21 janeiro 2006

EMPATIA E CONTEÚDO

Ontem, último dia de campanha, o candidato do PC esteve no Barreiro.

Longe vão os tempos em que o PC enchia todo o largo da estátua Alfredo da Silva, a rua e o passeio em frente. O espaço era pequeno e apertado.

Nos últimos anos, vê-se menos gente.
Como justificação, dizem que os “velhos vão morrendo”; não é verdade.
A realidade é outra: os “velhos tempos” é que estão a morrer.

Vejamos alguns argumentos:

A esquerda é o PC.
Não é verdade; o PC é um dos partidos de esquerda.
A diferença é sustentada, nas opções politicas, na idade, e no poder que o PC teve no PREC.

A luta contra a ditadura e a guerra colonial foi um exclusivo do PC.
Não é verdade; muitos dos antifascistas não eram do PC.

O PC representa os trabalhadores.
Não é verdade; representa, sim, parte dos trabalhadores.

Como exemplo no distrito de Setúbal, a Autoeuropa empresa com 5% das exportações portuguesas, o PC não está na comissão de trabalhadores, que compreende o Bloco e PS.
No entanto, o radicalismo, por pouco, não conseguia envenenar as últimas negociações salariais.
Na decisão final, em 100 trabalhadores, votaram 80; destes, 70 foram favoráveis a um acordo.
Foram realistas.

É curioso constatar, que a empatia de Jerónimo de Sousa não funcionou na portaria da Autoeuropa, nem evitou a indiferença dos trabalhadores à sua presença.

Falar ao” proletariado”, aos desempregado e a reformados, não é o mesmo que falar, e convencer os trabalhadores especializados.

A nova classe dos trabalhadores especializados é pragmática; criam, por isso, novas dificuldades ao radicalismo e à sindicalização.

Os tempos não estão fáceis!