18 DE JANEIRO DE 1918
A URSS, se fosse viva festejava mais um aniversário.
Como está morta, evoco a data da defunta.
Há oitenta e oito anos, em 18 de Janeiro de 1918, Lenine proclamou a existência da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Recordar este dia é recordar o “Zé dos Bigodes”.
Cresci no Barreiro, a ouvir falar neste nome, idolatrado, sem saber de quem se tratava.
Percebi, mais tarde, que “Zé dos Bigodes “ era José Estaline.
Hoje, falar da URSS, de Estaline, de Cunhal, do PCP, do “ Zé dos Bigodes”, da memória do Barreiro, de ficção e ilusão, é não esquecer Mikhail Gorbatchov e as suas ante-memórias :
“ Penso que Estaline não era capaz, nem teórica, nem política, nem intelectualmente, de prosseguir a orientação elaborada pelo Partido sob a direcção de Lenine.
Suficientemente inteligente para compreender isto, e profundamente ferido por tal complexo de inferioridade, Estaline utilizou todo o seu enorme talento de intriguista e a camada de pessoas previamente preparadas no aparelho do Partido, para expulsar da política e, posteriormente, desacreditar e liquidar os dirigente que tinham passado pela escola leninista.
As dificuldades reais, os problemas agudos que o desenvolvimento do País levantava, e perante os quais não era fácil avançar, criaram a atmosfera que permitiu a Estaline impor-se aos seus antigos “colegas” e instaurar o seu poder absoluto.
Nisto, Estaline foi ajudado pela “corte” que se agrupou em torno dele.
Alguns dos membros dessa “corte” eram guiados unicamente por ambições pessoais.
Os outros, ou foram durante muito tempo enganados em consequência dos factores objectivos, ou foram aterrorizados, e, cobardemente, esforçaram-se por conservar, uns o cargo, outros a vida.
A constituição de uma tal “corte” tem, ela também, as suas razões históricas.
O comité Central, privado de Lenine, e formado, não na base das suas últimas recomendações mas, pelo contrário, em conformidade com os desígnios de Estaline, foi, na sua maioria, incapaz de entender as verdadeiras intenções deste e acabou por segui-lo.
Neste Comité Central que, pelas suas tradições permaneceu bolchevique, apareceram elementos e tendências inteiras que duvidaram da justeza de tudo o que vinha de Estaline e de tudo o que se fazia no País, que se recusaram a seguir cegamente as suas directivas e os seus métodos.
Foi por isso que Estaline só pôde conservar o seu poder exterminando não apenas os seus adversários e os seus concorrentes ideológicos, mas também uma parte importante do Comité Centra após o XVII Congresso do Partido. “
Saudações, aos incontáveis cortesãos e séquitos, do meu Barreiro.
Como está morta, evoco a data da defunta.
Há oitenta e oito anos, em 18 de Janeiro de 1918, Lenine proclamou a existência da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Recordar este dia é recordar o “Zé dos Bigodes”.
Cresci no Barreiro, a ouvir falar neste nome, idolatrado, sem saber de quem se tratava.
Percebi, mais tarde, que “Zé dos Bigodes “ era José Estaline.
Hoje, falar da URSS, de Estaline, de Cunhal, do PCP, do “ Zé dos Bigodes”, da memória do Barreiro, de ficção e ilusão, é não esquecer Mikhail Gorbatchov e as suas ante-memórias :
“ Penso que Estaline não era capaz, nem teórica, nem política, nem intelectualmente, de prosseguir a orientação elaborada pelo Partido sob a direcção de Lenine.
Suficientemente inteligente para compreender isto, e profundamente ferido por tal complexo de inferioridade, Estaline utilizou todo o seu enorme talento de intriguista e a camada de pessoas previamente preparadas no aparelho do Partido, para expulsar da política e, posteriormente, desacreditar e liquidar os dirigente que tinham passado pela escola leninista.
As dificuldades reais, os problemas agudos que o desenvolvimento do País levantava, e perante os quais não era fácil avançar, criaram a atmosfera que permitiu a Estaline impor-se aos seus antigos “colegas” e instaurar o seu poder absoluto.
Nisto, Estaline foi ajudado pela “corte” que se agrupou em torno dele.
Alguns dos membros dessa “corte” eram guiados unicamente por ambições pessoais.
Os outros, ou foram durante muito tempo enganados em consequência dos factores objectivos, ou foram aterrorizados, e, cobardemente, esforçaram-se por conservar, uns o cargo, outros a vida.
A constituição de uma tal “corte” tem, ela também, as suas razões históricas.
O comité Central, privado de Lenine, e formado, não na base das suas últimas recomendações mas, pelo contrário, em conformidade com os desígnios de Estaline, foi, na sua maioria, incapaz de entender as verdadeiras intenções deste e acabou por segui-lo.
Neste Comité Central que, pelas suas tradições permaneceu bolchevique, apareceram elementos e tendências inteiras que duvidaram da justeza de tudo o que vinha de Estaline e de tudo o que se fazia no País, que se recusaram a seguir cegamente as suas directivas e os seus métodos.
Foi por isso que Estaline só pôde conservar o seu poder exterminando não apenas os seus adversários e os seus concorrentes ideológicos, mas também uma parte importante do Comité Centra após o XVII Congresso do Partido. “
Saudações, aos incontáveis cortesãos e séquitos, do meu Barreiro.
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