28 dezembro 2010

(725) IGÓR DESAPARECEU NO ALTINHO DA RECOSTA - VERDERENA.




From: Daniel Barros [mailto:danidebarros@gmail.com]
Sent: terça-feira, 28 de Dezembro de 2010 2:14
To: Daniel Barros
Subject: cão Igor desaparecido - Barreiro


CÃO DESAPARECIDO NO BARREIRO


O nosso cão Igór desapareceu hoje, segunda-feira dia 27 de Dezembro, pelas 18 horas, no Barreiro, mais exactamente no Altinho da Recosta, na Verderena.

O Igór é um cão pequeno de cor preta, rasteiro. Não tem raça muito bem definida, julgo que o mais semelhante será uma mistura entre Pequeno Manuat e Xi Tzu.

O meu pai estava a fazer o passeio com o Igór e o outro meu cão, o Francisco (um yorkshire terrier também pequeno), como de costume. Nestes dias de Inverno, ambos os cães levavam uma capa vermelha, como mostra uma das fotografias que envio em anexo. Pelas 18 horas, já de noite, inesperadamente o Igór desapareceu. Ou perdeu-se ou então foi levado.

De qualquer das formas, se algum de vós souber alguma coisa em relação ao Igór, informem-nos por favor, através ou do email - danidebarros@gmail.com - ou pelo telefone - 916270441 begin_of_the_skype_highlighting 916270441 end_of_the_skype_highlighting.

Obrigado pela vossa atenção
e desculpem se vos incomodei.

.Daniel Barros

24 dezembro 2010

(724 ) BOAS-FESTAS.

Em que pensará Cristo no deserto?


Nos chulecos das Popotas e Leopoldinas que só aparecem a explorá-las em Dezembro?


Na alta rendibilidade da caridadezinha profissionalizada?


Na guerra entre bons e bonzinhos na disputa do prestígio das sopas do Sidónio?


Com esta vilanagem, sazonal, vocacionada para potenciar desgraças , não passaremos da cepa torta .





Bom dia.




16 dezembro 2010

( 723 ) NESTA TERRA DE CEGUETAS, QUEM TEM UM OLHO É REI, E QUEM TEM OS DOIS OLHOS É MUITO MAL VISTO!

Estou certo que Jonhn Ruskin nunca passou por aqui, mas, sabia que “centenas de pessoas conseguem falar, mas uma apenas é capaz de pensar; milhares de pessoas conseguem pensar, mas uma apenas é capaz de ver “.

Adiante!

Quem não ficaria embasbacado com este décor infantilizado, sem nexo, a imitar uma árvore de Natal na faixa de rodagem?








Ou este, mais infantilizado, a tapar o sinal de trânsito !


Agora, as mesmas patetices , iluminadas .




























Ontem , desmancharam a tralha natalícia !


































Ficou na memória – de quem viu tudo isto, durante uns dias - o rasto de uma intocável máquina, intelectualmente nebulosa e foleira, a explicar-nos as origens da destruição da envolvente da estátua de Alfredo da Silva, agora apeada do seu pedestal.








Boa tarde.



12 dezembro 2010

(722) II APRENDENDO COM ANTERO DE QUENTAL.

Vila do Conde, 26 de Julho de 1884

Meu simpático Amigo
(Henrique das Neves)


Há não sei quantos meses lhe devo uma carta e só agora me é possível escrevê-la […]

Mas tenho que tocar nisto porque desejo muito que o meu amigo fique certo de que foi exclusivamente este embaraço e quase impossibilidade (“o estado desgraçado dos nervos “que não lhe permitiam que escrevesse) que me inibiu de cumprir com a promessa de escrever alguma coisa no seu jornal - A Gazeta Açoriana - , e que foi com pena que o vi acabar - a 30 de Abril de 1883 - antes de eu ter podido desobrigar-me.

Quanto ao jornal, sem ser astrólogo eminente, tirei-lhe o horóscopo logo à nascença, e concluí do seu mesmo merecimento que brevíssima lhe seria a duração.

O que diz do jornalismo em São Miguel (e devia dizer em Portugal) são verdades puras.

Mas deixe-me dizer-lhe – e nisto é que não é suficientemente filósofo objectivo – que elabora em ilusão supondo que é possível criar e fazer durar uma publicação superior em moralidade e ilustração ao nível moral e intelectual do público.


É ilusão supor isso, porque não lendo ninguém senão o que lhe agrada, o público nunca favorecerá senão o que estiver à sua altura, e por isso o jornal para durar, será sempre e necessariamente o espelho lisonjeiro do público e não o seu mestre severo.

Os jornais só vivem fazendo-se os confidentes de comédia do público, das suas paixões, dos seus erros, das suas ilusões, e não os seus apóstolos.

Bem sabe que o próprio do apóstolo é ser lapidado.

Dir-me-á que nalguns países há jornais dignos, morais, inteligentes e desinteressados que se sustentam.


Responder-lhe-ei que isso prova simplesmente que nesses países há já um grupo de leitores, uma camada social dotada dessas virtudes e qualidades, forte bastante em número para poder sustentar um jornal que seja órgão dessas suas aspirações.


A morte do seu jornal é mais uma prova de que em Portugal não existe ainda tal camada social ou grupo de leitores.

Isso é desconsolador, mas … qu’y faire?

Muito tempo será necessário, e muitas revoluções, para que isto mude.


Até lá a nossa atitude deve ser a dos estóicos antigos: o protesto sem ilusões.


[…] Do seu amigo muito Obrigado.


Anthero de Quental


In Obras Completas /Antero de Quental /Cartas II 1881-1891 /Universidade dos Açores
/Páginas 708 e 709.

O itálico é meu.

Boa noite.