Jeová, por alcunha antiga – o Padre Eterno,
Deus muitíssimo padre e muito pouco eterno,
Teve uma ideia suja, uma ideia infeliz!
Pôs-se a esgravatar co’o dedo no nariz,
Tirou desse nariz o que um nariz encerra,
Deitou isso depois cá baixo, e fez o “Barreiro Deles”.

E até hoje, que eu saiba, inda não fez mais nada.

A Velhice do Padre Eterno
1885
O Génesis
Guerra Junqueiro
1850/1923

Não aconteceu bem assim.
Isto revela que passei pela mesma tentação
do revisor
da História do Cerco de Lisboa, de Saramago
porque
na última 2ª feira, 26 de Novembro, realizou-se a 3ª sessão-debate
“ A Saúde no Barreiro,
Situação Actual e Perspectivas Futuras”

promovida pela Associação Clínica Frater.

No “debate” predominaram as criticas ao Conselho de Administração do Hospital Nossa Senhora do Rosário e ao Governo por não ter nomeado, passado um ano, o representante autárquico para o Conselho de Administração, como determina a lei.

Um cidadão interveniente, no auge do seu “discurso”

– para demostrar eficiência no Bota abaixo –

agregou responsabilidades à Administração do Hospital dos cinco fetos-mortos desde Setembro, por “não ser normal”:

“Alguma coisa se passou, deve haver um inquérito”.

Perceberam?
O Concelho de Administração do Hospital, sem o representante autárquico, é tão incompetente que os fetos quando chegam ao Serviço de Urgência Obstétrica e Ginecológica … morrem!

A partir daqui saltou a tampa ao moderador da sessão Fernando Fonseca:
“ O Barreiro tem um poder destrutivo que ultrapassa a vontade construtiva, sobretudo no que toca ao hospital local “.

Não ficou por aqui FF , foi buscar a imprensa barreirense:

A invenção/produção de

“Uma notícia de uma não notícia por parte da comunicação social, foi uma tentativa de deitar o hospital para a vala”

… mais umas coisas , que a jornalista Filipa Domingos do JB de 2 Novembro por pudor profissional não descreve, mas, se
“revelaram ofensivos para a classe jornalística”.

Está enganado senhor Fonseca.
O senhor confundiu “Os Dois Barreiros”!

O senhor referiu-se ao “Barreiro Deles” não à Cidade do Barreiro propriamente dita.

Ao cidadão da Cidade do Barreiro preocupa-o a Triagem de Manchester, quando recorre às urgências do Hospital;
não o inquieta a gula (dos políticos e dos partidos) aos tachos dos dinheiros públicos nas Administrações disto e daquilo;
e não se interessa no que escrevem nas vulgares Folhas Locais que o senhor apelida de Comunicação Social.