04 dezembro 2006

ECLESIASTES

Ilusão das ilusões;
tudo é ilusão.


Que proveito pode tirar o homem de todo o esforço que faz
debaixo do Sol ?


Uma geração passa, outra vem; e
a terra permanece sempre.


O Sol nasce e o Sol põe-se, e visa o
ponto donde volta a despontar.


O vento vai em direcção ao sul,
depois ruma ao norte;
e gira , torna a girar e passa,
e recomeça as suas idas e vindas.


Todos os rios correm para o mar
e o mar não se enche.


Para onde sempre correram,
continuam os rios a correr.


Todas as palavras estão gastas, o
homem não consegue já
dizê-las .


A vista não se sacia com o que vê,
nem o ouvido se contenta com
o que ouve.


Aquilo que foi é aquilo que será;
aquilo que foi feito, há-de voltar
a fazer-se:


E nada há de novo debaixo do
Sol !


Se de alguma coisa alguém diz:

“Eis aí algo de novo!”,

ela já existia nas eras que nos
precederam.


Não há memória das coisas
antigas;
e também não haverá memória
do que há-de suceder, depois;
nem ficará disso memória entre
aqueles que hão-de vir mais
tarde.

in
Livro do Eclesiastes
Prólogo1-1.11