AL BURRICA REAL
Quando o bergantim do Poder Autárquico começou a vogar para a praia, novos salvas de artilharia e de mosquetaria e estrondosas vivas retumbaram nos montes que cercam a magnifica bacia, do arco ribeirinho Sul (Alcochete, Moita, Montijo, Barreiro e Almada ) em que o Tejo se alarga defronte de Lisboa, antes de se lançar no oceano.
Os vivas e as salvas continuaram até o bergantim chegar à AL BURRICA, onde a Edilidade desembarcou.
Um coche de veludo carmesim, bordado e franjado de oiro por dentro e por fora, puxado por oito cavalos brancos ferrados de prata, e enfeitados, nas clinas e nos cabos, com fitas vermelhas esperava pela Edilidade.
As guarnições do coche eram todas doiradas, os tirantes de seda e oiro: a libré dos cocheiros e lacaios ( … o que não falta !) vermelha, com passamanes de azul e prata franjada.
A Edilidade entrou no formoso coche, que logo se pôs a caminhar pra os Paços do Concelho, seguido dos coches e liteiras que levavam a Nobreza do Barreiro.
Em nome de Deus, ámen.
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