11 janeiro 2006

PERVERSÕES

Sempre o habitual, na quadra natalícia.

Música pública angelical, sinos, meninos a cantar, jingle bells, we wish you a merry christmas.
Transpira-se meiguice por todos os poros.
Muito bonito.

Na avenida Alfredo da Silva, foi um encanto.
Entre músicas, ouvia-se uma voz, imperceptível, que falava da nova autarquia e desejava boas festas.
Não parecia ser de padre, mas imitava bem.
Bonito mesmo.

É cândido o Natal.
Mais cândido ainda, quando se segue a passagem do ano.
Tantos dias sem trabalhar! Devia ser sempre assim. É pena.

Os nossos políticos adoram o Natal.
Todo o politico que se preze, tem os seus pobrezinhos e desvalidos.
Umas boas férias intercalares, distribuição de boda aos pobres e conforto a desvalidos.

Os nossos Presidentes da República, não fogem à regra.

Por proposta do Governo, apoiados na Constituição da República artigo 134º e Código Penal artigos 127º e 128º, todos os anos no Natal, desmoralizam as decisões dos tribunais.

Este ano, por decreto do Presidente da República de 22 de Dezembro, 56 indivíduos, que desrespeitaram leis vigentes, viram condenações perdoadas.

Reduz, por indulto, a pena residual de prisão…
Indulta, na parte não cumprida, a pena de prisão…

Os estrangeiros, não foram esquecidos.

Revoga, por indulto, a pena acessória de expulsão do País…
Reduz, por indulto, a pena acessória de expulsão do País…

Por estas coisas, muito mal explicadas, quero um Presidente da República, dito de direita, para ver a diferença.

Não quero um Presidente que saiba de filosofia, de história e que seja muito culto.

Quero uma pessoa normal, que saiba, sim, o pão que o diabo amassou.