10 janeiro 2006

SOFLUSA, UMA GREVE ANTI-SOCIAL

A actual constituição, no artigo 57, não contempla greves anti-sociais, às fatias.
Duas horas, hoje. Duas, daqui a bocado. Para a semana há mais.
Nem greves, às segundas e sextas, para fins-de-semana prolongados.
Nem sabe, defender-se, deste direito constitucional desvirtuado.

É anti-social, toda a greve que abusa dos mais fracos e desprotegidos, velhos, doentes, trabalhadores e população sem recursos financeiros, com o objectivo de perturbar relações interpessoais.

Anti-social é a greve de ontem, na travessia entre Barreiro e Terreiro do Paço, e as próximas marcadas para os dias, 18 e 27, do pessoal marítimo.

Onde se encontra aqui o capital explorador?
Nos utentes, que compraram os seus títulos de transporte?

Justificando a greve, como um “ protesto contra diferenças e distorções salariais “, é um perfeito absurdo.
Na descodificação da linguagem, a razão é outra: queriam nivelar por baixo e não conseguiram controlar os salários, dos que ganham mais!

Deviam saber, que a evolução do mundo capitalista resulta de uma transformação qualitativa dos trabalhadores, que dividirá trabalhadores especializados e meros trabalhadores, sem existir qualquer solidariedade entre eles.

Há muita confusão, muito oportunismo, muita ignorância, na cabeça de trabalhadores e sindicalistas.

A nossa democracia está cada vez mais fragilizada e indefesa.

Não há saída!